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Você já ouviu falar de Gandhi, hindu pacifista que, utilizando a filosofia da não violência, liderou – e conquistou – a independência da Índia. Enquanto os exércitos ingleses vinham com porretes, ele revidava com jejuns, inteligência, bons argumentos e manifestações pacíficas. Gandhi disse: “A não violência nunca pode ser usada como um escudo para a covardia, é uma arma para os bravos”.

Em seus anos estudando na Inglaterra, ele teve contato com o cristianismo. Indagado sobre se a fé cristã não o atraía, ele respondeu que o Cristo sim, mas a incompatibilidade entre os ensinamentos de Jesus e a prática dos cristãos o mantinha afastado. Sobre certo cristão que conheceu, Gandhi disse: “Ele pecava com olhos abertos, e mostrava-me que isso nem ao menos o deixava angustiado”.

Vejo o exemplo e as palavras de Gandhi, um hindu pagão, e os comparo com muitos de meus irmãos e irmãs em Cristo de nossos dias. Por alguma razão bizarra, enorme quantidade de cristãos passou a acreditar que belicosidade é o caminho para as conquistas do evangelho.

Esse ramo da igreja se espelha no péssimo exemplo de líderes cristãos violentos, a quem consideram pessoas corajosas e destemidas. Quanto mais os tais líderes berram, cospem e batem na mesa, mais “ungidos” lhes parecem. Jogam no lixo as virtudes do fruto do Espírito e fazem malabarismos teológicos para justificar agressões e ataques aos “inimigos da fé” como se a agressividade e o ódio fossem virtudes. A Bíblia, para eles, não é centrada na cruz, mas no azorrague de Cristo.

Esquecem dos mártires do Coliseu. Esquecem das palavras de Jesus a Pedro após esse decepar a orelha de Malco. Esquecem do fiasco que foi o uso da violência por cristãos nas Cruzadas. Esquecem do Sermão do Monte. Esquecem de Romanos 12. Esquecem de 2Timóteo 2.24-26. E promovem a beligerância, a agressividade e o confronto como armas divinas contra o que é anticristão. Usam as armas do diabo “em nome de Jesus”.

Não tenho nenhuma esperança de que minhas palavras mudarão o coração desses. Eu não tenho esse poder. Como convencer adeptos da briga, do berro e do confronto de que amor, paz, amabilidade, bondade, mansidão e autocontrole são o DNA da fé cristã se já estão convencidos de que é pela força do muque e do grito que a fé cristã triunfará? Eu não tenho esse poder, só o Espírito Santo tem. Meu discurso, para eles, é piada e motivo de chacota. Sempre haverá argumentos na linha “se um ladrão entrar na sua casa, você vai vencê-lo com gentileza?”. Non sequitur, Gandhi que o diga.

Temo por aonde levará esse tipo de pensamento, que valida a violência e a agressividade “em nome de Jesus”. Virtudes como amabilidade, gentileza, mansidão e pacificação são vistas por esse setor da igrejas como “coisa de mulherzinha” ou de “cristãos afeminados”. Crente bom, para eles, é o que transpira testosterona, soca a mesa e demonstra coragem pelo embate.

Só que não foi isso que Jesus ensinou.

Gandhi, um hindu que pagou com a vida por seus ideais, compreendeu o cristianismo melhor do que muitos cristãos – e enxergou as contradições evidentes da prática que não se apoia no texto sagrado. Sem usar agressividade, derrotou o poderoso império britânico. Os mártires da Igreja primitiva entraram pelos portões da eternidade entregando o pescoço ao aço e às feras, sem revidar. Já os cruzados e inquisidores criaram capítulos vergonhosos da história da igreja porque preferiram a espada e o fogo. E, apesar de tudo isso, ainda precisamos falar dessas coisas em pleno século 21 como se fossem novidade.

Que Deus se apiede de sua noiva e perdoe aqueles que lançam lama sobre o belo evangelho do Príncipe da Paz, o Manso Cordeiro. O pseudoevangelho da brutalidade é escândalo para o mundo – não por sua mensagem confrontar os valores mundanos, mas por ser exatamente igual ao mundo. Por deixar patente que não há diferença no modo de agir desse setor da igreja e o modo de agir do mundo. Só o que muda são as causas defendidas. Os meios são os mesmos: violência, guerra, agressão, ofensas, dedo na cara, confronto.

E isso não é coragem. Isso é pecado. O que me faz lembrar das palavras de Gandhi: “Ele pecava com olhos abertos, e mostrava-me que isso nem ao menos o deixava angustiado”. A história se repete.

No fim, essa é uma questão individual. Só existiram Cruzadas porque, um a um, indivíduos se tornaram cruzados. E, hoje, só haverá guerras santas, “jihads gospel”, se indivíduos se juntarem às fileiras dos apoiadores da violência. No fim, essa será sempre uma decisão individual.

A pergunta que resta é: qual evangelho você apoiará? O dos fiéis mártires pacificadores ou o dos violentos cruzados do berro e do soco na mesa?

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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Título duro o desse post, não é? Até choca um pouco, eu sei. Para o meu alívio, não fui eu quem disse isso, foi o próprio Cristo. Como assim? Já chego lá, vamos por partes.

Conheço muitos pastores, pessoas que decidiram abraçar o púlpito e o pastoreio de vidas como missão. Muitos são homens dedicados, apaixonados por Jesus, que amam o próximo e têm um inequívoco chamado pastoral. São sérios, responsáveis, devotados e íntegros. Porém, esse meu contato tão próximo com tantos pastores mostrou-me, também, uma realidade dura e triste, mas para a qual não podemos fechar os olhos: existem maus pastores. E a experiência me ensinou um teste infalível para identificá-los.

A Bíblia ensina o que todos sabemos ser parte do perfil de um bom pastor, em passagens como 1Tm 3.2‭-‬7 e Tt 1.6‭-‬9: ele não pode ser arrogante, briguento ou violento; não deve buscar lucro desonesto; tem de ser justo; e deve ser amável, pacífico e desapegado do dinheiro, entre outras coisas. Para além disso, a prática da vida me mostrou um meio certeiro de testar se o coração de um pastor está de fato em Deus ou se perdeu-se no meio do caminho e precisa de uma recauchutagem. É um meio que, até hoje, nunca falhou: o confronto entre a vontade de Deus e a família do pastor. Permita-me explicar melhor.

Há um fato entranhável do evangelho: o Pai entregou o próprio Filho ao sofrimento e à morte para que seus propósitos se cumprissem. Em outras palavras, o propósito divino falou mais alto que o bem-estar “familiar”. Do mesmo modo, o pastor que tem um coração sintonizado com o de Deus sempre colocará os propósitos e os interesses do Senhor acima dos benefícios da própria família. Sempre. Pois, ao fazer isso, ele prova que de fato ama Deus sobre todas as coisas.

Um pastor verdadeiramente vocacionado tomará medidas disciplinares contra pessoas de sua própria família, se for preciso para cumprir a justiça. Já o mau pastor não hesitará um segundo antes de proteger os familiares que estão em erro, mesmo que isso signifique ir contra a justiça de Deus. O teste é infalível, acredite. Já vi acontecer diversas vezes.

Pastores para quem há dois pesos e duas medidas na hora de lidar com alguém de dentro ou de fora de sua família traem o chamado pastoral. Pois Deus não faz acepção de pessoas. A justiça de Deus é suprafamiliar. E antes importa agradar a Deus que aos homens. Infelizmente, muitos sucumbem. Na hora em que são confrontados por situações que exigem deles se indispor com familiares, remover benefícios ou discipliná-los (sempre em amor, é óbvio), agem como o reprovável Eli: fecham os olhos, distorcem a verdade, abafam problemas, agem de modo diferente de como agiriam se a situação envolvesse um membro da igreja com quem não tem vínculos familiares.

O nepotismo tendencioso, que é pecado por ser injustiça, machuca muitas pessoas nas igrejas. Pastores tomam partido de gente da família sem ouvir outros lados da história. Favorecem parentes com benefícios que não estendem a outros. Abafam erros de seus filhos para não ter dor de cabeça. Põem familiares em posições para as quais não têm chamado por questões financeiras. E por aí vai.

Nunca avalio um pastor somente por sua homilética ou sua teologia, pelo número de membros de sua igreja ou por seu carisma. A vida me ensinou a sempre observar se ele trata os familiares com privilégios que não estende a outros, ou seja, se ele exerce a justiça com os parentes, doa a quem doer. Se ele falha nisso, já sei que há problemas em seus critérios de pastoreio. É tiro e queda. E, via de regra, mais cedo ou mais tarde, esse pastor machucará pessoas. Por vezes, muitas pessoas. Não falha, acredite. Pois falta de justiça é falta de Deus.

E por que estou falando sobre esse assunto tão incômodo? Por amor. Amor a você, que é pastor e está equivocado em seus caminhos, e às ovelhas que pastoreia. Pois ainda há tempo de mudar.

Meu irmão, minha irmã, se você exerce o ministério pastoral, lembre-se de que justiça é uma das colunas do evangelho. Deus é sumamente justo e assim devem ser seus embaixadores na terra. Ame sua família, ela é uma bênção divina, de valor incalculável. Mas não a ame mais do que ao próprio e justo Deus. Se percebe que tem injustamente privilegiado parentes, em detrimento das demais pessoas, está em tempo de se arrepender, confessar a Deus o seu pecado e mudar de atitude.

E se você não é pastor, nem pense em usar este texto para sair falando mal de pastores que conhece e erram nesse aspecto: este texto não é uma desculpa para você mandar indiretas e afundar ainda mais quem já está na lama; antes, é um chamado urgente para a intercessão. Ore por seu pastor. Ore pelo pastor injusto. Ore pelo pastor partidário. Ore pelo pastor nepotista. Ore pelo pastor tendencioso. Ore pelo pastor parcial. Meta menos o malho e ore mais. O falatório não resolve nada, mas a sua oração pode muito em seus efeitos. Deus não te chamou para pôr o dedo na cara das pessoas, mas para interceder por elas, a fim de que, se o pastoreio delas estiver com prioridades invertidas, Deus as chame ao arrependimento e as livre das garras do maligno.

A Igreja precisa desesperadamente de bons pastores. E os maus pastores precisam desesperadamente das nossas orações, pois suas ações tendenciosas os tornaram indignos de Cristo. Por quê? Porque o próprio Jesus disse: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim não é digno de mim; e quem ama seu filho ou sua filha mais que a mim não é digno de mim” (Mt 10.37).

Façamos a nossa parte, para que nossos pastores sejam sempre dignos de Jesus.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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Não, você não verá nenhum pastor pregar sobre o pecado da conivência. Afinal, não é um pecado mencionado pelo nome na Bíblia, por isso, muitos têm dificuldade de enxergá-lo. Infelizmente, vivemos uma geração de cristãos para quem parece que pecado é só sexo ilícito, tomar um porre e apoiar o partido político de que eu não gosto. Fora disso, parece que tudo está liberado: injustiças, ira, ódio, egoísmo, arrogância, ofensas, deboche, vaidade, ganância… e conivência.

Mas o que, afinal, é o pecado da conivência? Por definição, conivência é: “Cumplicidade por tolerância. Colaboração moral no delito por deixá-lo perpetrar, podendo evitá-lo”. Em outras palavras, o conivente é o que peca por tomar conhecimento de um pecado, uma injustiça, um absurdo e apoiar, ou tolerar, o ato. É fazer-se participante do mal por não denunciar o mal como mal nem fazer nada contra ele. É tornar-se tão mau quanto o mau.

Fica claro que conivência é um pecado intimamente ligado à covardia e ao egoísmo: melhor ficar na minha do que ter a coragem de me posicionar diante do que é errado. Às vezes, o conivente opta por esse pecado por ingenuidade, cegueira espiritual e influência de outras pessoas, mas, na maioria dos casos, é uma opção pura e simples pelo erro mesmo – para não perder vantagens pessoais ou para não se prejudicar, por exemplo.

Ser conivente é extremamente confortável, pois não te fará se indispor com ninguém. Já fazer o certo vai te custar caro, principalmente porque vai testar amizades. Já perdi amigos por não querer pecar por conivência. Lembro de pessoas que eu admirava e que tiveram atitudes vergonhosas. Quando me posicionei contra os absurdos cometidos, fui acusado de deslealdade. Resultado? Passaram a me boicotar e me ver com maus olhos. Paciência. Quando você tem de optar entre o pecado da conivência e o apoio ao que é justo, puro, amável, de boa fama e virtuoso, o cristão não pode pensar duas vezes, ou isso pesará em sua consciência pelo resto da vida. Como já cometi pecados tenebrosos na vida e, apesar de me saber perdoado, os carregar dolorosamente na lembrança, sei que não vale o preço. É melhor perder amigos do que a paz de espírito e com o Espírito.

Não vou enganar você. Tenha esta certeza: optar por não pecar por conivência sempre terá um custo. Sempre. Não é te custará barato escolher o que é justo.

Tenho visto muita gente pecar por conivência. A boa notícia é que o conivente revela muito do seu caráter e da sua fé ao se tornar conivente com injustiças, mentiras e atos reprováveis. E você passa a conhecer quem as pessoas realmente são e quais são as suas prioridades. Conivência, por mais enojante e decepcionante que seja, é um ato revelador.

Meu irmão, minha irmã, convido você a um exame de consciência. Será que você tem sido conivente com pecados alheios? Você tem mantido silêncio diante de atitudes vergonhosas, injustas e anticristãs, a fim de não se indispor com pessoas, manter algum tipo de benefício ou levar algum tipo de vantagem? Tem balançado a cabeça, afirmativamente, quando as pessoas falam mentiras?

Como tem sido sua postura diante da inverdade, de atos de injustiça ou de posicionamentos anticristãos de supostos cristãos – ou não? Quão gritante tem sido o seu silêncio diante da maldade? Desperte! “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando” (Tg 4.17).

Não ache você que conivência é um pecado menor do que adultério, aborto ou qualquer outro dos pecados mais frequentes nos lábios e nas redes sociais dos pregadores. Simplesmente porque a conivência com atos de injustiça contraria frontalmente a essência do Deus que é justiça. É, portanto, a sabotagem do projeto de Deus na terra.

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de vocês. O que também aprenderam, receberam e ouviram de mim, e o que viram em mim, isso ponham em prática; e o Deus da paz estará com vocês”. (Fp 4.8‭-‬9).

Fica o convite: arrependa-se. Confesse. Deixe. E a misericórdia de Deus virá sobre você.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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A ideia de que ser homem com H maiúsculo, másculo, macho significa ser um brucutu destemperado, que arrota alto, vive na academia puxando ferro e manda ver no palavreado como um neanderthal é tão verdadeira quanto dizer que ser cristão significa usar saia comprida, não depilar a perna, usar cabelos até a cintura e ser homofóbico: estereótipos tolos que só atrapalham nossa relação com Deus, com o próximo e conosco. ⁣ ⁣ Ser um homem de verdade, à luz da Bíblia, não tem absolutamente nada a ver com ser um ogro verborrágico, que valoriza músculos acima de sabedoria e paz. ⁣ ⁣

Ser um homem de verdade, à luz da Bíblia, é ter postura e caráter e tratar o próximo como gostaria de ser tratado. É saber reconhecer os erros, se arrepender e pedir perdão. É buscar a justiça com amor, promover a verdade com mansidão e estimular a conciliação com paciência. ⁣ ⁣

Ser um macho à luz da Bíblia é ser macho como Jesus. ⁣ ⁣

Jesus é nosso exemplo para tudo, inclusive para a masculinidade. Ele tratou as crianças com doçura, as mulheres com dignidade, os amigos com amor, os inimigos com intercessão e perdão. ⁣ ⁣

O conceito de masculinidade bíblica parece ter se perdido e assimilado tolices extrabíblicas. Muito se associa masculinidade – nas igrejas! – ao discurso ferino e incisivo, ao olhar agressivo e pesado, ao punho erguido e ao pisão duro. ⁣ ⁣

Mas firmeza não é isso. ⁣ ⁣

É possível, e desejável, ser firme dizendo “olhai os lírios do campo”, “ame seus inimigos” e “não pague mal com mal”.

Aí vem alguém e diz: “Mas e o episódio dos vendilhões do templo?”, como se aquele episódio fosse suficiente para derrubar tudo o que Jesus falou sobre como a humanidade precisa agir e se comportar. Não entendem que a divindade de Cristo lhe dá prerrogativas que o ser humano não tem, que Deus pode matar e se irar, mas que se o homem mata, fere um dos dez mandamentos e, se alimenta a ira e a põe em prática, pratica obra da carne e peca. Tomam um episódio sem ver a teologia por trás, sem analisar os princípios bíblicos do evangelho, sem considerar a hermenêutica bíblica, distorcendo a natureza do Príncipe da paz e todo o conjunto de seus ensinamentos. E acham que o episódio dos vendilhões é suficiente para transformar Jesus num ser que apoia a violência, a agressividade e a brutalidade. Que visão triste do que é a masculinidade de Jesus.

Ser macho como Jesus não é viver irado, mas em amor. Não é ser carrancudo, mas alegre. Não é viver comprando briga, mas pacificando. ⁣Não é ser explosivo, mas paciente.⁣ Não é ser altivo e mal-encarado, mas amável e bondoso.⁣ Não é ser fiel a um cânone machista, mas fiel à Escritura. ⁣Não é ser brigão, mas manso e humilde de coração. Não é ser impulsivo, mas ter domínio próprio e não reagir na base da fúria.

Enquanto associarmos masculinidade ao comportamento de lutadores de UFC, brutamontes e guerreiros em campos de batalha, seremos tudo, menos machos como Deus nos criou para ser. Seremos, somente, sombras tristes da real natureza do Cristo, que não nos ensinou a ser grosseiros cabras machos, mas santos cordeiros da paz.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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O Brasil inteiro está comentando a saída de Sergio Moro do governo e a repercussão das questões entre o ex-ministro e o presidente Jair Bolsonaro. Todos têm certezas, todos têm opiniões, todos correram para as redes sociais a fim de falar sobre o assunto, dizer o que pensam e criticar quem discorda. Se você me acompanha há algum tempo aqui no blog APENAS, sabe que não uso este espaço para falar de política – e assim pretendo continuar. Portanto, esta NÃO é uma reflexão sobre política, mas sobre o posicionamento dos cristãos diante dessa crise.

Por quê? Porque algo que percebi em 99,99% dos comentários de irmãos e irmãs em Cristo sobre o assunto foi a falta de um posicionamento cristão sobre o assunto. Muitas opiniões, pouca Bíblia.

Por isso, decidi dar a minha contribuição. E, pela minha visão, o que devemos fazer, neste momento, como brasileiros e como cristãos, é:

1. Oremos sem cessar.
2. Não devolvamos mal com mal.
3. Cuidemos para que toda palavra que sair de nossa boca seja temperada e só promova a edificação.
4. Não vivamos brigando.
5. Amemos nossos inimigos.
6. Sejamos um, como Cristo e o Pai são um.
7. Intercedamos pelos nossos governantes, para que tenhamos paz.
8. Exerçamos o domínio próprio.
9. Sejamos bem-aventurados pacificadores.
10. Sejamos humildes em nossas opiniões.
11. Tenhamos fome e sede de justiça.
12. Instruamos com mansidão e paciência aqueles que se opõem.
13. Não nos apressemos para falar.
14. Façamos ao outro o que gostaríamos que ele fizesse a nós.
15. Saiba que o Reino de Cristo não é deste mundo.
16. Tenha bom ânimo, apesar das aflições.
17. Lembre que nossa leve e momentânea tribulação produzirá para nós um peso eterno de glória.
18. Em tudo dê graças.
19. Conscientize-se de que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus.
20. Jamais esqueça que Cristo está com você todos os dias, até a consumação dos séculos.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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Uma amiga minha está com enormes dificuldades de lidar com o isolamento e o medo destes dias de pandemia por conta do coronavírus e me procurou para questionar como poderia “manter a sanidade”. Essa pergunta ocupou meus pensamentos por algum tempo e, após alguma reflexão, cheguei a algumas sugestões que gostaria de compartilhar com você:

1. CONFIE EM DEUS. Lembre-se de que o Eterno continua sendo o mesmo de sempre: amoroso, bondoso, compassivo, amigo, cuidador. Não é porque há uma pandemia que ele deixou de ser quem sempre foi. Leia Sl 139.

2. SAIBA QUE A PANDEMIA VAI PASSAR. Esta não é a primeira desgraça da história humana. Enfrentamos peste negra, guerras, terremotos, tsunamis, destruição de civilizações, exílios… e, sempre, a sociedade se reergueu e seguiu adiante. Vai passar.

3. EXERCITE O FRUTO DO ESPÍRITO. Paulo listou em Gálatas 5.22-23 nove virtudes que definem um verdadeiro cristão. Mas elas não vêm automaticamente, carecem de amadurecimento. Então, veja a pandemia como uma oportunidade de amadurecer em paciência, amor, amabilidade, autocontrole, alegria e outras. Deus está ajudando você a crescer.

4. DIVIRTA-SE. Isolamento não é estagnação. Durante este período, faça aquilo que alegra seu coração: ouça música, dance, jogue com a família, conte piadas, veja filmes, faça amor com seu cônjuge, leia bons livros, pegue sol na janela. Produza endorfinas.

5. RELACIONE-SE. Uma das grandes dádivas deste período é que ele nos deu a oportunidade de quebrar o ciclo da correria do dia a dia. Com isso, você tem tempo para gastar horas pondo o papo em dia com os amigos de perto e de longe. Use telefone, Whatsapp, Zoom, Hangout, o que for. A cura da solidão são pessoas.

