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Eu confesso: nos últimos tempos senti muita, muita raiva. É uma raiva estranha, resultado de um grande caldo de decepção, desapontamento, tristeza, revolta. Não é algo bonito de se dizer, em especial por ser eu um cristão, mas não posso mentir. Fato é que sou humano, habitação do pecado, e sentimentos brotam no coração sem que eu possa controlar. Permita-me explicar.

Você deve ter tomado conhecimento do caso de George Floyd, ser humano americano que foi preso pela polícia, imobilizado, jogado no chão e, até onde se sabe, sufocado até a morte por policiais que se ajoelharam sobre ele. Eu havia lido as notícias sobre a história e me indignado. Mas foi só quando assisti ao vídeo que tomei ciência da extensão do horror. O homem implorava por sua vida, a ponto de chamar “Mamãe!”. Em coro com a população ao redor, ele pedia por sua vida, diante do olhar impassível de diabos vestidos de policiais. E ele morreu.

Eu chorei e chorei muito. A voz de George e das pessoas ao redor, clamando por sua vida diante de criaturas de Deus que não davam a mínima, rasgou meu coração. Logo, o choro deu lugar a indignação e raiva. Tentei segurar, mas não deu. Sim, senti raiva, muita raiva.

Os últimos meses têm sido um teste para meu cristianismo, minha capacidade de não deixar a raiva virar ira, meu desejo de ser sempre perdoador, minha força para amar e não devolver mal com mal. Não por causa da pandemia, mas por testemunhar em diversos âmbitos o pior do ser humano. O contexto apenas traz à tona o que já existe no coração de cada um e revela o que normalmente os lábios não têm coragem de falar. Pessoas que eu amei mostraram o pior de seu coração. Gente que eu admirava destilou palavras assustadoras. Cristãos promoveram pecados e injustiças como se fossem virtude. Que tempo! Que período! Que desafio!

Ontem, ver o vídeo da abominação de George Floyd foi a gota d’água. O acúmulo de decepção e incredulidade diante do que pessoas são capazes de fazer me levou ao chão, ao joelho, e a raiva transbordou na forma de uma poça de lágrimas no chão. Raiva, muita raiva.

Pode ser que você tenha sentido ou esteja sentindo raiva também. Por causa de política, da pandemia, de decepções, da situação econômica, do comportamento humano, dos rumos da vida. Talvez seu coração esteja pesado, com sentimentos nada bonitos, mas que você não consegue evitar. O que fazer diante do confronto entre nossa humanidade inclinada ao mal e a urgência de ser manso e humilde de coração, conformados à imagem do Cordeiro? Permita-me compartilhar algo sobre isso, que pode ajudá-lo.

Eu estava ali, rangendo os dentes de raiva pela tortura e morte de George Floyd, pela decepção com pessoas, pela maldade e o egoísmo do ser humano. Foi quando, em meio àquela oração doída e molhada, veio um pensamento em minha mente, certamente semeado pelo Santo Espírito de Deus: se eu permitisse que toda aquela raiva se enraizasse em meu coração, eu não seria em nada melhor do que os carrascos que assassinaram o pobre homem. E, se permitisse que a ira atravessasse aquela noite, eu estaria com meu joelho no pescoço de cada pessoa que me decepcionou. Eu me tornaria igual a quem tanto mal fez – a mim e a George.

A teologia cristã nos ensina a doutrina reformada da depravação total: não temos em nós mesmos a capacidade de vencer o mal e dependemos exclusivamente da graça do Cordeiro. Sou sujeito a essa depravação. Nasci imerso em pecado e sou sua habitação. Quando ouvi a voz do Espirito, clamei a ele, o outro habitante de meu coração, e pedi que me inundasse de paz, perdão, magnanimidade, amor, graça e abnegação, porque, por mim mesmo, eu não teria forças para isso.

Pedi que me inundasse de Cristo.

Foi quando veio uma paz que não consigo entender. Uma paz acompanhada da certeza de que não posso esperar o melhor do ser humano, porque cada indivíduo deste planeta é terrivelmente idólatra de si mesmo, perdidamente apaixonado pelos próprios interesses e, se eu sentir raiva cada vez que testemunhar o egoísmo e a malignidade das criaturas de Deus, acabarei sendo vencido pela semente do mal que há em mim.

Foi quando veio uma avassaladora sucessão de verdades bíblicas ao meu coração. Lembrei de que a vingança pertence ao Senhor. Que temos de amar até os inimigos. Que eu sou tão depravado quanto os mais egoísta dos homens e das mulheres. Que nosso descanso não está nesta vida. Que o perdão não é opcional, mas um mandamento. Que não há um justo, nem um sequer. Que felizes são os pacificadores. Que os piores dos seres humanos podem ser resgatados de sua maldade por Cristo. Que Deus é soberano sobre a terra e que meu Redentor há de se levantar sobre ela. Foi um tsunami de verdades que a raiva havia roubado da minha lembrança. E o tsunami trouxe a paz.

Levantei daquela poça com menos raiva. Ainda triste, mas sem raiva. Milagre desses que só Jesus de Nazaré é capaz de operar. Assim como, com uma frase, ele sarou o leproso, Jesus insuflou paz em meus pulmões e a certeza de que nada, absolutamente nada, está alheio aos seus olhos e ao seu coração. E de que ele não está de ouvidos fechados ao clamor dos seus filhos, nem de costas para os fatos que há na terra.

Ele é Emanuel, Deus conosco. Justo, amoroso, compassivo e bom.

Meu irmão, minha irmã, talvez você esteja com muita raiva em seu coração neste momento. Eu não te condeno, acredite, pois passei por isso e te entendo. Pessoas também me feriram. Situações também me abateram. A humanidade também me decepcionou. Mas, olha, deixa eu te dizer uma coisa, de igual para igual: Deus pode mudar isso. Como se irar e não pecar? Indo aos pés do Cordeiro, em pranto, confissão, humilhação e verdade, clamando e se entregando. Atire-se, com autenticidade. Não negue o que pesa em seu coração. E confie na ação sobrenatural de Deus, a única capaz de fazer com que a sua ira não atravesse o limite e triunfe, hedionda, como a obra da carne que ela é.

Cristo assassinou aquilo que assassinou George Floyd. Ele fez isso no Calvário, quando consumou tudo em si. Que os meus e os seus olhos estejam voltados menos para a barbárie e o egoísmo humanos e mais para a cruz do Gólgota, menos para o desdém pela vida alheia e mais para o amor que tanto amou a vida alheia que entregou o próprio Filho em sacrifício vivo. Meu irmão, minha irmã, eu e você não valemos mais do que aqueles policiais que fizeram mal a George nem que aquelas pessoas que nos fizeram mal. Somos igualmente depravados, egoístas, egocêntricos, vaidosos, raivosos. Mas, se Cristo vive em nós, podemos ser diferentes. Não pela força do nosso braço, mas pela extraordinária graça que esvazia a nossa raiva e nos conforma à natureza do manso Cordeiro.

E, quando isso acontece, após levantarmos da poça de lágrimas e nos deitarmos na cama, conseguimos dizer, antes que o sono da paz nos embale pela noite:

– Pai, perdoa, pois eles não sabem o que fazem.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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Estou escrevendo este post mais como um desabafo do que por qualquer outra razão. Se você conhece alguém que faz da sua vida um inferno, vai me entender, pois há um irmão em Cristo que me atormenta e preciso pôr para fora a minha ira – que é santa, naturalmente – senão parece que vou explodir.

É muito duro para nós, que somos santos e irrepreensíveis, aturar esse tipo de gente falível. Pode ser que a pessoa que você não suporte seja um vizinho que ponha músicas horríveis no maior volume sempre que você quer dormir. Ou um colega de trabalho que minta contra você. Ou, ainda, uma irmã da igreja que te irrita, magoa ou toma atitudes contra sua paz. Pode ser, até mesmo, o seu chefe, quem sabe, ou o pastor que, em vez de zelar por tua alma, te oprime, subjuga, denigre e prejudica. E você odeia tudo de ruim que há nessa pessoa. Quer fazer parecer que não, pois, afinal, odiar não pega bem para um crente. Mas, lá no  fundo do coração, você sabe que odeia. Talvez não tão no fundo assim.

Pois bem, há um cara que me tira do sério. Sou obrigado a conviver com ele por causa das circunstâncias da vida, mas ele é chato, pecador, egoísta, mesquinho e insuportável – tudo o que eu não sou. Por favor, permita-me desabafar.

Conheço esse cara desde a infância. As primeiras lembranças que tenho dele são anteriores aos meus 3 anos de idade, pois morávamos na mesma rua. Anos e anos e anos suportando esse cidadão. Crescemos juntos e, por uma série de situações, que não vêm ao caso, fui obrigado a conviver com ele em muitas áreas de minha vida. Hoje, inclusive, ele calhou de frequentar a mesma igreja que eu – para meu azar e irritação.

Uma das coisas que mais me incomodam nele é que E. (permita-me chamá-lo apenas pela inicial) se faz passar por meu amigo e tem toda a aparência de crente, mas é um tremendo pecador. Como o conheço há tanto tempo, temos intimidade suficiente para eu saber coisas de sua vida que ninguém mais sabe. Ele me conta pensamentos terríveis e atos completamente reprováveis do ponto de vista bíblico. Às, vezes, confesso, chego a ter uma certa repulsa por E., tamanha é a sua pecaminosidade. E é duro para uma pessoa tão correta como eu aguentar isso. Mas, infelizmente, sou obrigado a conviver com ele, então não tenho para onde correr.

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Eu me encontro com ele nos cultos. O vejo levantar as mãos no louvor, fazer aquela carinha de santo na hora da oração e ostentar seu jeito insuportável de cristão nota dez, quando eu sei quem ele é e as coisas horríveis que pensa e faz. Na verdade, eu o fico observando o culto inteiro e me enoja quando ele fica chorando, pedindo perdão por seus pecados, quando sei que ele vai sair da igreja e pecar de novo. E me sinto obrigado a pedir que Deus pese a mão sobre ele, pra ver se toma jeito. Miserável pecador…

Você conhece alguém assim? Por favor, me diga como devo proceder. Às vezes, quando prego, confesso que já exortei muito pensando nele, pois sabia que ele estava ouvindo. Sabe quando você faz uma explanação que parece generalista mas tem endereço certo? Você pode até achar feio eu ter feito isso, mas confesso: eu fiz. Dei montes de indiretas para E. em muitas de minhas pregações, para ver se ele, de algum modo, era tocado por Deus e mudava. Não sei se adiantou, só o Senhor sabe, mas fiz a minha parte.

Pense em apenas alguns dos dez mandamentos. E. muitas e muitas vezes priorizou outras coisas no lugar de Deus.  Honrar pai e mãe? Coitados, lembro que, quando éramos crianças, ele dava um trabalhão. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”? Como negar as montanhas de vezes em que ele fez isso? “Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo”? Tudo bem, admito, nunca o vi cobiçar o jumento de ninguém, de resto perdi a conta de quantas vezes o flagrei invejando o que não lhe pertencia. Cara, desculpe, mas E. tem tantos buracos em sua santidade…

Você tem algum E. na sua vida? Pense aí. Lembrou de alguém intragável, que parece só ter vindo ao mundo para te irritar, chatear, fazer chorar? É que realmente as circunstâncias não permitem, mas por mim eu mandava exilar E. no Tibete. Sabe o que mais me tira do sério? Ele até fala uma ou outra coisa legal, por isso tem gente que o elogia, que o acha alguém especial. Desculpem, mas eu conheço bem esse cara. Se duvidar, uns 95% dos elogios que ele recebe são imerecidos. E. precisa desesperadamente do perdão de Deus, pois tem muitas e muitas coisas a melhorar. Já falei isso a ele. Mas parece que, na maioria das vezes, o cidadão não me ouve!

Bem, acho que já desabafei o suficiente. Eu odeio tudo o que E. tem de ruim. Odeio. Odeio sua pecaminosidade, o fato de ele fazer menos do que poderia pelo próximo, odeio quando não pede perdão pelos seus pecados, odeio suas fraquezas. Ele me tira do sério.

Mas… tem uma coisa.  Apesar de tudo isso, eu sei que Jesus o ama.

A despeito de seus defeitos, suas falhas, seus pecados, sua omissão, tudo, tudo, tudo o que faz de E. uma pessoa odiosa… Jesus o ama. Não entendo todo esse amor por um zero à esquerdaCara6 como ele, asseguro que não entendo. Mas sei que isso tem um nome: graçaE. não vale nada, mas a graça o faz valer o mundo para Deus. Foi por esse cidadão que o Cordeiro de Deus subiu à cruz, foi moído, rasgado, cuspido, ofendido, morto. E eu acredito que, porque a salvação é pela graça e não por mérito, um dia ele irá para o céu. Graça. Esse é o segredo. Essa é a explicação. Essa é a esperança. Essa é a certeza. Essa é a fé. Pois a graça não faz Deus ver toda a sujeira que E. carrega em si quando olha para ele. Quando o Pai fita seu olhar em E., o que ele enxerga é o Cordeiro que foi imolado por cada um dos seus pecados.

Conheço bem E. Ele habita dentro de mim. E., de Eu. Sim… o nome de E. é Maurício Zágari.

Obrigado, Senhor, por não me ver como eu sou, mas como Jesus é.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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A Bíblia deixa indubitavelmente claro que nada acontece no mundo à parte da soberania de Deus. O Senhor é o dono do mundo e ele administra com atenção e todo poder aquilo que lhe pertence. Nada ocorre sem sua expressa permissão e entender essa realidade nos leva a algumas conclusões importantes, em uma época em que o mundo enfrenta a assustadora pandemia de coronavírus.

Se Deus domina tudo e desgraças acontecem, naturalmente ocorrem debaixo da permissão dele. Mas, como conciliar que o Senhor permite uma pandemia que tira a vida de milhares de pessoas pelo planeta com o fato de que ele é bondoso, amoroso, compassivo, cuidador e benigno?

Uma conclusão seria: na verdade, Deus não é soberano e o mundo corre à revelia de seu controle. Essa é uma heresia chamada teísmo aberto (ou teologia relacional, em sua versão brasileira). O problema é que esse pensamento é refutado por todo o relato bíblico, que mostra um Deus que é Senhor absoluto da História.

Outra conclusão seria que o Criador, afinal, não é tão bom assim. Porém, acreditar nisso seria jogar fora as Sagradas Escrituras, que não deixam margem de dúvida sobre a infinita bondade e misericórdia do Deus que é amor.

A terceira conclusão possível é que há na desgraça um propósito divino mais elevado e que ainda não conseguimos vislumbrar. É o que chamo de “bendita desgraça”, isto é, Deus permite um mal com vistas a um bem maior. Acredito que essa é a resposta.

O exemplo que costumo dar para explicar essa realidade é o de uma injeção: qual de nós gosta de tomar? Ainda assim, tomamos. Por quê? Porque somos masoquistas? Não. Porque sabemos que, para evitar um mal maior, é melhor nos submetermos à dor da agulhada.

Procurei mostrar essa realidade em meu livro O fim do sofrimento (Mundo Cristão). Frequentemente, Deus faz isso. Lembra-se do espinho na carne de Paulo? É interessante que o apóstolo explica que Deus decidiu afligi-lo com aquele “espinho” a fim de que ele não se tornasse arrogante pela grandeza das revelações que recebera. Ou seja, um mal muitas vezes é a caneta que Deus usa para escrever a história do bem maior. Sei que isso pode soar meio estranho, mas, à luz da onisciência divina, Deus sabe que aquilo que nos parece absurdo muitas vezes vai ao encontro de uma lógica superior majestosa e inalcançável pela limitada mente humana.

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Exemplos bíblicos não faltam: o Dilúvio, a confusão das línguas em Babel, o exílio na Babilônia, a dominação romana, as chagas e perdas de Jó, as dores de Oseias, os constantes sofrimentos de Israel sob jugo de povos vizinhos, a escravidão no Egito, a cruz de Cristo – o fenômeno se repete: males aparentes que, no grande esquema das coisas, contribuem para proveitos muito mais elevados e importantes.

Tenha uma certeza: o coronavírus não é maior que o Criador dos buracos negros, de Andrômeda, da Ursa Maior, dos quasares e do top quark. Esse mesmo Deus que tudo criou pelo poder de sua palavra não abandonou o mundo ao léu, como uma carruagem desembestada, mas mantém as rédeas bem seguras em suas mãos.

O que ele deseja ao permitir essa pandemia? Talvez, mais contrição. Talvez, mais arrependimento. Talvez, mais busca de sua face. Não temos como saber. Mas podemos ter a certeza e a confiança de que ele segue na direção dos fatos da vida.

De uma coisa eu sei, com absoluta e bíblica certeza: aconteça o que acontecer, todas as coisas cooperarão para o bem daqueles que amam a Deus. E mais: todas as coisas culminarão na glória daquele que amou tanto o mundo que nos deu seu Filho único, a fim de que, com coronavírus ou sem coronavírus, tivéssemos a vida eterna.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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Um dos maiores segredos para a felicidade nas coisas desta vida é o entendimento de que nenhuma alegria dura para sempre. Tudo em nossa jornada está em constante mutação. As pessoas mudam, as circunstâncias mudam, você muda… tudo muda! Infelizmente, o ser humano tem o péssimo hábito de acreditar que as coisas boas durarão para sempre e as más terão prazo de validade. Na realidade, esse pensamento triunfalista é uma mera invenção dos nossos desejos humanos e acreditar nele é pedir para ser infeliz. No chão da vida, não é assim que acontece. Por vezes, a beleza perdurará por muitos anos, mas, em outras tantas, a flor que nasce hoje amanhã estará morta, enquanto o cacto espinhento enfeiará o cenário por muitos anos. Assim é a vida. Conforme-se, para não ser infeliz.

Vejo com frequência artistas que foram famosos no passado e caíram no esquecimento irem a programas de televisão reclamar da vida, como se fosse obrigação das empresas de televisão os continuar contratando. Não é. Patrões fazem o que querem, os artistas que façam o seu melhor para permanecer contratados. Lembro de uma atriz de novelas que, no ostracismo, teve de vender água de coco para pagar as contas e de outro ator de novelas que passou a vender sanduíche natural na praia para sobreviver. Essa é a vida. Hoje se tem, amanhã não se tem mais. Quem vive agarrado às felicidades do passado terá de viver constantemente a frustração do não-mais-ter. Conforme-se, para não ser infeliz.

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Pessoas vêm e vão. Quem te sorri, hoje, te virará o rosto amanhã. Quem te ama, hoje, amanhã amará outro. O seu mais íntimo confessor se tornará alguém distante. O amigo do peito do presente lhe dará as costas no futuro. Quem confia em você, hoje, o considerará um mau caráter amanhã. Quem te faz elogios, hoje, amanhã só fará críticas. E, em geral, não haverá nada que você poderá fazer a respeito. Conforme-se, para não ser infeliz.

Hoje você é dono de fazendas, amanhã morará num casebre humilde. Hoje você é procurado por muita gente, amanhã será ignorado por elas. Hoje você é uma referência, amanhã farão caretas ao pensar em você. Hoje você é rico, amanhã terá perdido tudo. Hoje você é bem considerado, amanhã será desprezado. Hoje você é atraente e sarado, amanhã será pelancudo e barrigudo. Hoje querem ouvir o que você tem a dizer, amanhã o mandarão se calar. Hoje você tem uma ótima reputação, amanhã será considerado um canalha. E, em geral, não haverá nada que você poderá fazer a respeito. Conforme-se, para não ser infeliz.

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Meu irmão, minha irmã, diante desse cenário doloroso, mas visceralmente realista, há como ser feliz? Sim, há. O grande segredo é despir-se das falsas expectativas de que as alegrias que hoje aquecem seu coração durarão para sempre. Entenda que Deus nunca nos prometeu felicidades eternas, muito pelo contrário: a promessa de alegria perene vale apenas para o porvir e não para esta vida. Portanto, se você desfrutar de cada alegria, em cada momento, sem depositar sua felicidade no fato de essa alegria permanecer, se tornará um colecionador de muitas pequenas alegrias pontuais, em vez de um colecionador de frustrações decorrentes de alegrias que inevitavelmente acabarão.

Uma coisa que aprendi com meu novo hobby de jardinagem é que as flores nascem, embelezam e, pouquíssimo tempo depois, despetalam e morrem. É um processo muito rápido. Aprendi com elas que devo desfrutar de cada segundo em que uma flor estará viçosa e vigorosa, para deixar sua beleza e seu perfume maravilharem minha alma. Mas devo me maravilhar sabendo que essa maravilha será passageira e logo desaparecerá. Se eu só puser o foco no despetalar da flor, viverei frustrado e triste. Mas, se eu puser o foco na alegria que aquela flor provoca em mim durante seus poucos dias de vida, serei sempre recompensado por aquela pequena alegria. E, sabe… tenho sempre a esperança que uma nova flor brotará naquela planta, gerando novas alegrias (que também desaparecerão logo depois).

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Quer ser feliz em toda e qualquer ocasião? Então evite se agarrar às coisas passageiras, como dinheiro, fama, reputação, cargos, status, beleza física ou o que for: deposite o verdadeiro contentamento nas alegrias do hoje, do agora, deste exato instante, em vez de condicionar sua felicidade a alegrias que o vento levará pela janela muito em breve. Ele levará, acredite.

Não fique triste por seu filho não ser mais um bebê, desfrute das alegrias da maturidade dele. Não se frustre porque lhe fecharam a porta de que você gostava, pense nas alegrias que teve enquanto ela estava aberta e peça a Deus que lhe abra novas, que tragam novas alegrias. Não se abata porque seu amigo deixou de ser seu amigo, lembre-se com carinho dos tempos que estiveram juntos e peça a Deus que lhe dê novos amigos. Não desanime porque o que dava sentido aos seus dias terminou, ache novas motivações para ser útil e viver sabendo que ainda há propósito para sua existência. Mas, para isso, é preciso ter olhos e ouvidos atentos ao que Deus está lhe mostrando a cada nova curva do caminho.

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Jesus nos ensinou: basta a cada dia o seu mal. Não ponha seu coração no que é passageiro. Tenhamos bom ânimo em meio às aflições de momento. E, acima de tudo, a boa-nova de Cristo nos lembra de que, se as alegrias desta vida são fugazes e acabam como a flor que despenca ao chão após completar seu ciclo, Deus é eterno e seu amor dura para sempre. “Que a graça de Deus esteja eternamente sobre todos que amam nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 6.24), escreveu Paulo. Esta é nossa esperança, meu irmão, minha irmã: graça eterna. Esta é a única certeza de felicidade eterna: graça. A graça do Deus que nos ama e nunca deixará de nos amar.

Amigos lhe virarão a cara. Elogios acabarão. Dinheiro faltará. Bens enferrujarão. Beleza se desfará. Fama mirrará. Cargos serão extintos. Amores desamarão. O presente passará. Alegrias de momento findarão. Desfrute enquanto pode e, quando não puder mais, conforme-se. Sim, sinto saudades de pessoas, amizades, carinhos, momentos, atividades, locais, relacionamentos, experiências e tanto mais, porém… para além da dor da perda, está a conformidade com a inevitabilidade das mudanças. Sua felicidade não pode jamais estar atrelada a uma utópica perenidade das alegrias de momento. A alegria que sustenta tuas pernas nos dias de sol e de chuva deve estar sempre alicerçada na única certeza: a graça dele te basta.

E, sim, essa graça, razão da mais absoluta e exultante felicidade… é eterna.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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O que é ser cristão? Essa pergunta pode parecer meio sem sentido, afinal, é óbvio o que implica ser cristão, certo? Bem, na verdade… não. Pois muitos cristãos parecem ter conceitos meio distorcidos sobre o real significado de uma vida com Jesus, o que influencia diretamente sua jornada com Cristo. Dependendo de como respondemos a essa pergunta, poderemos ser cristãos como Deus quer que sejamos ou uma caricatura bizarra do que um cristão deve ser, uma sombra do verdadeiro cristianismo. Este é um assunto que renderia um livro, mas eu gostaria de sintetizar rapidamente o tema, citando apenas quatro das muitas características de um verdadeiro cristão. Em seguida, vou explicar a razão desta reflexão.

Primeiro: um cristão verdadeiro, nascido de novo, que foi justificado e passou da morte para a vida, necessariamente ama o próximo. Isso é inegociável. Quando confrontado por um mestre da lei para que dissesse qual é o mandamento mais importante, Jesus não hesitou: “O mandamento mais importante é este: ‘Ouça, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua mente e de todas as suas forças’. O segundo é igualmente importante: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Nenhum outro mandamento é maior que esses” (Mc 12.29-31, NVT). Um detalhe: Jesus explicou, na parábola do bom samaritano, que esse “próximo” não se refere somente ao gente fina, ao amigo do peito, ao cara amável de quem todo mundo gosta, ao irmão na fé; nada disso, é, também, o diferente, o desagradável, o caído, o fedorento, o coberto de chagas, o asqueroso, aquele que nos causa repulsa, o abominável, o odioso. Guarde isso.

A segunda característica: ser um cristão é desejar que o próximo seja salvo do inferno e do sofrimento eterno. Pois o cristão verdadeiro é inundado a tal ponto do amor de Deus que lhe seria impossível desejar que alguém tenha de passar pelos horrores da eternidade sem Deus. A Bíblia afirma que muitos irão para o inferno, talvez a maioria das pessoas, mas saber disso é totalmente diferente de desejar que alguém vá para lá.

Antes que alguém comece a polemizar, deixe-me dizer que, a esse respeito, não faz a mínima diferença se você é calvinista ou arminiano, se crê na eleição incondicional ou condicional. Afinal, só Deus sabe com total certeza quem será salvo e quem não será; isso não compete a nós. E, como jamais saberemos quem verdadeiramente é salvo até chegarmos à glória celestial, nosso papel nesta vida é desejar que todos se salvem, mesmo sabendo que muitos não se salvarão. É por isso que evangelizamos, é por isso que obedecemos à grande comissão, é por isso que pregamos o evangelho a toda criatura: na esperança de que cada um a quem proclamamos a boa-nova seja alcançado pela graça de Deus e resgatado de uma eternidade de tormentosa distância de Deus. Portanto, nenhum cristão tem o direito de desejar que alguém vá para o inferno. Guarde isso.

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Terceiro, o cristão verdadeiro repudia os próprios desejos e impulsos quando eles estão em desacordo com a vontade de Deus. Jesus disse: “Se alguém quer ser meu seguidor, negue a si mesmo, tome diariamente sua cruz e siga-me” (Lc 9.23, NVT). Negar a si mesmo significa não fazer o que dá vontade de fazer para fazer o que Jesus quer que você faça. Assim, por exemplo, mesmo que eu me sinta profundamente ofendido por algo que alguém fez, em vez de nutrir ódio em meu coração por ele, ponho em prática o que diz a Palavra: “Abençoem aqueles que os perseguem. Não os amaldiçoem, mas orem para que Deus os abençoe. […] Nunca paguem o mal com o mal. Pensem sempre em fazer o que é melhor aos olhos de todos. No que depender de vocês, vivam em paz com todos. Amados, nunca se vinguem; deixem que a ira de Deus se encarregue disso, pois assim dizem as Escrituras: ‘A vingança cabe a mim, eu lhes darei o troco, diz o Senhor’. Pelo contrário: ‘Se seu inimigo estiver com fome, dê-lhe de comer; se estiver com sede, dê-lhe de beber. Ao fazer isso, amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele’. Não deixem que o mal os vença, mas vençam o mal praticando o bem” (Rm 12.14,17-21, NVT). Guarde isso.

A quarta característica do cristão verdadeiro que eu gostaria de mencionar aqui é: ele pratica a apologética como a Bíblia determina que se pratique a apologética. E como é isso? Paulo responde: “O servo do Senhor não deve viver brigando, mas ser amável com todos, apto a ensinar e paciente. Instrua com mansidão aqueles que se opõem, na esperança de que Deus os leve ao arrependimento e, assim, conheçam a verdade. Então voltarão ao perfeito juízo e escaparão da armadilha do diabo, que os prendeu para fazerem o que ele quer” (2Tm 2.24-26, NVT). Em síntese: um verdadeiro servo do Senhor não é briguento e deve lidar com quem se opõe não com ódio, palavras ofensivas e agressividade, mas com amabilidade, paciência e mansidão, instruindo quem se opõe e não brigando ou atacando! O objetivo ao fazer isso? A esperança de que Deus leve o opositor ao arrependimento. A esperança da salvação. Quem diz isso não sou eu, é Paulo. Guarde isso.

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Muito bem, por que estou falando sobre esse assunto? Eu explico: há poucos dias, vi um jovem irmão em Cristo postar nas redes sociais um vídeo de um cidadão de uma igreja herética bem conhecida pregando a abominável teologia da prosperidade, dizendo aos fieis para “fazerem o sacrifício” de entregar carro, dinheiro e bens à igreja. Todos já vimos esse filme, é algo de revirar o estômago. É ofensivo ao evangelho verdadeiro. Até aí, todos compartilhamos da indignação com relação a esse tipo de engodo, que usa o nome de Deus para tirar dinheiro das pessoas. Mas o que me assombrou foi ver esse irmão, estudante de um excelente seminário teológico, que tem excelentes professores, postar o seguinte texto junto com o vídeo, em relação ao tal falso pastor: “Que Deus o leve logo para o inferno. Amém”. Sim, você não leu errado: “Que Deus o leve logo para o inferno. Amém”.

Confesso que ler essa afirmação abominável me revirou o estômago tanto quanto assistir ao vídeo abominável do “pastor” aproveitador. Por quê? Porque essa não é a postura que devemos ter como cristãos. Desejar que uma pessoa vá para o inferno não é, nem de longe, amar o próximo. Desejar que uma pessoa vá para o inferno não tem nada a ver com a postura de um cristão diante de alguém que ainda não foi alcançado pela graça. Desejar que uma pessoa vá para o inferno não é negar a si mesmo, é dar vazão a impulsos e desejos carnais em vez de olhar para os perdidos com o olhar que Deus teve ao enviar Jesus para morrer na cruz. Desejar que uma pessoa vá para o inferno é o oposto da apologética bíblica, pois é exatamente o que o diabo quis fazer com Adão e Eva.

Em suma, desejar que uma pessoa vá para o inferno é  tudo o que um cristão verdadeiro não deve desejar.

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Muitas vezes depararemos com pessoas ofendendo de tal modo o evangelho que nosso impulso será desejar que o juízo venha sobre elas. Porém, esse não é nosso papel: só Deus tem o direito de exercer seu justo juízo sobre os blasfemadores e os inimigos da fé. Lembremo-nos de que Paulo de Tarso não era uma pessoa melhor do que o tal “pastor” do vídeo até o dia em que foi confrontado por Cristo e alcançado pela graça. Todo pecador e blasfemador é um Paulo em potencial e não cabe a nós mandá-lo para o inferno. Nosso papel é orar por ele, pedindo a Deus que lhe estenda sua graça, o chame ao arrependimento, o justifique, faça dele nova criatura e o salve do inferno. O cristão verdadeiro precisa olhar para quem joga pedras na cruz com o desejo de que um dia ele venha a dizer: “Verdadeiramente, este era o Filho de Deus”.

Prefiro crer que um comentário desses vindo de seminaristas e irmãos em Cristo seja uma falha provocada por um processo de santificação e amadurecimento espiritual em estágios iniciais. Porque, se isso for um comentário que reflita uma postura solidificada de um cristão, que triste é ver cristãos que pensam isso. É um assombro. É o cúmulo da falta de piedade e misericórdia. Até porque o entendimento da obra de salvação de Cristo nos revela que todos nós éramos tão abomináveis como esse falso profeta do vídeo até sermos alcançados pela graça. O que não podemos admitir é que continuemos sendo abomináveis após a justificação. Espero que não seja o seu caso.

Quanto mais alguém estuda a Palavra e se aprofunda na teologia, mais deveria se aprofundar na piedade e na compaixão pelos espiritualmente doentes, e não no ódio e na agressividade. O falso pastor do vídeo não me assombra, pois ele visivelmente precisa de Cristo. Oro por isso. Oro por sua conversão. Oro para que um dia eu o encontre no céu. Duro é ver cristãos que frequentam bons círculos teológicos acharem que é bacana desejar que Deus mande alguém para o inferno. E, pior: “logo”. Incompreensível. Assombroso. Que tipo de cristianismo é esse?

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Paulo conta em 1Coríntios 5 o caso de um homem da igreja de Corinto que cometia o abominável ato de se relacionar sexualmente com a própria madrasta e, por isso, trazia escândalos para a Igreja de Cristo e sujava seu bom nome junto à sociedade. Repare que o apóstolo orienta a igreja a “excluir de sua comunhão o homem que cometeu tamanha ofensa” (v. 2, NVT) e, em seguida, diz: “Entreguem esse homem a Satanás, para que o corpo seja punido e o espírito seja salvo no dia do Senhor” (v. 5, NVT). O ato abominável leva Paulo a propor disciplina eclesiástica e até a desejar que o corpo do cidadão sofresse as consequências de seus atos, mas, com que finalidade? Que “o espírito seja salvo”!  Com isso, Paulo deixa claro que, por mais horripilante que seja o pecado de um homem, a finalidade e o desejo do cristão verdadeiro continuam sendo que as pessoas espiritualmente falidas sejam salvas do inferno. Porque desejar o horror eterno a alguém não é algo que nenhum cristão deva desejar para o próximo – por pior que ele seja.

Meu irmão, minha irmã, eu e você veremos com frequência pessoas que ofendem a cruz, que lançam lama no bom nome da Igreja de Cristo. Nosso estômago revirará. Sentiremos nojo, raiva, indignação. A questão é: como reagiremos a isso? E a resposta a essa pergunta é que demonstrará como anda nossa espiritualidade. Reagiremos com desamor, condenação, juízo, carnalidade, brigas, ataques e ofensas… ou como a Bíblia nos manda reagir? Abençoemos quem nos persegue. Oremos para que Deus os abençoe. Não devolvamos mal com mal, mas com o bem. E não há bem maior que alguém possa fazer por outra pessoa do que, em vez de desejar o que o diabo deseja para a humanidade, que é irmos para o inferno, desejar o que Deus deseja para a humanidade: que as piores pessoas do mundo creiam em Jesus e, assim, não pereçam, mas tenha a vida eterna.

Como disse no início deste texto, “o que é ser cristão?” é uma pergunta cuja resposta daria para escrever um livro. Mas quero terminar este texto respondendo, de forma curta e objetiva, a outra pergunta: “O que não é ser cristão?”. E a resposta é: com absoluta certeza, ser cristão não é querer que Deus leve logo alguém para o inferno.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >
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Não sei se você já tomou conhecimento disso, mas há poucos meses foi lançado um par de óculos especiais que permite a pessoas daltônicas enxergar as cores. Um daltônico é alguém que sofre de um tipo de deficiência visual que não lhe permite ver algumas cores específicas. Por essa razão, ele não consegue ver o verde, o vermelho, o azul ou o amarelo (dependendo do caso) e, no lugar dessas belas cores, enxerga tons sem graça, como cinza e marrom. Você consegue imaginar como se sente alguém que viveu anos ou décadas  enxergando o mundo com cores monocromáticas e apagadas e, de repente, põe os tais óculos e passa a ver a vida em todo o seu esplendor de cores? Pois bem, não é preciso mais imaginar. Isso tornou-se realidade quando esses óculos especiais chegaram ao mercado, há poucos meses.

Para continuarmos nossa reflexão, eu pediria, por favor, que, antes, você assistisse a um vídeo que mostra daltônicos enxergando por meio desses óculos e vendo as cores em toda a sua vivacidade pela primeira vez. Veja neste link: https://youtu.be/TROCGz5qvmw. Só depois de ver pelo menos uma parte do vídeo, por favor, continue a ler este texto, para que ele faça sentido.

Eu espero, pode ir lá assistir. 

Pronto.

Assistiu ao vídeo? Então vamos adiante.

Foi emocionante, não? Eu confesso que derramei lágrimas nas duas vezes em que o vi. O que mais tocou meu coração foi tentar me pôr no lugar daqueles homens e mulheres e imaginar como foram impactados pela diferença de sua percepção da vida antes e depois de pôr os óculos. 

É importante lembrar que nenhuma dessas pessoas jamais havia visto o mundo de modo diferente do que sempre viram: cinzento, amarronzado, monocromático, sem graça. Para eles, aquilo era a normalidade. Eles não tinham como compreender plenamente o que significava enxergar a vida com todas as suas cores verdadeiras. Por essa razão, visto que nasceram e cresceram tendo como único referencial aquela realidade distorcida, se acostumaram a ela e não conseguiam nem ao menos conceber que o mundo fosse qualquer coisa diferente do que sua concepção lhes mostrava. 

Até que puseram os óculos. 

Pense na emoção que sentiram. Eles se deram conta de que, pela primeira vez, estavam vendo as coisas como elas verdadeiramente são. A verdade é vibrante, é vivaz, é vermelho-sangue, laranja, verde em tons diferentes, é magnífica! Porém, como seus olhos jamais tiveram a capacidade de enxergar a realidade como ela é, aqueles daltônicos estavam acostumados à pasmaceira de sua percepção monocromática, sem graça, monótona. A vida daquelas pessoas era uma sombra da realidade, pois elas não conseguiam enxergar as verdadeiras cores da realidade. Em outras palavras, seu mundo era uma mentira – o que não as incomodava, visto que estavam totalmente acostumadas à sua concepção inverídica da própria existência. Mas, depois que puseram os óculos especiais, com toda certeza sua vida nunca mais foi a mesma.

Aqueles óculos me lembram o evangelho de Cristo. Nascemos mortos em delitos e pecados, satisfeitos com nossa vida de miséria. Acreditamos piamente que aquele mundo cinzento e amarronzado em que vivemos é a única realidade possível e não conseguimos conceber que haja uma realidade melhor, mais verdadeira, extraordinária e vibrante do que o nosso universo cinza. Nos conformamos em achar que os múltiplos tons de verde nas árvores da existência são de uma única tonalidade, que o céu do pecado é maravilhoso em sua cor pálida e sem graça, que os balões da festa da eternidade são ótimos do jeito que estão. Não achamos que nada precisa mudar. Estamos acomodados com a realidade irreal em que habitamos desde sempre. 

Até que…

Um dia, o Espírito Santo de Deus põe em nosso rosto os óculos da graça. E, quando nos damos conta… uau! Uau! Tudo muda! A reação de quem consegue pela primeira vez enxergar a vida pelas lentes do evangelho da graça não é muito diferente da que tiveram os daltônicos do vídeo ao se dar conta de que a vida real era infinitamente mais extraordinária do que a sua percepção distorcida da vida. Se passamos por um real novo nascimento, a emoção é similar. Percebemos que tudo o que vivemos até ali era uma mentira. Um simulacro. Vivíamos na caverna e achávamos que as sombras eram vida. Ficamos pasmos. Assombrados. Estupefatos. É o que a graça faz: nos mostra a beleza daquilo que jamais havíamos percebido antes. E estamos maravilhosamente condenados a nunca mais olhar para a vida da mesma maneira. 

Durante os minutos em que assisti ao vídeo, dois pensamentos ficaram em minha mente:

O primeiro foi ficar refletindo sobre a genialidade de quem criou esses óculos. Se as pessoas do vídeo estavam tendo aquela experiência extraordinária, não era por mérito delas, mas do criador daquela tecnologia. Alguém que se dedicou, provavelmente por anos, a decifrar como criar óculos que permitissem a daltônicos ver as cores como realmente são. O mundo que aqueles homens e mulheres descobriram foi por puro mérito do criador dos óculos. Assim como, no evangelho de Cristo, ver a vida pelas lentes da salvação é algo que recebemos por mérito único e exclusivo do Criador. Isso é graça. Nós estávamos parados, felizes com nossa vida cinzenta de pecado, sem desejar nada diferente das folhas marrons das árvores da vida, quando Deus pôs os óculos da graça em nosso olhos e passamos a ver tudo de modo novo, extraordinário e verdadeiro. 

O segundo pensamento foi sobre o fato de que as pessoas do vídeo que receberam os óculos os ganharam de presente de alguém, a mãe, o pai, a esposa ou um amigo. Alguém foi o responsável por levar ao daltônico a boa-nova de que aqueles óculos lhe permitiriam ver o mundo de modo diferente. No evangelho de Cristo, isso também ocorre. Para que as pessoas consigam ter acesso aos óculos da graça salvadora, alguém como eu e você tem de levar até elas essa boa-nova. O nome disso, você já sabe, é evangelismo. 

Você não ficou emocionado ao ver aqueles daltônicos sendo tocados na alma por descobrir a verdade da vida? Não agradece a Deus por alguém ter tido a ideia de dar-lhes aqueles óculos? Se a sua resposta a essas perguntas foi positiva, gostaria de estender esse questionamento à pregação do evangelho: você tem o mesmo tipo de emoção ao ver uma pessoa convertida a Cristo? Se não tem, deve se perguntar por que um daltônico ver cores o emociona mais do que uma alma ser salva do inferno. Se tem, eu perguntaria quantas vezes você já foi o canal para pessoas sentirem esse tipo de emoção. Em outras palavras: quanta gente você já evangelizou? A quantas almas cinzentas você já estendeu os óculos da realidade espiritual?

A cruz e a sepultura vazia são os óculos que nos deram acesso às cores desta vida e da vida eterna. Mas, se não formos até os daltônicos espirituais e lhes estendermos esses óculos por meio da proclamação do evangelho, eles continuarão eternamente achando que o vermelho é cinza e que o verde é marrom. Como embaixador do reino de Deus, você tem proclamado a salvação por meio de Cristo? Tem aberto a boca para chamar pecadores ao arrependimento e à remissão de seus pecados? De nada adiantará haver óculos disponíveis se você não os levar aos daltônicos espirituais. 

Termino com uma reflexão. Imagine que um daltônico tivesse outro amigo daltônico. O primeiro ganha de presente os óculos especiais mas jamais conta ao amigo o que aqueles óculos são capazes de fazer por ele. O que você pensaria desse cara? Gostaria dele? O consideraria uma pessoa legal? Ou o consideraria um egoísta desalmado, que desfruta de todos os benefícios e todas as emoções proporcionados por ter e usar aqueles óculos sem compartilhar com o amigo? Assim é, também, com quem desfruta de toda a espetacular experiência que é ver o mundo pelos óculos da graça e ter a salvação por meio de Cristo e guarda para si essa boa-nova. Como tem sido com você? Você compartilha o evangelho com quem não conhece o amor de Cristo ou o guarda só para si? O que a sua atitude fala a seu respeito?

Se você percebe que tem sido silencioso e não compartilha a maravilhosa e multicolorida graça de Cristo com o mundo cinzento e triste, alguma coisa está errada. Algo precisa mudar. E só depende de você.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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O encontro diário de quem foi chamado com aquele que o chamou é uma experiência ímpar da jornada. Mais do que o deslumbre que se tem ao se entrar em uma catedral pomposa e luxuosa, é o êxtase da intimidade que maravilha o verdadeiramente devoto. Para o filho, paredes, vitrais, arcos e colunas significam pouco; é o calor da presença do Pai no aconchego do quarto vazio e silencioso que o abraça e aquece seu coração. É ali, na solitude do choro e dos sorrisos que ninguém vê que o penitente encontra consolo para o coração cansado. 

Seu jugo é suave. Seu fardo é leve. Sobre ele repousam todas as nossas ansiedades. E ele nos chama para isso, sem restrições. “Fecha a porta e vem falar comigo”, sussurra, convidativo. Ali, você lhe diz quanto doeram as ofensas sofridas naquela tarde, a acusação ouvida naquela manhã, o abandono da véspera, a dor de testemunhar a dor do próximo. Ele quer ouvir de você quanto doeu o desprezo do irmão que sentou ao seu lado na igreja e a deslealdade do seu líder, que contou os seus pecados para outras pessoas. Ele, o amado,  balança a cabeça. E sussurra: “Perdoa, eles não sabem o que fazem”. Ele te entende. E lhe dá a paz. 

Depois de consolá-lo, ele põe uma mão em seu ombro, encostando em sua pele a chaga que lhe deu perdão, e diz: “E quanto a você? Quem você feriu? Em que você me entristeceu?”. Ele já sabe a resposta, mas quer ouvir dos seus lábios. Dói, eu sei, mas é preciso dizer. Pôr para fora. Confessar. Cabisbaixo, você reconhece as mentiras, o dano, a fraqueza, o ódio, os pensamentos transgressores. Sua impureza sai pelos seus lábios, as lágrimas descem, o Santo Espírito toca seu coração e o convence: é pecado. O arrependimento arde. A chaga é eficaz. Arrependimento. Confissão. Perdão. Restauração. 

Você sorri. Ele sorri. Agora, mais leve, é hora de conversar em maiores profundidades. 

“Sobre o que o Senhor quer que eu fale?”, você indaga. “Sobre o que você quiser”, é a resposta. Ele segura suas mãos, como se conduzindo seus passos, suas palavras e prioridades, seus interesses e desejos. E você fala. Desabafa. Compartilha. Lança o fardo. 

Depois de muito falar, vem o silêncio. Parece que ele deseja que você pergunte algo, mas você não sabe o quê. Ele ajuda: “Quer me ouvir agora?”. Você balança a cabeça, positivamente. E ele começa a discorrer sobre compaixão e graça. Fala sobre perdão. “Eles não sabem o que fazem”, repete. E você é levado a amar, estender graça e misericórdia.  Se é difícil, creia, ele ajuda. 

É quando você transborda. Seus joelhos escorregam para o chão, seu beijo toca as chagas que adornam os pés do Cordeiro. Seus olhos cantam lágrimas enquanto seus lábios transpiram louvores. É momento apenas de amar. Elogiar. Agradecer. Reconhecer. Adorar. 

Quando o coração transborda, ele puxa você para seu abraço. Ali, acolhido no seio do Amor, você encontra o lar. Sim, ali é seu lugar. Ali é o descanso. Ali é a paz. 

Findo o momento tão belo e transformador chamado oração, ele se despede, sem ir embora. Você não o vê, mas ele prossegue ali. E prosseguirá, todos os dias, até o fim dos tempos. O amém soleniza o fim daquele momento. Você se põe de pé e deixa o quarto, o secreto, o teu suntuoso e íntimo templo pessoal de comunhão, de culto, e sai para enfrentar aquele mundo em que há aflições. 

Mas… há paz. Há ânimo. Pois ele venceu o mundo. Ele venceu a morte. Ele venceu a serpente. Ele venceu o pecado. Ele venceu. E, porque você é filho, é herdeiro da vitória. 

As coisas têm sido difíceis, meu irmão, minha irmã? Vá ao quarto. Vá ao secreto. Beije as chagas. Deixe o fardo, receba a paz. E, depois…

Depois?

Depois é só se lembrar de que ele tem cuidado de você. E continuará cuidando, pelos séculos dos séculos. 

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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Este é o post número 500 do blog APENAS. Já são quase 6 anos escrevendo reflexões sobre os mais variados aspectos da vida cristã. Foram quase 2.100 dias cheios de altos e baixos, textos escritos em meio à dor ou à alegria, com o único objetivo de contribuir de algum modo para a edificação dos meus irmãos e de minhas irmãs e para a glória do Criador. Sinceramente, quando penso nesse número mal consigo acreditar. Ao olhar para essa jornada, me vêm à mente alguns pensamentos, que gostaria de compartilhar com você.

1) Penso na graça de Deus. Muitas vezes li, ao longo desses quase 6 anos, muitos comentários de assinantes do blog agradecendo, elogiando e relatando como foram abençoados por textos compartilhados aqui. Sempre que leio um depoimento como esse, acredite, me pergunto “como é possível?”. Sou uma pessoa absolutamente comum, cheia de pecados, com angústias e dúvidas, altos e baixos, sem nenhum pingo de santidade a mais que qualquer outra, que apenas se esforça. E, ainda assim, aprouve ao Senhor usar este vaso de barro bem rachadinho e esfarelento para levar o tesouro da sua Palavra às pessoas que acessaram mais de 3,4 milhões de vezes o APENAS. Não é, de modo algum, falsa modéstia, é uma percepção realista: isso só foi possível pela graça de Deus. Sim, reflexões de um cidadão tão pecador como eu abençoarem a sua vida é uma prova gigantesca de que a graça de Deus age como quer, onde quer, por meio de quem quer. Graça.

2) Penso em como somos seres capazes de mudar. Em 2011, quando criei este blog, eu era um cristão irado, um caçador de hereges, que escrevia textos raivosos e verborrágicos “em nome de Jesus” e achava que com isso estava contribuindo com o reino de Deus. Depois de um processo muito doloroso em minha vida pessoal, parei, pensei, orei e percebi como eu estava errado. Decidi reler os evangelhos com atenção especial para o que Jesus disse, como disse e com que finalidade disse. Dessa percepção, morreu o escritor que discutia com fúria e termos rebuscados acerca de institucionalismos e nasceu o escritor disposto a escrever numa linguagem que todos entendessem e dedicado a falar ao coração humano. Deixei de lado debates intermináveis sobre temas intermináveis e periféricos da teologia e passei a escrever sobre temas centrais da fé, como perdão, sofrimento, fé, amor, graça. Desisti de ser um cruzado vingativo e decidi ser um pacificador que devolve o mal com o bem. Transformação.

3) Penso na possibilidade de corrigir erros do passado. Quando passei por esse processo doloroso, fiquei alguns meses sem escrever, refletindo, me reinventando. Decidi reler textos do início do blog. Apaguei cerca de vinte deles, por não concordar mais com o que eles diziam. Em geral, por serem textos agressivos, ofensivos, irados. Eu não queria mais ser assim. Queria ser como Cristo, manso e humilde de coração. E isso exigia arrependimento e consertos. Assim como Zaqueu, tentei corrigir o passado. O jeito que enxerguei foi deletando aquilo em que eu não mais acreditava. Descobri que o pensamento “eu sou desse jeito mesmo e é assim que Deus vai me usar” não é bíblico, pois todos podem corrigir os erros, trabalhar o temperamento, voltar atrás e buscar consertar os estragos que provocaram. Arrependimento.

4) Penso que não custa caro amar o próximo. Este blog nunca teve um anúncio pago sequer, nunca me rendeu nenhum centavo. Não o criei como fonte de renda, minha motivação sempre foi e continua sendo edificar vidas, para a glória de Deus. Descobri que não ter nenhum tostão no bolso não é desculpa para deixar de fazer algo pelos outros. Não tenho riquezas, quase não tenho economias, mas, por meio de uma ferramenta gratuita de criação de blogs, oferto a meus irmãos e irmãs toda semana aquilo que Deus quis me dar: pensamentos, conhecimento bíblico, caminhos percebidos para as dores da vida. Também nunca pedi para ninguém curtir minhas postagens, comentar, compartilhar, nada que fosse um estímulo induzido a arrebanhar seguidores ou assinantes: divulga o blog quem deseja, convida amigos para assinar quem é tocado no coração. Divulgação espontânea, de quem Deus leva a fazer isso. Zero centavo em propaganda. Amor ao próximo.

5) Vi que o fracasso faz parte da jornada. Fiz algumas tentativas no APENAS que não foram bem-sucedidas. Gravei Mateus e Marcos em áudio, mas foram tão poucos acessos que tirei as gravações do ar. Tentei fazer sorteios, com poucos interessados. Escrevi sobre questões a que pouca gente deu ouvidos. Gastei horas da vida escrevendo reflexões que não tiveram muita consequência. Fui atacado ferozmente por pessoas que leram algo de que discordavam e, por isso, me chamaram de nomes que não me atrevo a reproduzir. Descobri com isso que, mesmo que o que você não faça duas ou três coisas que acertem o alvo, deve continuar tentando, pois os acertos sempre vão compensar os fracassos. Perseverança.

6) Descobri que o poder da Palavra é realmente extraordinário e, uma vez que você proclama o evangelho genuíno, puro e simples, sem segundas intenções, ele terá consequências que independem de você e dos seus esforços. Por vezes, escrevi textos que me pareceram simples demais ou até meio bobinhos e, para minha surpresa, diversos assinantes disseram ter sido muito tocados por ele. Outras vezes, escrevi algo que gente de outros continentes leu e disse ter sido abençoado. Marcou-me em especial uma irmã que me procurou em um evento para dizer que havia desistido de se suicidar ao entrar na internet para descobrir a melhor forma de tirar a própria vida e acabou mudando de ideia ao ler um texto que escrevi. Tudo isso, tenha a absoluta certeza, não é de modo algum mérito meu: é mérito do poder sobrenatural da Escritura. Palavra.

Eu poderia continuar relatando mais e mais coisas que aprendi em minha jornada com o APENAS, mas vou terminar por aqui, pois algo que também descobri é que as pessoas em geral não gostam de ler textos longos na Internet. Curiosamente, isso fez de mim um autor de livros. Pois foi ao produzir escritos que não caberiam neste espaço, fruto de pesquisas aprofundadas na Escritura, que acabei escrevendo livros como Perdão totalO fim do sofrimentoConfiança inabalável, Na jornada com Cristo e outras obras. Em maio chega às livrarias meu nono livro publicado, Perdão total no casamento. E, enquanto Deus me iluminar para eu escrever o que é grande demais para o APENAS, continuarei dando à luz textos que poderão vir a se tornar livros.

Obrigado por sua leitura. Obrigado por sua companhia. Obrigado por me permitir o privilégio de contribuir para sua jornada com Cristo. Agradeço, em especial, a você que está entre os mais de 3,4 mil assinantes, que optaram por se cadastrar para receber as postagens por e-mail e, assim, se tornaram companheiros fieis na estrada da vida cristã. Ter a sua companhia nesta jornada é o que me incentiva a continuar escrevendo, por saber que as reflexões que brotam em minha mente e em meu coração não se perderão no vento, mas encontrarão pouso na sua alma. Oro constantemente por cada um dos assinantes do APENAS. Que Deus os abençoe, guarde, ilumine e conduza, sob sua poderosa e amorosa mão. E aguardo, com expectativa, o dia em que conhecerei face a face todos vocês, quando, juntos, viveremos naquele lugar em que não haverá choro, nem sofrimento, nem dor. Apenas o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Apenas eternidade. Apenas alegria. Apenas amor. Apenas paz. Apenas.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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oscar-1Foi vergonhoso. Na cerimônia deste ano de entrega do Oscar, o prêmio máximo do cinema americano, a maior gafe possível aconteceu: na hora de anunciar o vencedor na categoria “Melhor filme”, a organização trocou os envelopes. Resultado: foi anunciado como vencedor o longa-metragem La la land. Equipe e elenco subiram ao palco. Beijos e abraços. Comemorações. Os produtores seguraram a estatueta e fizeram discursos de agradecimento. Foi quando, para surpresa geral, entraram algumas pessoas da organização no palco para corrigir o anúncio: o vencedor na realidade era outro filme, Moonlight. O envelope errado havia sido entregue ao ator que apresentava o prêmio. Que vergonha. Surge a pergunta: como pode os organizadores de um evento tão bem ensaiado e preparado como a cerimônia de entrega do Oscar cometerem um erro tão elementar como esse? A Bíblia responde. 

A resposta do evangelho é: o ser humano falha. Erra. A perfeição não existe entre nós, por mais que nos esforcemos. Esforço humano nenhum nos livra de nossa natureza falível. Ninguém é digno de abrir os selos. Todos pecamos e destituídos fomos da glória de Deus. Todos nascemos miseravelmente pecadores, inclinados ao erro, desejosos de transgredir a vontade divina. Precisamos desesperadamente da graça do Criador, que nos justifica aos olhos do Todo-poderoso. Não fosse ela, carregaríamos um peso tão grande de culpa nas costas, por conta de nossos muitos e frequentes erros, que jamais poderíamos herdar a vida eterna. 

Eu entrego envelopes errados todos os dias, muitas vezes por dia. Por mais que me organize e me esforce para entregar os envelopes certos, no frigir dos ovos entrego os errados. Por minha causa, muita gente tem de devolver as estatuetas e abafar os discursos de agradecimento. Sou culpado disso, pois sou tão falível quanto os organizadores do Oscar. E você também é. 

O pecado é essa força, ao mesmo tempo humana e desumana, que me distancia da capacidade de acertar sempre. Felizes são aqueles que percebem tão terrível realidade e, por essa razão, correm aos pés do único que nunca errou, sedentos por sua graça. Precisamos da misericórdia daquele que é capaz de nos perdoar quando erramos. É possível que o funcionário responsável por entregar o envelope certo ao apresentador do Oscar tenha sido demitido depois de cometer tão grande gafe, não sei. Mas sei com certeza que Deus nunca demite os que erram, desde que se arrependam, reconheçam sua natureza destituída de méritos e recorram ao perdoador, abraçando-o como Salvador e aquele que “perdoa todas as tuas iniquidades” (Sl 103.3). 

Many identical businessmen clones. Businessman production conceptMeu irmão, minha irmã, essa é a razão pela qual devemos corrigir com mansidão e misericórdia os que erram, no intuito de restaurá-los. Não devemos ser tão furiosos e arrogantes em nosso trato com os que transgressores, pois  transgredimos tanto quanto eles; a diferença é só o tipo de transgressão. Devemos estender aos que erram a mesma graça que Deus nos estende quando erramos, pois nosso objetivo não é detoná-los, mas restaurá-los, mediante o arrependimento e o perdão. Seja menos implacável. Seja menos condenador. Seja mais compassivo. Seja mais restaurador. Até porque o único em condições de condenar quem erra não somos eu ou você, é aquele que foi condenado, injustamente, pelos nossos erros. Felizmente, ele subiu à cruz em nosso lugar e pagou o preço que competia a mim e a você pagar, nos permitindo, apesar de nós, ter acesso à glória eterna do Deus que está acima de todo e qualquer erro. 

O erro do Oscar me faz ver a necessidade de priorizarmos o que de fato é prioritário. Menos condenação, mais restauração. Menos agressividade, mais paz. Menos farisaísmo, mais mea culpa. Menos palavras duras, mais palavras mansas e temperadas. Menos carne, mais espírito. Menos ego, mais Cristo.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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