Posts com Tag ‘Sofrimento’

A Bíblia deixa indubitavelmente claro que nada acontece no mundo à parte da soberania de Deus. O Senhor é o dono do mundo e ele administra com atenção e todo poder aquilo que lhe pertence. Nada ocorre sem sua expressa permissão e entender essa realidade nos leva a algumas conclusões importantes, em uma época em que o mundo enfrenta a assustadora pandemia de coronavírus.

Se Deus domina tudo e desgraças acontecem, naturalmente ocorrem debaixo da permissão dele. Mas, como conciliar que o Senhor permite uma pandemia que tira a vida de milhares de pessoas pelo planeta com o fato de que ele é bondoso, amoroso, compassivo, cuidador e benigno?

Uma conclusão seria: na verdade, Deus não é soberano e o mundo corre à revelia de seu controle. Essa é uma heresia chamada teísmo aberto (ou teologia relacional, em sua versão brasileira). O problema é que esse pensamento é refutado por todo o relato bíblico, que mostra um Deus que é Senhor absoluto da História.

Outra conclusão seria que o Criador, afinal, não é tão bom assim. Porém, acreditar nisso seria jogar fora as Sagradas Escrituras, que não deixam margem de dúvida sobre a infinita bondade e misericórdia do Deus que é amor.

A terceira conclusão possível é que há na desgraça um propósito divino mais elevado e que ainda não conseguimos vislumbrar. É o que chamo de “bendita desgraça”, isto é, Deus permite um mal com vistas a um bem maior. Acredito que essa é a resposta.

O exemplo que costumo dar para explicar essa realidade é o de uma injeção: qual de nós gosta de tomar? Ainda assim, tomamos. Por quê? Porque somos masoquistas? Não. Porque sabemos que, para evitar um mal maior, é melhor nos submetermos à dor da agulhada.

Procurei mostrar essa realidade em meu livro O fim do sofrimento (Mundo Cristão). Frequentemente, Deus faz isso. Lembra-se do espinho na carne de Paulo? É interessante que o apóstolo explica que Deus decidiu afligi-lo com aquele “espinho” a fim de que ele não se tornasse arrogante pela grandeza das revelações que recebera. Ou seja, um mal muitas vezes é a caneta que Deus usa para escrever a história do bem maior. Sei que isso pode soar meio estranho, mas, à luz da onisciência divina, Deus sabe que aquilo que nos parece absurdo muitas vezes vai ao encontro de uma lógica superior majestosa e inalcançável pela limitada mente humana.

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Exemplos bíblicos não faltam: o Dilúvio, a confusão das línguas em Babel, o exílio na Babilônia, a dominação romana, as chagas e perdas de Jó, as dores de Oseias, os constantes sofrimentos de Israel sob jugo de povos vizinhos, a escravidão no Egito, a cruz de Cristo – o fenômeno se repete: males aparentes que, no grande esquema das coisas, contribuem para proveitos muito mais elevados e importantes.

Tenha uma certeza: o coronavírus não é maior que o Criador dos buracos negros, de Andrômeda, da Ursa Maior, dos quasares e do top quark. Esse mesmo Deus que tudo criou pelo poder de sua palavra não abandonou o mundo ao léu, como uma carruagem desembestada, mas mantém as rédeas bem seguras em suas mãos.

O que ele deseja ao permitir essa pandemia? Talvez, mais contrição. Talvez, mais arrependimento. Talvez, mais busca de sua face. Não temos como saber. Mas podemos ter a certeza e a confiança de que ele segue na direção dos fatos da vida.

De uma coisa eu sei, com absoluta e bíblica certeza: aconteça o que acontecer, todas as coisas cooperarão para o bem daqueles que amam a Deus. E mais: todas as coisas culminarão na glória daquele que amou tanto o mundo que nos deu seu Filho único, a fim de que, com coronavírus ou sem coronavírus, tivéssemos a vida eterna.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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Instagram: instagram.com/mauriciozagari
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Sexta-feira passada, o Rio de Janeiro foi assolado por ventos fortíssimos, de cerca de 90 km/h. Começou como um assobio de filme de terror nas frestas da janela e, quando vi, o vendaval sacudia tudo com fúria. Comecei a ouvir, impotente, barulhos que vinham do terraço, sem que eu me atrevesse a subir para ver o que estava ocorrendo, por conta dos raios, do temporal e do receio de objetos voando. Resolvi aguardar pelo dia seguinte e assim o fiz. O que encontrei foi um cenário desolador.

Explico: passei o último ano cultivando plantas na laje do meu barraco. Adquiri mudas, sementes, vasos, terra, substrato, areia. Plantei, reguei, fertilizei, pus remédios contra pragas… fiz o que pude para ter plantas bonitas, saudáveis, floridas, frutíferas. Foram doze meses de erros e acertos, paciência, pesquisa, preocupação e dedicação. Semana passada, eu estava satisfeito, crendo que já tinha tudo de que precisava para as plantas crescerem e minha alma desfrutar da paz que a beleza da natureza proporciona. Mas, então, sem que eu esperasse, aconteceu a calamidade.

Sábado amanheceu e, logo cedo, subi. O cenário era desolador. Uma árvore estava tombada, com a terra do vaso espalhada pelo chão. Vasos tinham sido lançados à distância. A quantidade de galhos quebrados chegou perto do incontável. Uma trepadeira se soltara do poste e jazia, troncha, pendurada, torta. Montanhas de folhas e flores estavam espalhadas pelo chão, junto com cascas de pinho, arremessadas de seus vasos.

Além das plantas, uma mesa e cadeiras de plástico foram catapultadas à distância, jardineiras encontravam-se em locais bem diferentes dos originais, um espelho foi arremessado da parede e não quebrou por um milagre. Mas um quadro que minha mãe havia pintado com o retrato de minha esposa foi arrancado da parede, o vidro estilhaçou e a pintura foi arremessada pelo vento por cima da amurada, assoprada sabe Deus para onde. Provavelmente, deve estar caída em alguma calçada molhada, a alguns quarteirões de distância.

O resumo da ópera é que, sem contar os estragos causados aos objetos, um ano de cuidados com minhas plantas foram por água abaixo depois de duas horas de vendaval. Minha sensação imediata foi de impotência, frustração, decepção e desânimo. Ao olhar o cenário deixado pelo “furacão”, fui tomado de grande apatia. Olhei, paralisado, o desastre, sem saber por onde começar. E, então, tomado de enorme desânimo, simplesmente, dei as costas, deixei tudo como estava e fui para a cama.

Passei um bom tempo deitado, lamentando a vida e a má-sorte. Mas, passado um tempo, lembrei que, se eu não fizesse nada, tudo continuaria como estava. Respirei fundo, tentando aspirar um pouco de ânimo, enrijeci as pernas e subi novamente. Embaixo de uma chuva fina, dediquei as horas seguintes a catar incontáveis cacos, jogar muita coisa no lixo, levantar o que estava caído, recolher o que fora derramado, amarrar plantas soltas e quebradas, ajeitar o que ainda tinha jeito.

Ao fim de um longo tempo, terminei. Olhei em volta. A aparência do local não era bonita. Galhos desfolhados, tortos e remendados; chão imundo; vazios nas paredes onde antes havia quadros; sujeira para todo lado, um aspecto menos verde e florido que antes. Um cenário triste, desolador e desanimador – exatamente como acontece conosco em muitos momentos da vida.

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Meu irmão, minha irmã, de tempos em tempos, enfrentamos a mesma coisa em nossa jornada. Tudo parece bem, o céu está azul e ensolarado, há beleza ao redor e tudo parece caminhar para um futuro florido e frutífero. Até que, de repente, de forma inesperada e aterrorizante, vem um vendaval assustador. Tudo fica fora de lugar, o que antes estava limpo agora está sujo, projetos que subiam vigoroso para o alto se tornam galhos quebrados e murchos, e muito do que você vinha construindo é lançado ao chão e se esfacela ante a força das circunstâncias. Você tenta fazer algo, mas o vento vem de todos os lados, incontrolável, indomável, e destrói tudo por onde passa sem que você consiga segurá-lo. E, quando, finalmente, o vendaval cessa, o cenário que surge diante dos olhos é de assolação.

O que se segue, naturalmente, é desânimo. Vontade de desistir. Sentimento de solidão, impotência e frustração. Você pensa como aquilo foi possível, já que você se esforçou para fazer tudo certo, cultivou as coisas como deveria, dedicou-se e deu o melhor de si, mas… foi surpreendido pelo vendaval implacável. Seu longo esforço e sua suada dedicação não serviram de nada, pois em poucos instantes tudo veio abaixo.

E, cá entre nós, parece que Deus não fez nada para nos ajudar. Chegamos a pensar que pedimos pão e ele deu pedra, que pedimos peixe e ele deu serpente. Tal qual Jó, nos damos conta de que o que tínhamos não temos mais e que nosso sorriso desapareceu num piscar de olhos. Já se sentiu assim?

Porém, passado um tempo, é hora de catar os cacos e varrer o chão. E de entender que Deus permite vendavais como esse por propósitos muito elevados e, embora invisíveis, renovadores.

Demora, eu sei, mas é preciso. E lembre-se de que, nesse meio-tempo, Deus está ali, de ouvidos abertos para ouvi-lo. Cate as folhas mortas. Remende os galhos quebrados. Jogue o que não serve mais no lixo. E, uma vez mais, dê o seu melhor, para recuperar o jardim. Depois, tome um banho, calce meias quentes e tome um café forte. Faça tudo que pode fazer e deixe o resto aos pés da soberania de Deus. Os levitas puseram o pé no Jordão, isto é, fizeram a sua parte, mas quem abriu as águas do rio foi o Senhor.

Pode demorar um dia, ou dois. Talvez três. Ou uma semana. Um ano. Décadas. Mas, eventualmente, o céu se abrirá, o azul cobrirá sua cabeça como um edredom que aquece e o sol voltará a brilhar no jardim. As plantas novamente crescerão, as flores brotarão e as frutas ressurgirão nos galhos. Vassourada após vassourada, você removerá do chão os últimos resquícios de sujeira e novos quadros serão postos nas paredes, renovando o ambiente.

Tempos depois, aquele momento desolador não passará de uma lembrança de um entre tantos dias ruins que compõem, junto com os dias bons, essa coleção de tempos que chamamos de vida.

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Em tudo isso, resta-nos a gratidão. Que, em meio à assolação, nunca nos esqueçamos de que Deus não deixou de nos amar, segue nos acompanhando com seus olhos cor de graça misericordiosa e está sempre pronto a enxugar nossas lágrimas.

Você se dá conta, então, de que as folhas e as flores que o vendaval arrancou eram as mais frágeis, defeituosas e doentes, assim como, no vendaval da sua vida, as amizades verdadeiras serão reveladas pelo vendaval. Os interesseiros, bajuladores, incompassivos e falsos amigos serão varridos para longe pelas circunstâncias. Você perceberá que a terra derramada dos vasos era a que estava por cima, já ressecada pelo sol e sem nenhum nutriente, assim como, no vendaval da vida, muitas das prioridades que estavam no topo de seus dias serão descartadas, pois o caos sempre nos revela quando estamos valorizando o que já não tem nutrientes. Com o tempo, você se dará conta de que a assolação trouxe muitas bênçãos, que cumprem os desígnios divinos. Trouxe limpeza. Renovação. Conscientização. Amadurecimento. Novidade de vida.

Meu irmão, minha irmã, o vendaval acabou de passar. Meu terraço ainda está uma bagunça e a chuva ainda cai, fina e incômoda. Mas eu sei que meu Redentor vive e que sua graça, sua misericórdia e seu amor seguem imutáveis. Ele é bom e tem sempre os melhores propósitos, mesmo que soframos perdas e derramemos muitas e muitas lágrimas dos olhos.

Minha oração é que as lágrimas reguem as plantas destroçadas. Elas podem cair durante 41 capítulos, mas, ao fim, é preciso ter fé de que o capitulo 42 chegará, trazendo com ele sol, renovo, sorrisos e paz. E, então, você perceberá que suas lágrimas regaram as plantas destroçadas e contribuíram para que elas se tornassem, assim como foi com as filhas de Jó, as mais belas e admiráveis de toda a região.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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Todo mundo já deparou com ele em algum momento da vida. Seus dentes são pontiagudos, o pelo é eriçado, as garras são ameaçadoras. Ele mete medo, sim, e nos deixa impotentes diante de sua musculatura amedrontadora. A maior fonte do terror que ele provoca é a ciência de nossa incapacidade de vencê-lo pelas próprias forças. Por isso, ele nos abate, deprime, assola, maltrata. Estou me referindo a uma das bestas-feras mais malignas que já caminharam sobre a face da terra: o impossível.

O impossível é aquilo que desejamos ardentemente ou precisamos desesperadamente mas está fora do alcance da mão. É o emprego inalcançável, a cura da doença intratável, a situação insustentável, o caminho intransitável. É o café que nunca tomaremos, a fruta que não comeremos, o salto que não daremos, as asas que jamais abriremos. O impossível é sádico e ri de nossa dor. Por isso, dia após dia esfrega em nossa cara quão impotentes somos diante dele.

O impossível é agressivo. Ele machuca e não escolhe ocasião para isso. Está sempre nos lembrando de que está ali, de olhar sarcástico e uivo agudo, impedindo nosso sonho de se realizar. Quando damos um passo para fugir e sair de seu alcance, ele salta com energia e se põe no caminho. Ele obstaculiza. Ele é impeditivo. E se diverte com isso.

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Tento mutar o impossível, interferir em seu DNA, reconfigurar seus genes. Quero que ele abra brechas e se torne mais maleável. Faço o que posso para enfraquecê-lo. Por vezes, tenho a sensação de que estou logrando êxito, mas, subitamente, ele cai na gargalhada e joga na minha cara que continua tão impossível como sempre foi. Pior: ele ressurge com mais força, trazendo novos fatos, impondo mais obstáculos, enchendo o caminho de armadilhas, arrancando qualquer chance minha de vitória. Sim, o impossível constantemente nos humilha com seu olhar arrogante, lançado do lugar mais alto do pódio.

Sou homem, limitado, defeituoso. Não tenho como vencer o impossível. Ele é terrível. Há anos me dá esperanças, joga iscas, se faz de morto. Em seu sadismo, observa com olhos semicerrados meu sorriso de esperança, posando de carniça, até que, quando estou prestes a soltar o brado de vitória, ele salta, às gargalhadas, e fica ali, com a boca arreganhada, rolando de rir de mim, exalando seu hálito fétido.

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Você enfrenta o impossível? Talvez há anos, como eu? Você o conhece bem e já sentiu a força de seus murros? Então sabe como esse minotauro age, lançando-nos para o centro do labirinto tão logo vemos a saída. Ele gosta de nos fazer de Sísifo. Maldito assassino de esperanças! Ele se alimenta de nossa angústia, decepção, tristeza e dor. E se hidrata com nossas lágrimas.

É… não tenho forças para enfrentar sozinho o impossível. Há anos e anos ele me esfrega isso na cara. Até porque o impossível conta com aliados poderosos, fortes e sagazes, como o tempo, a vida, decisões erradas, atitudes impensadas, soluções que não solucionam, a acomodação e o conformismo besta. Nada mais resta a fazer, a não ser tocar a vida, um dia difícil após o outro, uma pasmaceira após a outra, respirando, comendo e bebendo, numa rotina atroz.

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Porém, é no meio desse oceano lamacento de impossibilidades que chega um homem de sorriso no rosto, olhar maroto e abraço amigo. Ele senta ao nosso lado, puxa conversa, enxuga nossas lágrimas e passa o braço ao redor de nossos ombros. Desabafamos. Pomos o lodo da angústia para fora. Ele ouve, atento e em silêncio, com olhar de íntima compaixão. Quando chegamos àquele paroxismo da fraqueza em que não temos mais forças para dizer nem mais um ai, ele puxa do bolso algo embrulhado num humilde papel de presente e nos estende.

– Abre. – ele diz – É pra você.

Lentamente, descerramos o laço, abrimos o pacote e vemos, ali, diante de nossos olhos, o grande antídoto contra o veneno do impossível. O elixir que dá forças para continuar. O alimento que nos dá energia para mais um dia. O impossível olha de longe e solta um urro de horror. Pois ele sabe que aquele homem de mãos machucadas nos deu de presente nada menos que o seu pior inimigo, algoz, carrasco e executor.

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Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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Elogios são um perigo, uma ameaça real à saúde espiritual de qualquer um de nós. Porém, quando Deus usa uma pessoa para manifestar sua graça transformadora e curadora a outras, os elogios tornam-se inevitáveis, pois o ser humano é naturalmente inclinado a acreditar que existe um mérito qualquer em alguém que o Senhor usa para tocar seu coração. O resultado é que vemos constantemente um certo “carinho exagerado” das pessoas por outras, até mesmo no meio cristão. Surgem, assim, fãs de cantores gospel, admiradores de pregadores, defensores ferrenhos de teólogos, seguidores de escritores. Porém, como Deus ama as pessoas que usa e sabe que os elogios podem corromper o coração delas e torná-las arrogantes, vaidosas e egocêntricas, frequentemente permite que enfrentem situações difíceis.

O objetivo do Senhor com isso não é se deleitar no sofrimento de quem usa, mas estimular a humildade. É deixar quem ele usa sempre alerta ao fato de que é apenas um vaso de barro sem mérito, que carrega o tesouro divino em suas palavras; um cano enferrujado, por onde corre a água da vida. Meu irmão, minha irmã, Deus usa você de algum modo? Seja pregando, cantando, tocando, ensinando, aconselhando ou o que for? Então prepare-se: você será disciplinado por ele, a fim de preservar sua humildade. A questão é: como agir quando isso acontecer?

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Em uma situação de elogios, o maior perigo é você acreditar no que lhe dizem. No dia em que me dei conta da ameaça que são os elogios, com enorme potencial de envenenar nossa alma pecadora, passei a orar com frequência: “Pai, nunca me deixe esquecer de quem eu realmente sou. Que eu jamais tome como minha a excelência do teu Espírito”. E comecei a ver Deus atender essa oração – para minha felicidade e tristeza. Felicidade porque o Senhor me lembra com constância de que sou apenas um cano barrento e enferrujado por onde ele faz fluir para meus irmãos e irmãs a cristalina água da vida. E tristeza porque, em geral, ele me lembra disso por meios que doem muito. Isso acontece com você?

Deus permitiu o espinho na carne de Paulo para evitar que ele se tornasse arrogante (2Co 12.7). E ele continua fazendo o mesmo, em nossos dias, com aqueles que ama e decide usar para realizar seus propósitos. Canos enferrujados não matam a sede de ninguém. O que sacia o sedento é a água que passa pelo cano. E Deus não quer que nos esqueçamos dessa verdade fundamental da fé cristã. Por isso, temos de estar preparados para tomar uma chapuletada disciplinadora do Pai a cada elogio que recebemos a um texto, um livro, uma canção, uma pregação, uma aula, um trabalho bem feito. As pancadas vêm com todo amor do mundo, em uma disciplina fundamental e pela qual devemos ser gratos. Mas que dói, dói. E muito.

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Deus disciplina cada pessoa de um jeito personalizado. O que ele faz para me pôr diariamente em meu devido lugar não é o que ele faz a meu vizinho nem é o que fará a você. Nessas horas, temos de estar alertas e aceitar que as justiças ou injustiças que enfrentamos vêm mediante a permissão da soberana vontade de Deus. O que entristece você? O que o abate? O que faz você parar, baixar os olhos e pensar sobre a vida e seu papel nela? O que lhe lembra que você é barro, é pó, é cano enferrujado? Preste atenção, meu irmão, minha irmã, pois é exatamente isso que Deus permitirá que lhe suceda, a fim de que você traga constantemente à memória quem é e não seja vencido pelo próprio ego.

A grande questão é: o que fazer nessas horas?

O primordial é não murmurar e manter um coração constantemente grato. Você estará triste, sim, perderá o apetite, não entenderá nada, ficará confuso e passará por momentos melancólicos, mas nunca deixe que isso roube de seu coração a gratidão a Deus. Você é disciplinado? “Graças te dou, Senhor, por me lembrar do cisco que sou”. Pessoas apontam com justiça seus muitos erros e defeitos? “Graças te dou, Senhor, por nunca me deixar esquecer que sou somente um vaso de barro rachado, esfarelado e falível”. Pessoas o acusam injustamente de ser como você não é, de agir como não age e de ter intenções que não teve? “Graças te dou, Senhor, porque lhe aprouve me abater para que não me esqueça de que a excelência é tua e tão somente tua”.

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Meu irmão, minha irmã, quando a sofrida disciplina terapêutica vier, você precisa estar preparado para agir biblicamente, pois somente agindo segundo a vontade de Deus você atravessará os vales de maneira aprovada. E a sua atitude depende de o que você enfrentar ser justo ou injusto.

Se Deus permitir que você seja submetido a uma situação de disciplina justa, em decorrência de um mal que você de fato cometeu, ao receber o alerta quanto aos seus erros, apenas abaixe a cabeça e aceite a repreensão. É melhor ser corrigido em uma falta do que permanecer no erro. E, se você tem um coração em Deus, tenho certeza de que ser admoestado em seus pecados é algo que valoriza, pois permite que se arrependa e abandone o erro. Então, de forma prática, se você sofrer em decorrência de pecados que realmente cometeu, dê graças a Deus, confesse a ele os seus erros, os abandone em arrependimento sincero e mude de atitude. “Quem oculta seus pecados não prospera; quem os confessa e os abandona recebe misericórdia” (Pv 28.13).

Porém, se você for injustiçado em suas palavras, ações e intenções, deve tomar extremo cuidado com sua reação. Sofrer injustiças requer cuidado redobrado, pois, nessas horas, nossa tendência natural e humana é nos defendermos, bradando por justiça, restituição e, até mesmo, vingança. E aqui é que está o ponto. Pois Paulo nos diz que esse não é o caminho. Veja: “Abençoem aqueles que os perseguem. Não os amaldiçoem, mas orem para que Deus os abençoe. […] Nunca paguem o mal com o mal. Pensem sempre em fazer o que é melhor aos olhos de todos. No que depender de vocês, vivam em paz com todos. Amados, nunca se vinguem; deixem que a ira de Deus se encarregue disso, pois assim dizem as Escrituras: ‘A vingança cabe a mim, eu lhes darei o troco, diz o Senhor’. Pelo contrário: ‘Se seu inimigo estiver com fome, dê-lhe de comer; se estiver com sede, dê-lhe de beber. Ao fazer isso, amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele’. Não deixem que o mal os vença, mas vençam o mal praticando o bem” (Rm 12.14-21).

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O que isso significa na prática? Algo que você não vai gostar de ler: não revide. Não se defenda. Não fique gritando contra a injustiça feita contra você. Sim, eu sei como isso soa, pois maldades e injustiças fazem nossa alma gritar por esclarecimento e compensação. Mas, se tentamos fazer isso pela força do próprio braço, Deus não tomará a frente. Porém, se suportamos as humilhações com resignação, em silêncio e com gratidão a Deus pela disciplina que essa situação nos impõe, temos a certeza de que o Senhor conduzirá tudo a bom termo e de acordo com sua soberania e sua boa, agradável e perfeita vontade. Tudo o que ele quer é que você permaneça humilde.

Nessas horas, ore como orou o salmista: “O sofrimento foi bom para mim, pois me ensinou a dar atenção a teus decretos” (Sl 119.71). Seja grato. Seja fiel. Seja leal ao Senhor. Não murmure. A Bíblia é recheada de casos de pessoas que murmuraram ao serem submetidas ao sofrimento disciplinador e foram reprovadas por Deus. Jesus, por outro lado, nos deu o exemplo: como ovelha muda perante seus tosquiadores, ele não abriu a boca. E deixou o Pai conduzir tudo. Sigamos o exemplo do Mestre.

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Meu irmão, minha irmã, esteja sempre preparado, pois Deus te ama tanto que permitirá que seja lançado na sofrida fogueira da disciplina, de tempos e tempos, para, assim como Paulo, não se deixar vencer pela mentira da arrogância, da vaidade, do ego. Quando isso acontecer, seja agradecido e não murmure. Em tudo dê graças. Se a disciplina vier com justiça, arrependa-se e mude. Se ela vier com injustiça, silencie e aguarde no Senhor com resignação. Esse é o caminho bíblico.

Que Deus continue te usando, do modo que ele quiser, para cumprir seus divinos propósitos. E que ele siga te disciplinando, pelo amor que tem por você. Se passar pela poda do Senhor de maneira aprovada, com humildade e se comportando da forma correta, tenha a certeza de que o seu Pai de amor trará a paz. E que, em tudo o que você vier a fazer durante a sua provação, a Igreja seja edificada e o santo, maravilhoso, digníssimo e belo nome de Jesus Cristo seja glorificado.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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Tudo começou dia 8 de janeiro, uma terça-feira. O primeiro sintoma foi uma moleza grande, graças à febre que chegou no início da noite. Na quarta, minha garganta já explodia de inflamação e dor. Fiquei preocupado, pois na quinta-feira minha mãe chegaria de volta da Espanha, onde havia ficado por seis meses, e eu queria estar bem para recebê-la. Por isso, logo que acordei no dia 10, com os mesmos sintomas, procurei cedo o otorrino para ser examinado. Com muita fraqueza e dores, fui à consulta e recebi o diagnóstico de uma virose, com indicação de gargarejo e paciência para esperar o organismo debelar o vírus. Porém, mais coisa estava por vir.

Fui ao aeroporto receber minha mãe com esforço, a voz já transformada num som sibilado e sem volume. Naquela noite, a garganta estava tão inflamada que simplesmente não consegui pregar o olho, uma vez que cada engolida de saliva causava uma pontada aguda em cada lado da garganta. Noite em claro. Minhas olheiras perenes se tornaram bolsas caudalosas sob os olhos.

O tempo passou e nada parecia melhorar. A dor de garganta persistia, o estado febril abatia meu ânimo e, para piorar, veio a tosse. Passei dos gargarejos para um corticoide e, dele, para um antibiótico. Escrevo este texto no fim da madrugada do dia 16 de janeiro, exausto após uma noite inteira acordado em decorrência de uma tosse persistente que já faz meu peito doer de tanto sacudir e contrair. Sinto-me sonolento, indisposto, cansado e fisicamente fraco, abatido e, francamente, mal.

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Em nossos dias, quando cristãos vão a público falar de doenças, em geral é para dar testemunhos de cura. Não é o que vim fazer aqui. Ainda não estou curado (e, por favor, não venha com Isaías 53, um pouco de estudo bíblico sério vai te mostrar que eu “tomar posse da cura que já é minha” não me fará ser curado milagrosa e instantaneamente. Mas isso é papo para outro post). Fato é que minha intenção neste texto não é tratar da cura que ainda não veio, mas da minha fraqueza em meio a isto tudo.

Minha mãe comentou recentemente que, desde que chegou ao Brasil, pouco me viu sorrir. Eu nem tinha percebido. Mas o fato é que é difícil sorrir em meio a dor, cansaço, abatimento, sono, fraqueza. E, em meio a esse mal-estar generalizado, lembro das palavras de Paulo de Tarso, após ter recebido um espinho na carne para combater sua arrogância, ter orado três vezes para se ver livre daquele sofrimento e ver seu pedido ser sistematicamente negado. É quando ele diz: “Em três ocasiões, supliquei ao Senhor que o removesse, mas ele disse: ‘Minha graça é tudo de que você precisa. Meu poder opera melhor na fraqueza’. Portanto, agora fico feliz de me orgulhar de minhas fraquezas, para que o poder de Deus opere por meu intermédio. […] Pois, quando sou fraco, então é que sou forte” (2Co 12.8-10).

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No estado de falta de ânimo e disposição em que estou, consigo enxergar com cores bem mais nítidas as palavras do Senhor. Minha fraqueza me põe em um estado de submissão ao que vier pela frente. Desde que comecei a escrever este texto, após mais uma noite em claro devido à tosse forte, já cochilei umas cinco vezes. Parece que o sono é bem mais forte que eu. Aliás, qualquer coisa parece ser mais forte que eu neste momento. O mau humor. A tosse. A dor. Tudo. Sim, minha fraqueza contribui para me deixar completamente vulnerável e sem forças para reagir. E penso que é exatamente o que Deus quer em momentos como este.

Seu poder opera melhor na fraqueza porque, quando estou fraco, abaixo as armas do ego, solto as rédeas da autossuficiência, perco as energias para tentar construir um caminho segundo minha tola vontade. Minha fraqueza me submete. Me humilha. Perco a vontade de falar e torno-me um ouvinte melhor. Minha entrega se dá com menos resistência e me vejo como menos dono da minha vida. Minha fraqueza me revela quem eu sou e me lembra de que não passo de poeira cósmica totalmente dependente do fôlego de vida do Criador.

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E aí entra em cena o poder. Dele, não meu. Em meio à minha fraqueza, ele se manifesta plenamente como é, fazendo o que deseja fazer, lançando mão de sua prerrogativa de Senhor para pintar-me com as cores que quiser. Sem resistência. Sem oposição. Sem “mas” nem “porém”, pois falta disposição.

Deus, faze. Tua é a glória, realiza a tua vontade. Manifesta o teu poder.

Estou fraco. Ele é forte. Eu me submeto e ele age. No entanto, há algo importante a ser lembrado: ele é Pai. Pai nosso. E ele é amor. O Amor. Isso faz com que sua força não seja totalitária, impositiva ou destrutiva; é, antes, uma força compartilhada e edificante. Ele usa minha submissão, em fraqueza, para manifestar sua graça, em amor. Quando sou fraco, então é que sou forte porque ele usa meu desarmamento para dar-me por herança filial o direito de usar sua força. E torno-me administrador daquilo que ele me delega. Não tenho espada nem escudo, pois não estou com forças para carregá-los, mas tenho a força do Senhor dos Exércitos, que carrega o mundo para mim. Sou fraco, ele é forte; estou fraco, ele me concede sua força.

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Meu irmão, minha irmã, você está se sentindo fraco? Cansado? Abatido? Dá vontade de desistir? Entregar os pontos? Chegou ao limite? Que bom. Não, isso não é mau como parece. É oportunidade. Deus deixou a fraqueza vir para ensinar-lhe submissão em amor. Então… submeta-se. Abra mão de tantas opiniões e certezas, de tantos arroubos e petulância e desfrute deste momento de cansaço, abatimento, sono e apatia. Embora não tenha essa aparência, seu abatimento foi permitido pela graça. E onde há graça, há Deus. E onde há Deus, tudo é bom, perfeito, bonito e colorido.

Como você tem reagido em meio à sua fraqueza? Com reclamações, exigências e confrontos com Deus? Será que você não tem se visto como um injustiçado, afinal, “você é fiel e não é correto que Deus permita você passar por este vale”? Calma, Jó, não é assim que a banda toca. Quão mais justo você se enxerga, mais precisa se ajustar à justiça divina. Quanto mais alvo de injustiças você se sente, mais o seu Pai precisa mostrar-lhe quem você é. Para melhorá-lo, por amor, e ajustá-lo à semelhança do Cristo ressurreto.

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A cruz foi a fraqueza do Cordeiro, seu lugar de abatimento, tristeza e desânimo. Mas o sepulcro vazio foi a manifestação da força do Criador. Desejo a você o mesmo: que em meio à sua cruz, Deus manifeste a sua ressurreição. E, então, submetido ao poder divino, você ouvirá do Mestre: “Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso”.

Nesse momento, com um sorriso finalmente no rosto, você poderá dizer, em resposta: “Ainda que a figueira não floresça e não haja frutos nas videiras, ainda que a colheita de azeitonas não dê em nada e os campos fiquem vazios e improdutivos, ainda que os rebanhos morram nos campos e os currais fiquem vazios, mesmo assim me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus de minha salvação! O Senhor Soberano é minha força! Ele torna meus pés firmes como os da corça, para que eu possa andar em lugares altos”.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

Querido irmão e irmã em Cristo, atendendo a pedidos de alguns manos, criei um canal no YouTube onde passarei a postar os vídeos da série HOMILEŌ.

Se você ainda não tomou conhecimento, aviso que, desde semana passada, estou publicando reflexões curtas, em vídeo, sobre questões da vida cristã, inicialmente no Facebook e, agora, no YouTube. Já está lá o segundo vídeo da série HOMILEŌ, em que reflito sobre “Por que você sofre”.

Caso deseje ser avisado quando novos vídeos forem postados, basta você acessar www.youtube.com/c/HOMILEŌcomMaurícioZágari e clicar em INSCREVER-SE. Em seguida, é só ativar as notificações clicando no ícone da campainha, igual a esta imagem:

Se você considerar que os vídeos do HOMILEŌ são edificantes, peço que os divulgue, para que possamos alcançar mais e mais pessoas que estejam precisando ouvir as reflexões que compartilhamos. Curta, compartilhe, envie por WhatsApp… enfim, você sabe o modo que melhor lhe convém a fim de passar adiante a mensagem do evangelho para quem precisa ouvir.

E, claro, seus comentários são sempre bem-vindos! Não se prive de dar suas opiniões, sugestões e dicas, que serão todas ouvidas com muito carinho. E peço que, se o APENAS e, agora, o HOMILEŌ, abençoam a sua vida, não deixe de orar para que os textos e os vídeos cheguem às pessoas que necessitam ler e ouvir o que compartilho ali – e que Deus aja na vida delas, promovendo transformação, consolação, exortação, encorajamento e edificação. Sua oração é muito importante. Muito obrigado.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

 

Este é o post número 500 do blog APENAS. Já são quase 6 anos escrevendo reflexões sobre os mais variados aspectos da vida cristã. Foram quase 2.100 dias cheios de altos e baixos, textos escritos em meio à dor ou à alegria, com o único objetivo de contribuir de algum modo para a edificação dos meus irmãos e de minhas irmãs e para a glória do Criador. Sinceramente, quando penso nesse número mal consigo acreditar. Ao olhar para essa jornada, me vêm à mente alguns pensamentos, que gostaria de compartilhar com você.

1) Penso na graça de Deus. Muitas vezes li, ao longo desses quase 6 anos, muitos comentários de assinantes do blog agradecendo, elogiando e relatando como foram abençoados por textos compartilhados aqui. Sempre que leio um depoimento como esse, acredite, me pergunto “como é possível?”. Sou uma pessoa absolutamente comum, cheia de pecados, com angústias e dúvidas, altos e baixos, sem nenhum pingo de santidade a mais que qualquer outra, que apenas se esforça. E, ainda assim, aprouve ao Senhor usar este vaso de barro bem rachadinho e esfarelento para levar o tesouro da sua Palavra às pessoas que acessaram mais de 3,4 milhões de vezes o APENAS. Não é, de modo algum, falsa modéstia, é uma percepção realista: isso só foi possível pela graça de Deus. Sim, reflexões de um cidadão tão pecador como eu abençoarem a sua vida é uma prova gigantesca de que a graça de Deus age como quer, onde quer, por meio de quem quer. Graça.

2) Penso em como somos seres capazes de mudar. Em 2011, quando criei este blog, eu era um cristão irado, um caçador de hereges, que escrevia textos raivosos e verborrágicos “em nome de Jesus” e achava que com isso estava contribuindo com o reino de Deus. Depois de um processo muito doloroso em minha vida pessoal, parei, pensei, orei e percebi como eu estava errado. Decidi reler os evangelhos com atenção especial para o que Jesus disse, como disse e com que finalidade disse. Dessa percepção, morreu o escritor que discutia com fúria e termos rebuscados acerca de institucionalismos e nasceu o escritor disposto a escrever numa linguagem que todos entendessem e dedicado a falar ao coração humano. Deixei de lado debates intermináveis sobre temas intermináveis e periféricos da teologia e passei a escrever sobre temas centrais da fé, como perdão, sofrimento, fé, amor, graça. Desisti de ser um cruzado vingativo e decidi ser um pacificador que devolve o mal com o bem. Transformação.

3) Penso na possibilidade de corrigir erros do passado. Quando passei por esse processo doloroso, fiquei alguns meses sem escrever, refletindo, me reinventando. Decidi reler textos do início do blog. Apaguei cerca de vinte deles, por não concordar mais com o que eles diziam. Em geral, por serem textos agressivos, ofensivos, irados. Eu não queria mais ser assim. Queria ser como Cristo, manso e humilde de coração. E isso exigia arrependimento e consertos. Assim como Zaqueu, tentei corrigir o passado. O jeito que enxerguei foi deletando aquilo em que eu não mais acreditava. Descobri que o pensamento “eu sou desse jeito mesmo e é assim que Deus vai me usar” não é bíblico, pois todos podem corrigir os erros, trabalhar o temperamento, voltar atrás e buscar consertar os estragos que provocaram. Arrependimento.

4) Penso que não custa caro amar o próximo. Este blog nunca teve um anúncio pago sequer, nunca me rendeu nenhum centavo. Não o criei como fonte de renda, minha motivação sempre foi e continua sendo edificar vidas, para a glória de Deus. Descobri que não ter nenhum tostão no bolso não é desculpa para deixar de fazer algo pelos outros. Não tenho riquezas, quase não tenho economias, mas, por meio de uma ferramenta gratuita de criação de blogs, oferto a meus irmãos e irmãs toda semana aquilo que Deus quis me dar: pensamentos, conhecimento bíblico, caminhos percebidos para as dores da vida. Também nunca pedi para ninguém curtir minhas postagens, comentar, compartilhar, nada que fosse um estímulo induzido a arrebanhar seguidores ou assinantes: divulga o blog quem deseja, convida amigos para assinar quem é tocado no coração. Divulgação espontânea, de quem Deus leva a fazer isso. Zero centavo em propaganda. Amor ao próximo.

5) Vi que o fracasso faz parte da jornada. Fiz algumas tentativas no APENAS que não foram bem-sucedidas. Gravei Mateus e Marcos em áudio, mas foram tão poucos acessos que tirei as gravações do ar. Tentei fazer sorteios, com poucos interessados. Escrevi sobre questões a que pouca gente deu ouvidos. Gastei horas da vida escrevendo reflexões que não tiveram muita consequência. Fui atacado ferozmente por pessoas que leram algo de que discordavam e, por isso, me chamaram de nomes que não me atrevo a reproduzir. Descobri com isso que, mesmo que o que você não faça duas ou três coisas que acertem o alvo, deve continuar tentando, pois os acertos sempre vão compensar os fracassos. Perseverança.

6) Descobri que o poder da Palavra é realmente extraordinário e, uma vez que você proclama o evangelho genuíno, puro e simples, sem segundas intenções, ele terá consequências que independem de você e dos seus esforços. Por vezes, escrevi textos que me pareceram simples demais ou até meio bobinhos e, para minha surpresa, diversos assinantes disseram ter sido muito tocados por ele. Outras vezes, escrevi algo que gente de outros continentes leu e disse ter sido abençoado. Marcou-me em especial uma irmã que me procurou em um evento para dizer que havia desistido de se suicidar ao entrar na internet para descobrir a melhor forma de tirar a própria vida e acabou mudando de ideia ao ler um texto que escrevi. Tudo isso, tenha a absoluta certeza, não é de modo algum mérito meu: é mérito do poder sobrenatural da Escritura. Palavra.

Eu poderia continuar relatando mais e mais coisas que aprendi em minha jornada com o APENAS, mas vou terminar por aqui, pois algo que também descobri é que as pessoas em geral não gostam de ler textos longos na Internet. Curiosamente, isso fez de mim um autor de livros. Pois foi ao produzir escritos que não caberiam neste espaço, fruto de pesquisas aprofundadas na Escritura, que acabei escrevendo livros como Perdão totalO fim do sofrimentoConfiança inabalável, Na jornada com Cristo e outras obras. Em maio chega às livrarias meu nono livro publicado, Perdão total no casamento. E, enquanto Deus me iluminar para eu escrever o que é grande demais para o APENAS, continuarei dando à luz textos que poderão vir a se tornar livros.

Obrigado por sua leitura. Obrigado por sua companhia. Obrigado por me permitir o privilégio de contribuir para sua jornada com Cristo. Agradeço, em especial, a você que está entre os mais de 3,4 mil assinantes, que optaram por se cadastrar para receber as postagens por e-mail e, assim, se tornaram companheiros fieis na estrada da vida cristã. Ter a sua companhia nesta jornada é o que me incentiva a continuar escrevendo, por saber que as reflexões que brotam em minha mente e em meu coração não se perderão no vento, mas encontrarão pouso na sua alma. Oro constantemente por cada um dos assinantes do APENAS. Que Deus os abençoe, guarde, ilumine e conduza, sob sua poderosa e amorosa mão. E aguardo, com expectativa, o dia em que conhecerei face a face todos vocês, quando, juntos, viveremos naquele lugar em que não haverá choro, nem sofrimento, nem dor. Apenas o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Apenas eternidade. Apenas alegria. Apenas amor. Apenas paz. Apenas.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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esperança1“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3.21) é o bem conhecido desabafo de Jeremias, escrito pelo profeta em meio à angústia de ver sua pátria e seu povo assolados pela Babilônia. Essa simples frase, que tornou-se muito popular na Igreja brasileira nos últimos anos, aponta um caminho excelente de consolo e paz, que podemos trilhar nas horas de maior tribulação da vida: nos lembrarmos das bênçãos que Deus já nos deu, como forma de reunir forças em meio ao sofrimento. Eu gostaria, porém, de propor um olhar diferente sobre esse versículo, que acredito oferecer um refrigério ainda maior do que essa percepção.

Diga-me, por favor, se estou errado: geralmente, quando lemos a frase de Jeremias, o que pensamos é que ela nos convida a recordar das coisas boas que Deus fez no passado por nós. Assim, “o que me pode dar esperança” seria uma referência às bênçãos que recebemos em outras épocas da vida – livramentos, promessas cumpridas, alegrias que experimentamos em fases anteriores ao período de sofrimento. Estou certo? Quando você está atravessando uma fase dura da sua caminhada, ao ler este trecho da Palavra automaticamente busca fortalecimento ao recordar de ações que Deus realizou em prol da sua vida.

Bem, primeiro deixe-me dizer que isso não é errado. Lembrar-se daquilo que o Senhor fez de bom por você é, sim, muito reconfortante. Mostra o amor e a compaixão do Altíssimo em ação. Recordar-se de atos de misericórdia e bondade da mão de Deus em sua vida é, sim, motivo de louvor, gratidão, esperança. Saber que o Onipotente exerceu graça para com você é razão para glorificá-lo eternamente e trazer à memória que ele age em favor de seus filhos. No entanto, eu prefiro uma outra percepção desse versículo.

Explico: se formos ser biblicamente realistas, veremos que o fato de Deus nos ter abençoado de determinada maneira no passado não oferece absolutamente nenhuma garantia de que ele nos abençoará da mesma forma no presente ou no futuro. Assim, se formos trazer à memória bênçãos passadas de Deus no intuito de ter esperança de novas bênçãos, poderemos nos frustrar – uma vez que não há garantias bíblicas de que o Senhor sempre concede as mesmas bênçãos a todos, dia após dia.

Por exemplo, o fato de Jesus ter ressuscitado Lázaro uma vez não quer dizer que ele o ressuscitaria repetidamente – tanto que o amigo de Cristo veio a falecer tempos depois. Ou, ainda, o fato de Paulo ter sido poupado da morte certa em diversas ocasiões não evitou que ele, enfim, fosse decapitado. Sansão ter sido salvo dos filisteus algumas vezes não significa que um dia ele não viria a ser derrotado por seus inimigos. São muitos os exemplos das Escrituras que nos mostram que o fato de Deus ter agido de determinada maneira na vida de alguém não implica que ele voltaria a agir do mesmo modo. Portanto, se essas pessoas depositassem sua esperança no fato de o Pai ter anteriormente realizado algo específico por elas, a frustração seria certa.

esperança2Você poderia me perguntar: “Bem, Zágari, se as bênçãos do passado não são o que devemos trazer à memória para ter esperança… o que, então, devemos trazer?” Minha sugestão: traga à memória quem Deus é. Isso sim nos dá total esperança.

As decisões do Senhor podem mudar. Ele ter me curado ontem não quer dizer que me curará hoje. Ele ter me dado um emprego ontem não significa que me dará um igual hoje. Eu ter ganho um carro de presente ontem não é garantia de que não precisarei andar de bicicleta hoje. A vida mostra isso com muita clareza. As bênçãos do Senhor mudam a cada momento, cada período da vida implica diferentes tipos de dádivas. Não existem garantias de que a ação do Pai ontem será a mesma hoje. Mas, por outro lado, a Bíblia garante que Deus não muda. Que “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13.8). Assim, não há nenhuma garantia nas Escrituras de que bênçãos concedidas no passado voltarão a ser concedidas, mas há uma garantia inquestionável de que o Deus que agiu no passado é o mesmo Deus que age hoje.

Se continuarmos a ler a passagem de Lamentações 3.21, veremos que a pessoa de Deus e suas características, inclusive, são o foco de Jeremias nesse contexto. Repare: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca” (Lm 3.21-26). O que o profeta destaca aqui é quem Deus é: alguém infinitamente misericordioso, fiel e bom.

esperança3Meu irmão, minha irmã, você está atravessando um período de sofrimento, dificuldade, falta de paz, angústia? A assolação veio sobre a sua vida, assim como ocorreu com Jeremias? Então traga à memória o que te pode dar esperança: não o que Deus já fez, mas quem Deus é. Traga à memória que ele é soberano, amoroso, gracioso, misericordioso, sustentador, alegre, pacífico, pacificador, perdoador, restaurador, salvador, fortalecedor, carinhoso, amigo, Pai. É a percepção sobre quem o Senhor é que deve lhe dar esperança de que ele agirá segundo sua natureza eterna, dando pão e não pedra, perdoando e não esmagando, reconstruindo e não destruindo, concedendo vida e não morte. Deus é Deus ontem e hoje; Deus é seu Pai ontem e hoje, Deus é vida, ontem é hoje. Deus é amor, ontem e sempre.

Deus é Deus. Traga isso diariamente à memória… e nunca lhe faltará esperança.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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misericordiaSinto muita dor nas costas. Sofro de fibromialgia há vinte anos e já se tornou previsível que, a cada manhã, quando eu abrir os olhos, terá início um ritual doloroso. Depois de algumas horas parados, meus músculos estarão completamente rígidos e extremamente doloridos, o que fará com que cada pequeno movimento do corpo seja uma ação difícil, lenta e doída. Começo a me mexer aos poucos e tento me revirar para os lados até me sentar na cama. Curvado. Em câmera lenta. Eu me levanto e faço alguns alongamentos, como a tentativa utópica de tocar com as mãos a ponta dos pés. Giro o tronco para os lados, me estico para onde der e me arrasto até o banheiro, para as abluções matinais. Depois de um tempo me movimentando, a rigidez e a dor diminuirão e poderei me dedicar às atividades do dia. Ao final da jornada diária, me deitarei na cama, já sabendo que no dia seguinte tudo será igual. É previsível. Tem sido assim há vinte anos. É garantido que as minhas dores virão no dia seguinte, pois elas não têm fim;
renovam-se cada manhã. 

Certas realidades da vida são absolutamente previsíveis. Realidades que não têm fim; renovam-se cada manhã. São aquelas coisas que, como a minha dor nas costas, inevitavelmente acontecerão. É como o sol nascer: você sabe que será exatamente daquele mesmíssimo jeito. São fatos e situações que não têm fim; renovam-se cada manhã. E isso, embora minha persistente fibromialgia possa fazer parecer que não, é, muitas vezes, algo alentador. Especialmente para as pessoas que carregam um peso enorme de culpa nas costas, para as que acreditam que não há perdão para erros que tenham cometido.  

Dor-nas-Costas 2Se você sente-se esmagado pelo peso dos seus erros, é importante que conheça uma realidade bíblica extraordinária em relação a isso: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã” (Lm 3.21-23). O que podia dar esperança ao salmista? A lembrança de que as misericórdias do fiel Senhor não têm fim e renovam-se a cada manhã. E essa mesma lembrança, se trazida à memória, é capaz de trazer a cada um de nós paz, alívio, esperança, alegria. Perceba o que a Bíblia está dizendo: que há misericórdia de Deus para você hoje, houve ontem, haverá amanhã. A manifestação da misericórdia de Deus não é um evento pontual, é uma constante. Não é um lago estático, é um rio contínuo. Flui sempre. Para sempre. Nunca terá  fim. É um recurso renovável. Renovável e não escasso: Muitas, SENHOR, são as tuas misericórdias” (Sl 119.156). 

Naturalmente, isso não pode ser confundido com permissividade. Não é pelo fato de Deus ter misericórdias renováveis e abundantes que podemos viver errando desbragadamente e sem arrependimento. Mas o cristão sincero, que amarga viver constantemente sua pecaminosidade, encontra alento num fato extraordinário: “Rejeita o Senhor para sempre? Acaso, não torna a ser propício? Cessou perpetuamente a sua graça? Caducou a sua promessa para todas as gerações? Esqueceu-se Deus de ser benigno? Ou, na sua ira, terá ele reprimido as suas misericórdias?” (Sl 77.7-9). A resposta a cada uma dessas perguntas retóricas é um estrondoso não. E aqueles que têm intimidade com o Espírito Santo sabem que “Benigno e misericordioso é o SENHOR, tardio em irar-se e de grande clemência. O SENHOR é bom para todos, e as suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras” (Sl 145.8-9).

Dor-nas-Costas 3Se você pensa que Deus o rejeitou em razão de seus muitos pecados, lembre-se sempre de que “O Senhor não rejeitará para sempre; pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias; porque não aflige, nem entristece de bom grado os filhos dos homens” (Lm 3.31-33). Portanto, clame a ele do meio do seu pecado: “Responde-me, SENHOR, pois compassiva é a tua graça; volta-te para mim segundo a riqueza das tuas misericórdias” (Sl 69.16). E, ao orar, use de total sinceridade. Reconheça seus erros e confesse-os sem esconder nada: “Lembra-te, SENHOR, das tuas misericórdias e das tuas bondades, que são desde a eternidade. Não te lembres dos meus pecados da mocidade, nem das minhas transgressões. Lembra-te de mim, segundo a tua misericórdia, por causa da tua bondade, ó SENHOR. Bom e reto é o SENHOR, por isso, aponta o caminho aos pecadores” (Sl 25.6-8).

Quando o profeta Natã foi ter com Davi, depois de haver ele possuído Bate-Seba, o rei pecador clamou: “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado” (Sl 51.1-2). Do mesmo modo, se formos flagrados por nossa consciência em quaisquer que sejam os pecados, devemos orar: “Não retenhas de mim, SENHOR, as tuas misericórdias; guardem-me sempre a tua graça e a tua verdade. Não têm conta os males que me cercam; as minhas iniquidades me alcançaram, tantas, que me impedem a vista; são mais numerosas que os cabelos de minha cabeça, e o coração me desfalece” (Sl 40.11-12).

O que Deus espera de você, em se constatando o pecado? Sinceridade no reconhecimento da transgressão, confissão e mudança de rumo. O arrependimento virá pelo convencimento do Espírito. Pecou? Então reconheça, assim como fez Jacó: “sou indigno de todas as misericórdias e de toda a fidelidade que tens usado para com teu servo” (Gn 32.9-10). Entenda que todos somos indignos das misericórdias de Deus. Nenhum de nós é merecedor delas. Mas misericórdia não depende de ser digno ou merecedor, depende de graça. Depende da fidelidade do Senhor e não da nossa infidelidade. 

Dor-nas-Costas 4Por isso, lembre-se de que você encontrará sempre um lar em Deus. Seus braços abertos são como as suas misericórdias: sempre estendidos a nós. E, ao encontrar abrigo nelas, você poderá exultar, assim como fez o salmista: “Cantarei para sempre as tuas misericórdias, ó SENHOR; os meus lábios proclamarão a todas as gerações a tua fidelidade” (Sl 89.1). Pode ser que um dia a medicina descubra a cura para a fibromialgia, o que fará com que minhas previsíveis dores nas costas matinais cessem totalmente. Já as misericórdias do Senhor… essas nunca terão fim. 

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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