6. REFLITA. Romanos 12 nos propõe renovar a mente. Não há nada melhor para isso que gastar tempo analisando nossos erros e acertos. Invista o tempo que agora você tem de sobra para pensar em como ser uma pessoa melhor. Após a pandemia, quem você quer ser? O mesmo de antes? Por que não aproveitar este momento para se analisar e melhorar?

7. AME O PRÓXIMO. Seja útil. Descubra quem está em dificuldades e ajude financeiramente. Ampare os sofridos. Encoraje os desanimados. Alimente os famintos. Isso lhe dará enorme senso de propósito nestes dias.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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Tempo é um tesouro por muitas razões – que o digam pessoas entediadas, pacientes terminais ou gente no corredor da morte. Se perde-se o tempo, é impossível recuperar.

Ajuda a entender a preciosidade do tempo se o vemos da seguinte maneira: assim que nascemos, recebemos de Deus uma enorme quantidade desse tesouro. Porém, a cada dia que passa, fica-se mais e mais pobre. É o preço de estar vivo: quanto mais se enriquece em vida, mais se empobrece em tempo.

Ao contrário do dinheiro posto em uma aplicação, que rende juros todo mês, o tempo só é gasto. Um dia mal aproveitado é parte de um tesouro desperdiçado. Essa constatação nos leva a montes de reflexões, mas eu gostaria de focar em uma delas.

Tempo nos ajuda a identificar as pessoas que verdadeiramente nos amam. Afinal, todos tendemos a investir o tempo limitado de nosso cofre naquilo que nos é mais precioso. Fazemos uma troca benigna: pessoas nos dão sua presença e as presenteamos com nosso tempo.

A presença do Cristo entre nós por 33 anos foi uma prova disso. Ele devotou esse tempo à humanidade porque o Deus que habita fora do tempo amou o mundo de tal maneira que inseriu-se no tempo e nos concedeu esse mesmo tempo para que tivéssemos vida durante o tempo que não acaba.

De igual modo, quem te valoriza vai devotar tempo a você. Afinal, tudo na vida é questão de prioridades e, instintivamente, investimos nosso tempo precioso em quem mais nos importa. Assim, é natural que dispensemos pouco tempo a quem menos peso tem para nós e muito tempo a quem nos vale mais.

Lembre de uma coisa: ninguém é obrigado a nos amar ou querer por perto. Não critique quem não o faz, pois essa seletividade de tempo faz parte da vida. A questão que devemos considerar não é, na verdade, quem mais nos dedica tempo, mas a quem nós mais dedicamos tempo.

Se você diz amar ou se importar com alguém, não pense que conseguirá demonstrar isso na prática sem devotar tempo a essa pessoa. Falar é fácil, mas, se você não provar doando tempo… suas palavras não serão percebidas como realidade. Likes, emoticons e coisas assim? Exigem nada de tempo.

Você diz se importar com alguém? Então prove. Perca tempo, para ganhar em amor.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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Deus nos poda diariamente. E, quanto mais eu vivo, mais percebo que a principal maneira de ele fazer isso é no campo dos relacionamentos humanos.

Peço para amar mais, ele insere em meu caminho pessoas que me fazem querer destilar cada gota de ódio, egoísmo e indiferença.

Peço para ter mais alegria, ele me põe em contato com gente que me entristece e deprime ferozmente.

Peço paz, ele põe em minha jornada pessoas que tornam as pequenas coisas da vida uma enorme tribulação.

Peço paciência, ele me faz conviver com gente insuportável.

Peço amabilidade, ele me junta com pessoas estúpidas, grosseiras e arrogantes.

Peço bondade, ele me faz conhecer maus que prosperam e se alegram.

Peço fidelidade, ele me permite conviver com quem provoque meus instintos mais pecadores e egoístas.

Peço mansidão, ele põe em meu caminho gente explosiva e briguenta.

Peço autocontrole, ele me faz viver situações que me instigam a deixar o velho e impulsivo homem assumir as rédeas da vida.

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Paro. Suspiro. Oro. Leio. E tento vencer aquele momento, pois basta a cada segundo o seu mal. O segundo seguinte virá e, muitas vezes, vencerei. Outras tantas, perderei. Mas é na equação entre perdas e ganhos que ele vai me podando.

Poda-me, Senhor, para que eu me torne aquele que, depois de aperfeiçoado, leve amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e autocontrole ao meu próximo, o bom e o mau. Ainda estou longe, muito longe disso, imerso neste oceano de imperfeição que sou, mas sigo na jornada.

Meu irmão, minha irmã, agradeça a Deus pelas piores pessoas que atravessam seu caminho. Pois elas são a maior bênção que você poderia receber no processo de fazer de você alguém cada dia mais diferente delas e mais parecido com o único que é totalmente perfeito: Jesus de Nazaré.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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BNJC_arte para blog APENAS

Temos vivido dias estranhos na igreja. Amigos de anos vêm rompendo laços de amizade por conta de suas ideologias e posições políticas. Parentes estão parando de se falar porque A votou em B e C votou em D. Pior: irmãos em Cristo estão brigando entre si, se ofendendo e se afastando pela mesma razão. Será que a Bíblia tem algo a dizer sobre isso? Sim, tem. E pode não ser algo que você gostará de ouvir.

Vamos analisar o que está em jogo na situação de irmãos em Cristo que brigam, se ofendem e se afastam por diferenças de opinião política. De um lado, está um amigo que pensa diferente de você. Do outro, está a sua opinião. A questão aqui é: o que pesa mais? Se você chega ao (lamentável) ponto de brigar com um irmão por ele ter ideias distintas das suas, isso deixa claro que você valoriza mais a sua opinião pessoal do que aquele indivíduo. Na hora de pôr na balança, um ser humano teve menos peso para você do que uma ideia política ou econômica. E isso está muito, muito, muito errado.

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Aponte, por favor, uma única passagem das Escrituras que diga que uma opinião sobre política partidária vale mais que pessoas. Garanto que você não encontrará nenhuma. Por outro lado, há dezenas e dezenas de passagens que falam sobre amor ao próximo, pacificação, reconciliação, perdão, bons relacionamentos, não devolver mal com mal, abençoar quem nos amaldiçoa, orar por quem nos maltrata etc. etc. etc. À luz do evangelho de Cristo, não há nenhuma dúvida: sua opinião sobre política partidária não vale nada em comparação aos relacionamentos de amizade e, principalmente, fraternidade.

O grande mandamento estabelece: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mt 22.39). Ora, pare para pensar: alguém amar a própria opinião a ponto de desamar quem dela discorda lhe parece estar cumprindo esse mandamento? No mínimo, deveria estar em pé de igualdade. Mas a resposta é óbvia: quem põe ideologias políticas acima do valor da amizade e da fraternidade do próximo evidentemente não o está amando como a si mesmo. Logo, não está cumprindo o grande mandamento. Logo, está pecando.

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Se, por um lado, quem rompe vínculos de fraternidade em razão de divergências de opinião não compreendeu o que significa amar o próximo, por outro, a boa notícia é que há uma solução, vinda dos lábios do próprio Cristo: “Portanto, se você estiver apresentando uma oferta no altar do templo e se lembrar de que alguém tem algo contra você, deixe sua oferta ali no altar. Vá, reconcilie-se com a pessoa e então volte e apresente sua oferta” (Mt 5.23‭-‬24). Isso não são apenas palavras bonitas soltas ao vento: é uma verdade de fé. É um mandamento do cristianismo. Você lhe tem obedecido?

Meu irmão, minha irmã, você brigou com alguém da sua família, do seu círculo de amizades ou da igreja por causa de divergências ideológicas ou políticas? Então o único caminho para cumprir a vontade de Deus é o da reconciliação. Peça perdão. Perdoe. Valorize o que Deus valoriza. O maior empecilho para cumprir a vontade de Deus nesse caso, acredite, não é a política partidária nem o diabo: é o seu ego. Não deixe seu ego sabotar a necessidade de manter bons relacionamentos com os outros membros do Corpo.

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Não custa lembrar que, em Gálatas 5, Paulo contrapõe as obras da carne com o fruto do Espírito. E, entre as obras da carne, estão hostilidade, discórdias, acessos de raiva, dissensões e divisões. Já entre as virtudes do fruto do Espírito estão amor, paz, paciência, amabilidade, bondade, mansidão e domínio próprio. Sinceramente, o que você enxerga no seu posicionamento pessoal na situação que gerou a sua briga com seus amigos ou irmãos? Virtudes espirituais? Ou obras pecaminosas da carne?

Sabe… para além da Bíblia, se há algo que meu quase meio século de vida me ensinou é que candidatos, governos e governantes passam. Já amigos verdadeiros ficam. Irmãos em Cristo, então, esses permanecerão pela eternidade. Você realmente acha que vale a pena trocar algo tão precioso por algo tão fugaz e passageiro? Se você valoriza mais o seu ego e as suas opiniões do que o amor ao próximo, lamento informar, você está a anos-luz do coração de Deus. Mas ainda está em tempo de se consertar. O que você está esperando?

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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Unhas pretas são um negócio feio demais. Eu detesto ver pessoas com as unhas encardidas, pois passam uma ideia de sujeira, desleixo e negatividades semelhantes. Porém, preciso confessar que, ultimamente, tenho vivido com as unhas pretas em boa parte de meus dias. A razão para isso é que decidi me dedicar a transformar meu apartamento em um grande jardim suspenso. Com isso, tenho mexido em terra diariamente, plantado, replantado, podado e – a suma tarefa que deixa as unhas pretas – enfiado sempre um dedo na terra de cada vaso para verificar se já está seca e é necessário regar, ou não. Não gosto do resultado, pois me vejo obrigado a ficar lavando e raspando com frequência minhas unhas se não quero parecer um ogro sujismundo, mas não tem o que fazer: é o que todos os entendidos de jardinagem e paisagismo recomendam caso você não queira matar suas plantinhas afogadas ou esturricadas. Então, o preço para mantê-las vivas, e bem, é empretar as unhas.

Para amar o próximo de fato e não só na teoria, muitas vezes é preciso sujar a unha. Abrir mão do tempo em que você estaria lendo um livro para chorar com quem chora. Dedicar horas de seu merecido descanso a algo que não lhe dará nenhum lucro além de ver seu amigo sorrir. Dormir tarde para ouvir o desabafo do estressado. Acordar cedo para ajudar a viúva. Adiar o banho para abraçar o desesperado. É, meu irmão, minha irmã, é impossível se dedicar em amor verdadeiro ao próximo sem deixar as unhas pretas.

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Frequentemente, somos tentados a deixar para lá ou terceirizar a tarefa de amar o próximo. Afinal, ficar limpando e raspando a terra de sob a unha dá trabalho. Já perdi a conta de quantas vezes eu, vergonhosamente, me omiti no cuidado e no amor ao próximo por não querer ficar com as unhas sujas e, por isso, sei que é muito mais fácil virar a cara quando plantas murchas e carentes de cuidados aparecem em nosso caminho. Porém, se o fazemos, as plantas morrem. O preço de nosso desleixo e omissão no cuidado com quem precisa é um cotoco ressecado, desfolhado, infrutífero, sem flores. Sem viço. Sem vida. Uma triste lembrança de uma bela planta, que acabou-se porque preferimos ficar com as unhas limpas do que nos dedicarmos a ela. Falta de amor faz isso.

Amar o próximo é mandamento. É preceito que está no topo da pirâmide. Dizer que ama a Deus mas não amar o próximo, em verdade e de forma prática, é atitude que faz de nós mentirosos, diz a Palavra. A olhos humanos limitados por sua humanidade, amor pode ser uma opção, uma escolha.  Mas, para Deus, não é. Amor ao próximo é mandamento. É ordenança divina. É dever sagrado e inegociável. Não dá para se dar conta de que algo é mandamento, fazer a “opção” de agir diferente e achar que tudo está bem. Não. Nada disso. Deus não nos diz para amarmos o próximo “se quisermos” ou “se optarmos por isso”. Não. Ele diz: “Enfie o dedo na terra. Se sujar a unha, paciência, depois você limpa”.

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Meu irmão, minha irmã, você tem fugido do amor prático ao próximo porque não quer ficar com a unha preta ou não quer se dar ao trabalho de limpá-la depois? Eu não te condeno, pois já fiz isso muitas vezes. Desgraçadamente, mas fiz. E preciso dizer: que vergonha sinto por isso. Que vergonha sinto de ter cometido o pecado do desamor.

Deus, tem misericórdia de mim, pois sou pecador. Preferi muitas vezes ficar com as unhas limpas do que me dar ao trabalho de sujá-las por amor ao próximo. Perdoa-me e ajuda-me a vencer a mim mesmo, ao meu egoísmo, ao meu egocentrismo e à minha sanha preguiçosa, e mostra-me o caminho do amor. O caminho da unha preta. O caminho do reino de Deus.

E você, pode fazer essa oração?

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >