Posts com Tag ‘socorro’

ouvido 1Quanto mais eu vivo, mais percebo quão dependentes somos de Deus. Vez após vez acontece algo que me mostra minha total impotência diante de certas circunstâncias da vida. Em alguns momentos, simplesmente não há nada que eu possa fazer para resolver o problema que pula em minha frente. Nada. Passei por uma experiência recentemente que me mostrou minha dependência e impotência com muita clareza. Eu já viajei de avião muitas e muitas vezes, confesso que já perdi a conta de quantas. Foram voos e mais voos, por conta de trabalho ou por viagens de turismo. Mas há algum tempo ocorreu algo inusitado. Eu estava bastante gripado. A garganta, inflamada. Muita secreção. Eu retornava de Brasília para o Rio de Janeiro e tudo transcorria dentro do previsto e com normalidade. Até que chegou a hora de o avião começar a descer para pousar. Subitamente, senti como se algo entupisse meus ouvidos. Era uma sensação muito estranha. De repente, veio a dor. Era aguda e muito forte, nos dois ouvidos, parecia que alguém tinha inserido balões neles e os estava inflando. Era muita, muita dor.

Eu não sabia o que fazer. Tentei bocejar, engolir saliva, usei todos os truques que conhecia para “desentupir ouvidos”. Nada adiantou. Depois vim a saber, em uma consulta com a otorrino, que a diferença de pressão faz a secreção se deslocar para os canais auriculares e, a fim de proteger os tímpanos de lesões, o organismo faz um algo qualquer que provoca aquela dor. O ponto é que naqueles longos quinze a vinte minutos de descida até a aterrissagem eu tive de suportar uma dor aguda e para a qual não havia nada que eu pudesse fazer. Tudo que me restava era me conformar e aguentar até o pouso.

Olha… não foi fácil. Mas a verdade é que esperar e suportar era minha única possibilidade.

Na vida, muitas vezes aguentar o sofrimento é a única coisa que podemos fazer, à espera de algo que dará fim à nossa dor. Dobramos os joelhos, oramos, pedimos, clamamos, nos esgoelamos… mas parece que Deus tirou um cochilo e não está muito aí para nós. Nos resta uma sensação de solidão, impotência e, por vezes, desespero. O que fazer? Para onde correr? A quem recorrer?

Doctor examining a boy's earNessas horas, lembre-se de que, em tudo na vida, “O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel. O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita. De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua. O SENHOR te guardará de todo mal; guardará a tua alma. O SENHOR guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre” (Sl 121.2-8). Do Senhor vem o socorro, meu irmão, minha irmã. E ele não dormita, nem dorme. Em constante vigília, nosso Deus não tira os olhos de nós, jamais: “os teus olhos estão abertos sobre todos os caminhos dos filhos dos homens” (Jr 32.19).

Saiba disto: Deus nunca esta alheio à sua dor. Nunca. Ele sempre sabe quando você está passando por tristezas, angústias, depressão, sofrimento. O que ocorre é que, muitas vezes, ele está tratando de algo em sua vida e, enquanto dura o tratamento, ele observa você; atento, protetor, paternal e amoroso. Em silêncio, sim, mas jamais distante ou de costas para o que você enfrenta.

Muitas pessoas infelizmente acreditam que Deus em absolutamente nenhuma circunstância permitiria o sofrimento de quem ama. Mas se esquecem – ou talvez não conheçam – os inúmeros exemplos bíblicos de casos em que Deus permitiu que os seus passassem pela dor. Isso ocorreu, inclusive, no caso de Jesus, a quem “Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si” (Is 53.10-11).

crossSim, aprouve ao Pai moer o Filho, pois sabia que era preciso o sofrimento do Justo para justificar a muitos. Ao Cordeiro de Deus só restava esperar. Suportar. E como ovelha muda perante seus tosquiadores, ele não abriu a boca, somente abaixou a cabeça e esperou. Entregou-se ao sofrimento: às ofensas, injúrias e calúnias; ao esbofeteamento, aos açoites e aos escarros; à coroa de espinhos e aos cravos; à lança transpassando seu lado e à sensação de abandono. Doeu. E muito. Jesus sofreu. E teve de simplesmente suportar e esperar, até que chegou o momento da gloriosa ressurreição.

Depois que o avião pousou, ainda demorou um bom tempo, mas, enfim, a dor passou. A sensação de entupimento nos ouvidos prosseguiu por algumas horas, mas, por fim, cedeu. Não tive o que fazer. Suportar a dor foi só o que me restou. Pode ser que você esteja em meio a uma angústia que parece não ter fim. Enquanto você está em pleno processo de dor, dê graças a Deus, com paciência e resignação, sabendo que os olhos do Senhor estão cravados em você, à espera do momento preciso em que ele dirá: “Agora basta. Chega. Você está livre”. 

Confie. Esperar em Deus sempre vale a pena. Nunca é um desperdício. Nunca é inútil. