Posts com Tag ‘Amor’

Minha mãe foi internada. Apêndice supurado, infecção generalizada, cirurgia de emergência, coma induzido, intubamento. Estado grave. A cada dia, uma tensão; uma expectativa; uma dor; uma, duas, três, muitas lágrimas; incontáveis orações.

O quadro melhora. A esperança vem. Vamos tirar do coma para tentar remover o tubo, diz o médico. Drogas suspensas, tubo tirado, orações esperançosas de gratidão.

Vou visitá-la no CTI. O médico informa que está sedada e não ouvirá nada. Teimoso, por amor, chego ao lado do leito, a mãe inerte como uma boneca de pano. Olhos fechados. Boca aberta. Inconsciente. Mas é quando vem aquela coceira estranha chamada…

fé.

Fé que me faz conversar com aquele corpo imóvel e desacordado.

Acaricio seus cabelos e seu rosto. Digo palavras de amor. Ponho para ela ouvir o áudio da netinha que mandou beijos e do irmão que mora no exterior.

Nenhuma resposta ou movimento.

Imponho a mão sobre sua cabeça e digo que vou orar por ela. Oro. Assim que a oração termina, a boneca de pano abre os olhos com muito esforço e olha para o céu.

“Mãe, você está consciente? Me ouve? Se está entendendo o que estou falando, pisca uma vez”. Ela pisca. Quase choro. Me derramo em palavras de amor, perdão, conexão. Ela responde com piscadelas. Uma para “sim”. Duas para “não”.

Falo tudo o que tinha de falar. Chega o fim da visita. Digo: “Mamãe, te amo. Se você quer me dar um beijo, pisca uma vez os olhos”. Ela pisca uma. Duas. Três. Quatro. Cinco. Incontáveis. Rajada de piscadas de olhos. Sou coberto de beijos pelo olhar de amor da mãe paralisada. Saio do hospital com a fé renovada na recuperação.

Ontem, a má notícia. Mamãe tem piora brutal. Precisa ser reintubada. Falência renal. Pressão descontrolada. Infecção hospitalar. A médica pergunta se queremos deixá-la inconsciente até o desfecho ou lutar. Optamos pela luta. Hemodiálise. Traqueostomia, os últimos recursos. Estado gravíssimo.

Não sei se voltarei a falar com minha mãe nesta vida. Mas, se não falar, levarei para sempre na memória o gentil gesto de Deus, que me permitiu ser coberto de beijos por uma mãe que não precisou falar nada para dizer tudo.

Meu irmão, minha irmã, se você não está ouvindo mais a voz de Deus, permita-me lhe dizer, com toda fé do mundo: creia, ele está piscando para você.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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Pedro trai Jesus. Comete o pecado sobre o qual o Senhor alertara que quem o cometesse seria negado diante do Pai. Entenda, o que Pedro fez não foi pouca coisa. Suas ações tinham consequências eternas gravíssimas! Para piorar, ele tornou-se o apóstolo que mais traiu Cristo: se Judas o fez uma vez; Pedro traiu três vezes.

Sim, foi fundo o poço em que Pedro se atirou. Se o pescador estivesse em uma de nossas igrejas, hoje, não é difícil imaginar o que lhe aconteceria. Rejeição coletiva. Cochichos pelos cantos. Disciplina eclesiástica. Humilhação pública. Proibição de exercer cargos. Memes de internet. Notas em sites de fofoca gospel. Apedrejamento nas redes sociais. Escândalo. Não negue, você sabe que é assim que agimos com nossos pecadores da vez.

Assim é como nós agimos. Jesus, não.

Para Jesus, tudo se resolve com o conceito mais importante de todo o evangelho: “Tu me amas?”.

Sim, a solução, para Cristo, é o amor. Amor que gera arrependimento sincero. Mudança de rumo. Restauração. Renovação. Recomeço. Foi o amor que cobriu a multidão de pecados de Pedro. Não foram a exposição pública, o deboche dos santos juízes, o apedrejamento dos justos inerrantes, uma nota pública de repúdio, o boicote dos moralistas. Nada disso: amor.

“Tu me amas?” é um tapa na cara dos irmãos mais velhos do filho pródigo, ávidos por justiçamento, sedentos pelo cumprimento de uma moral que eles mesmos jamais conseguem cumprir – e ainda assim não saem da internet, dos púlpitos e dos congressos desfilando rosários de lições. Quando tudo o que Cristo exige é amor. Amor vivo, transformador, sacrificial. Que torna apologistas grosseiros em homens mansos, pastores abusivos em amigos restauradores, teólogos verborrágicos em irmãos que edificam, líderes vaidosos em homens que priorizam o rebanho a seus interesses pessoais e familiares. Amor que muda tudo, seca os pés do Mestre com os cabelos e redefine a jornada.

Muitos rejeitam o amor como a solução para os males deste mundo. Ou não entenderam o amor bíblico ou são incapazes de amar. Felizmente, para esses e todos os demais pecadores que somos, resta uma esperança: que Jesus nos pergunte uma e somente uma coisa: “Tu me amas?”.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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Você já ouviu falar de Gandhi, hindu pacifista que, utilizando a filosofia da não violência, liderou – e conquistou – a independência da Índia. Enquanto os exércitos ingleses vinham com porretes, ele revidava com jejuns, inteligência, bons argumentos e manifestações pacíficas. Gandhi disse: “A não violência nunca pode ser usada como um escudo para a covardia, é uma arma para os bravos”.

Em seus anos estudando na Inglaterra, ele teve contato com o cristianismo. Indagado sobre se a fé cristã não o atraía, ele respondeu que o Cristo sim, mas a incompatibilidade entre os ensinamentos de Jesus e a prática dos cristãos o mantinha afastado. Sobre certo cristão que conheceu, Gandhi disse: “Ele pecava com olhos abertos, e mostrava-me que isso nem ao menos o deixava angustiado”.

Vejo o exemplo e as palavras de Gandhi, um hindu pagão, e os comparo com muitos de meus irmãos e irmãs em Cristo de nossos dias. Por alguma razão bizarra, enorme quantidade de cristãos passou a acreditar que belicosidade é o caminho para as conquistas do evangelho.

Esse ramo da igreja se espelha no péssimo exemplo de líderes cristãos violentos, a quem consideram pessoas corajosas e destemidas. Quanto mais os tais líderes berram, cospem e batem na mesa, mais “ungidos” lhes parecem. Jogam no lixo as virtudes do fruto do Espírito e fazem malabarismos teológicos para justificar agressões e ataques aos “inimigos da fé” como se a agressividade e o ódio fossem virtudes. A Bíblia, para eles, não é centrada na cruz, mas no azorrague de Cristo.

Esquecem dos mártires do Coliseu. Esquecem das palavras de Jesus a Pedro após esse decepar a orelha de Malco. Esquecem do fiasco que foi o uso da violência por cristãos nas Cruzadas. Esquecem do Sermão do Monte. Esquecem de Romanos 12. Esquecem de 2Timóteo 2.24-26. E promovem a beligerância, a agressividade e o confronto como armas divinas contra o que é anticristão. Usam as armas do diabo “em nome de Jesus”.

Não tenho nenhuma esperança de que minhas palavras mudarão o coração desses. Eu não tenho esse poder. Como convencer adeptos da briga, do berro e do confronto de que amor, paz, amabilidade, bondade, mansidão e autocontrole são o DNA da fé cristã se já estão convencidos de que é pela força do muque e do grito que a fé cristã triunfará? Eu não tenho esse poder, só o Espírito Santo tem. Meu discurso, para eles, é piada e motivo de chacota. Sempre haverá argumentos na linha “se um ladrão entrar na sua casa, você vai vencê-lo com gentileza?”. Non sequitur, Gandhi que o diga.

Temo por aonde levará esse tipo de pensamento, que valida a violência e a agressividade “em nome de Jesus”. Virtudes como amabilidade, gentileza, mansidão e pacificação são vistas por esse setor da igrejas como “coisa de mulherzinha” ou de “cristãos afeminados”. Crente bom, para eles, é o que transpira testosterona, soca a mesa e demonstra coragem pelo embate.

Só que não foi isso que Jesus ensinou.

Gandhi, um hindu que pagou com a vida por seus ideais, compreendeu o cristianismo melhor do que muitos cristãos – e enxergou as contradições evidentes da prática que não se apoia no texto sagrado. Sem usar agressividade, derrotou o poderoso império britânico. Os mártires da Igreja primitiva entraram pelos portões da eternidade entregando o pescoço ao aço e às feras, sem revidar. Já os cruzados e inquisidores criaram capítulos vergonhosos da história da igreja porque preferiram a espada e o fogo. E, apesar de tudo isso, ainda precisamos falar dessas coisas em pleno século 21 como se fossem novidade.

Que Deus se apiede de sua noiva e perdoe aqueles que lançam lama sobre o belo evangelho do Príncipe da Paz, o Manso Cordeiro. O pseudoevangelho da brutalidade é escândalo para o mundo – não por sua mensagem confrontar os valores mundanos, mas por ser exatamente igual ao mundo. Por deixar patente que não há diferença no modo de agir desse setor da igreja e o modo de agir do mundo. Só o que muda são as causas defendidas. Os meios são os mesmos: violência, guerra, agressão, ofensas, dedo na cara, confronto.

E isso não é coragem. Isso é pecado. O que me faz lembrar das palavras de Gandhi: “Ele pecava com olhos abertos, e mostrava-me que isso nem ao menos o deixava angustiado”. A história se repete.

No fim, essa é uma questão individual. Só existiram Cruzadas porque, um a um, indivíduos se tornaram cruzados. E, hoje, só haverá guerras santas, “jihads gospel”, se indivíduos se juntarem às fileiras dos apoiadores da violência. No fim, essa será sempre uma decisão individual.

A pergunta que resta é: qual evangelho você apoiará? O dos fiéis mártires pacificadores ou o dos violentos cruzados do berro e do soco na mesa?

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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Deus nos poda diariamente. E, quanto mais eu vivo, mais percebo que a principal maneira de ele fazer isso é no campo dos relacionamentos humanos.

Peço para amar mais, ele insere em meu caminho pessoas que me fazem querer destilar cada gota de ódio, egoísmo e indiferença.

Peço para ter mais alegria, ele me põe em contato com gente que me entristece e deprime ferozmente.

Peço paz, ele põe em minha jornada pessoas que tornam as pequenas coisas da vida uma enorme tribulação.

Peço paciência, ele me faz conviver com gente insuportável.

Peço amabilidade, ele me junta com pessoas estúpidas, grosseiras e arrogantes.

Peço bondade, ele me faz conhecer maus que prosperam e se alegram.

Peço fidelidade, ele me permite conviver com quem provoque meus instintos mais pecadores e egoístas.

Peço mansidão, ele põe em meu caminho gente explosiva e briguenta.

Peço autocontrole, ele me faz viver situações que me instigam a deixar o velho e impulsivo homem assumir as rédeas da vida.

Paro. Suspiro. Oro. Leio. E tento vencer aquele momento, pois basta a cada segundo o seu mal. O segundo seguinte virá e, muitas vezes, vencerei. Outras tantas, perderei. Mas é na equação entre perdas e ganhos que ele vai me podando.

Poda-me, Senhor, para que eu me torne aquele que, depois de aperfeiçoado, leve amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e autocontrole ao meu próximo, o bom e o mau. Ainda estou longe, muito longe disso, imerso neste oceano de imperfeição que sou, mas sigo na jornada.

Meu irmão, minha irmã, agradeça a Deus pelas piores pessoas que atravessam seu caminho. Pois elas são a maior bênção que você poderia receber no processo de fazer de você alguém cada dia mais diferente delas e mais parecido com o único que é totalmente perfeito: Jesus de Nazaré.

Maurício Zágari
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Pense em João 3.16.

O que me impressiona em Deus não é ele ter amado. Afinal, ele é amor e não se poderia esperar outra coisa dele. “Quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1Jo 4.8).

Também não me impressiona ele ter amado o mundo. Ele é misericórdia, compaixão, empatia, graça. O que esperar de alguém assim? Que ele amasse só quem é amável? Claro que não, senão ele estaria exercendo somente a justiça dos homens. “Se fizerem o bem aos que lhes fazem o bem, que recompensa terão? Até os pecadores fazem isso. […] ele é bondoso até para os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, como também é misericordioso o Pai de vocês” (Lc 6.33‭-‬36).

Não me impressiona, também, Deus ter dado seu Filho unigênito. Pois junte o amor e a misericórdia já mencionados e fica claro que alguém assim jamais hesitaria em dar o seu melhor pelos necessitados de salvação. “Em tudo tenho mostrado a vocês que, trabalhando assim, é preciso socorrer os necessitados e lembrar das palavras do próprio Senhor Jesus: ‘Mais bem-aventurado é dar do que receber’.” (At 20.35)

Tampouco me surpreende Deus ter feito tudo isso para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Afinal, o Senhor nos criou para conviver com ele, não para vivermos distantes. Ele nos formou para vê-lo face a face, não para nos ser invisível. Ele criou cada um de nós para a eternidade ao seu lado, sem sofrimento nem dor, e não para o fogo eterno, que não foi idealizado para nós, mas foi “preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).

Agora… sabe o que me emociona? O “de tal maneira”. Isso me impacta. Deus poderia nos amar. Poderia exercer misericórdia. Poderia dar seu melhor por nós. Poderia restabelecer nossa comunhão. Mas poderia ter feito isso de modo tranquilo, morno, manso, calmo, blasé. Mas, não. Ele amou “de tal maneira”. Em outras traduções da Bíblia, ele amou “tanto”.

Isso fala de intensidade. De um amor explosivo, transbordante, infinito, que é mais amplo do que todas as galáxias conhecidas e desconhecidas pelo homem. Um amor cuja dimensão é incompreensível e inalcançável pela nossa razão limitada. Um amor único, exclusivo, exemplar. Eu e você estávamos mortos em nossos delitos e pecados quando Deus nos amou de tal maneira, isto é, estávamos mortos, putrefactos, em decomposição, exalando um cheiro espiritual insuportável. E, ainda assim, ele nos abraçou, beijou e amou de tal maneira.

Inacreditável. Embora seja absolutamente impossível a um ser humano amar como Deus ama, é perfeitamente possível esforçar-se ao máximo para levar nosso amor à última consequência. Amar no limite de nossas capacidades. Mas saiba de algo: isso vai te custar muito caro, como custou a Deus. Amar às últimas consequências exigirá de mim e de você negar-se. Tomar a própria cruz. Chorar amargamente, por ter de suportar injustiças, maldades e não devolver mal com mal, abençoando quem nos persegue e orando por eles, “Porque, se vocês amam aqueles que os amam, que recompensa terão?” (Mt 5.46).

Que Deus nos ajude. Que Deus nos ajude a amar quem não é amável com um trilionésimo do amor com que ele nos amou – e ama. De tal maneira. Que impressionante. Que extraordinário. De tal maneira. Diante disso, só me restam duas orações: “Obrigado!” e “Ajuda-me a amar!”.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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A ideia de que ser homem com H maiúsculo, másculo, macho significa ser um brucutu destemperado, que arrota alto, vive na academia puxando ferro e manda ver no palavreado como um neanderthal é tão verdadeira quanto dizer que ser cristão significa usar saia comprida, não depilar a perna, usar cabelos até a cintura e ser homofóbico: estereótipos tolos que só atrapalham nossa relação com Deus, com o próximo e conosco. ⁣ ⁣ Ser um homem de verdade, à luz da Bíblia, não tem absolutamente nada a ver com ser um ogro verborrágico, que valoriza músculos acima de sabedoria e paz. ⁣ ⁣

Ser um homem de verdade, à luz da Bíblia, é ter postura e caráter e tratar o próximo como gostaria de ser tratado. É saber reconhecer os erros, se arrepender e pedir perdão. É buscar a justiça com amor, promover a verdade com mansidão e estimular a conciliação com paciência. ⁣ ⁣

Ser um macho à luz da Bíblia é ser macho como Jesus. ⁣ ⁣

Jesus é nosso exemplo para tudo, inclusive para a masculinidade. Ele tratou as crianças com doçura, as mulheres com dignidade, os amigos com amor, os inimigos com intercessão e perdão. ⁣ ⁣

O conceito de masculinidade bíblica parece ter se perdido e assimilado tolices extrabíblicas. Muito se associa masculinidade – nas igrejas! – ao discurso ferino e incisivo, ao olhar agressivo e pesado, ao punho erguido e ao pisão duro. ⁣ ⁣

Mas firmeza não é isso. ⁣ ⁣

É possível, e desejável, ser firme dizendo “olhai os lírios do campo”, “ame seus inimigos” e “não pague mal com mal”.

Aí vem alguém e diz: “Mas e o episódio dos vendilhões do templo?”, como se aquele episódio fosse suficiente para derrubar tudo o que Jesus falou sobre como a humanidade precisa agir e se comportar. Não entendem que a divindade de Cristo lhe dá prerrogativas que o ser humano não tem, que Deus pode matar e se irar, mas que se o homem mata, fere um dos dez mandamentos e, se alimenta a ira e a põe em prática, pratica obra da carne e peca. Tomam um episódio sem ver a teologia por trás, sem analisar os princípios bíblicos do evangelho, sem considerar a hermenêutica bíblica, distorcendo a natureza do Príncipe da paz e todo o conjunto de seus ensinamentos. E acham que o episódio dos vendilhões é suficiente para transformar Jesus num ser que apoia a violência, a agressividade e a brutalidade. Que visão triste do que é a masculinidade de Jesus.

Ser macho como Jesus não é viver irado, mas em amor. Não é ser carrancudo, mas alegre. Não é viver comprando briga, mas pacificando. ⁣Não é ser explosivo, mas paciente.⁣ Não é ser altivo e mal-encarado, mas amável e bondoso.⁣ Não é ser fiel a um cânone machista, mas fiel à Escritura. ⁣Não é ser brigão, mas manso e humilde de coração. Não é ser impulsivo, mas ter domínio próprio e não reagir na base da fúria.

Enquanto associarmos masculinidade ao comportamento de lutadores de UFC, brutamontes e guerreiros em campos de batalha, seremos tudo, menos machos como Deus nos criou para ser. Seremos, somente, sombras tristes da real natureza do Cristo, que não nos ensinou a ser grosseiros cabras machos, mas santos cordeiros da paz.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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Tempo é um tesouro por muitas razões – que o digam pessoas entediadas, pacientes terminais ou gente no corredor da morte. Se perde-se o tempo, é impossível recuperar.

Ajuda a entender a preciosidade do tempo se o vemos da seguinte maneira: assim que nascemos, recebemos de Deus uma enorme quantidade desse tesouro. Porém, a cada dia que passa, fica-se mais e mais pobre. É o preço de estar vivo: quanto mais se enriquece em vida, mais se empobrece em tempo.

Ao contrário do dinheiro posto em uma aplicação, que rende juros todo mês, o tempo só é gasto. Um dia mal aproveitado é parte de um tesouro desperdiçado. Essa constatação nos leva a montes de reflexões, mas eu gostaria de focar em uma delas.

Tempo nos ajuda a identificar as pessoas que verdadeiramente nos amam. Afinal, todos tendemos a investir o tempo limitado de nosso cofre naquilo que nos é mais precioso. Fazemos uma troca benigna: pessoas nos dão sua presença e as presenteamos com nosso tempo.

A presença do Cristo entre nós por 33 anos foi uma prova disso. Ele devotou esse tempo à humanidade porque o Deus que habita fora do tempo amou o mundo de tal maneira que inseriu-se no tempo e nos concedeu esse mesmo tempo para que tivéssemos vida durante o tempo que não acaba.

De igual modo, quem te valoriza vai devotar tempo a você. Afinal, tudo na vida é questão de prioridades e, instintivamente, investimos nosso tempo precioso em quem mais nos importa. Assim, é natural que dispensemos pouco tempo a quem menos peso tem para nós e muito tempo a quem nos vale mais.

Lembre de uma coisa: ninguém é obrigado a nos amar ou querer por perto. Não critique quem não o faz, pois essa seletividade de tempo faz parte da vida. A questão que devemos considerar não é, na verdade, quem mais nos dedica tempo, mas a quem nós mais dedicamos tempo.

Se você diz amar ou se importar com alguém, não pense que conseguirá demonstrar isso na prática sem devotar tempo a essa pessoa. Falar é fácil, mas, se você não provar doando tempo… suas palavras não serão percebidas como realidade. Likes, emoticons e coisas assim? Exigem nada de tempo.

Você diz se importar com alguém? Então prove. Perca tempo, para ganhar em amor.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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Deus nos poda diariamente. E, quanto mais eu vivo, mais percebo que a principal maneira de ele fazer isso é no campo dos relacionamentos humanos.

Peço para amar mais, ele insere em meu caminho pessoas que me fazem querer destilar cada gota de ódio, egoísmo e indiferença.

Peço para ter mais alegria, ele me põe em contato com gente que me entristece e deprime ferozmente.

Peço paz, ele põe em minha jornada pessoas que tornam as pequenas coisas da vida uma enorme tribulação.

Peço paciência, ele me faz conviver com gente insuportável.

Peço amabilidade, ele me junta com pessoas estúpidas, grosseiras e arrogantes.

Peço bondade, ele me faz conhecer maus que prosperam e se alegram.

Peço fidelidade, ele me permite conviver com quem provoque meus instintos mais pecadores e egoístas.

Peço mansidão, ele põe em meu caminho gente explosiva e briguenta.

Peço autocontrole, ele me faz viver situações que me instigam a deixar o velho e impulsivo homem assumir as rédeas da vida.

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Poda-me, Senhor, para que eu me torne aquele que, depois de aperfeiçoado, leve amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e autocontrole ao meu próximo, o bom e o mau. Ainda estou longe, muito longe disso, imerso neste oceano de imperfeição que sou, mas sigo na jornada.

Meu irmão, minha irmã, agradeça a Deus pelas piores pessoas que atravessam seu caminho. Pois elas são a maior bênção que você poderia receber no processo de fazer de você alguém cada dia mais diferente delas e mais parecido com o único que é totalmente perfeito: Jesus de Nazaré.

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BNJC_arte para blog APENAS

Unhas pretas são um negócio feio demais. Eu detesto ver pessoas com as unhas encardidas, pois passam uma ideia de sujeira, desleixo e negatividades semelhantes. Porém, preciso confessar que, ultimamente, tenho vivido com as unhas pretas em boa parte de meus dias. A razão para isso é que decidi me dedicar a transformar meu apartamento em um grande jardim suspenso. Com isso, tenho mexido em terra diariamente, plantado, replantado, podado e – a suma tarefa que deixa as unhas pretas – enfiado sempre um dedo na terra de cada vaso para verificar se já está seca e é necessário regar, ou não. Não gosto do resultado, pois me vejo obrigado a ficar lavando e raspando com frequência minhas unhas se não quero parecer um ogro sujismundo, mas não tem o que fazer: é o que todos os entendidos de jardinagem e paisagismo recomendam caso você não queira matar suas plantinhas afogadas ou esturricadas. Então, o preço para mantê-las vivas, e bem, é empretar as unhas.

Para amar o próximo de fato e não só na teoria, muitas vezes é preciso sujar a unha. Abrir mão do tempo em que você estaria lendo um livro para chorar com quem chora. Dedicar horas de seu merecido descanso a algo que não lhe dará nenhum lucro além de ver seu amigo sorrir. Dormir tarde para ouvir o desabafo do estressado. Acordar cedo para ajudar a viúva. Adiar o banho para abraçar o desesperado. É, meu irmão, minha irmã, é impossível se dedicar em amor verdadeiro ao próximo sem deixar as unhas pretas.

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Frequentemente, somos tentados a deixar para lá ou terceirizar a tarefa de amar o próximo. Afinal, ficar limpando e raspando a terra de sob a unha dá trabalho. Já perdi a conta de quantas vezes eu, vergonhosamente, me omiti no cuidado e no amor ao próximo por não querer ficar com as unhas sujas e, por isso, sei que é muito mais fácil virar a cara quando plantas murchas e carentes de cuidados aparecem em nosso caminho. Porém, se o fazemos, as plantas morrem. O preço de nosso desleixo e omissão no cuidado com quem precisa é um cotoco ressecado, desfolhado, infrutífero, sem flores. Sem viço. Sem vida. Uma triste lembrança de uma bela planta, que acabou-se porque preferimos ficar com as unhas limpas do que nos dedicarmos a ela. Falta de amor faz isso.

Amar o próximo é mandamento. É preceito que está no topo da pirâmide. Dizer que ama a Deus mas não amar o próximo, em verdade e de forma prática, é atitude que faz de nós mentirosos, diz a Palavra. A olhos humanos limitados por sua humanidade, amor pode ser uma opção, uma escolha.  Mas, para Deus, não é. Amor ao próximo é mandamento. É ordenança divina. É dever sagrado e inegociável. Não dá para se dar conta de que algo é mandamento, fazer a “opção” de agir diferente e achar que tudo está bem. Não. Nada disso. Deus não nos diz para amarmos o próximo “se quisermos” ou “se optarmos por isso”. Não. Ele diz: “Enfie o dedo na terra. Se sujar a unha, paciência, depois você limpa”.

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Meu irmão, minha irmã, você tem fugido do amor prático ao próximo porque não quer ficar com a unha preta ou não quer se dar ao trabalho de limpá-la depois? Eu não te condeno, pois já fiz isso muitas vezes. Desgraçadamente, mas fiz. E preciso dizer: que vergonha sinto por isso. Que vergonha sinto de ter cometido o pecado do desamor.

Deus, tem misericórdia de mim, pois sou pecador. Preferi muitas vezes ficar com as unhas limpas do que me dar ao trabalho de sujá-las por amor ao próximo. Perdoa-me e ajuda-me a vencer a mim mesmo, ao meu egoísmo, ao meu egocentrismo e à minha sanha preguiçosa, e mostra-me o caminho do amor. O caminho da unha preta. O caminho do reino de Deus.

E você, pode fazer essa oração?

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >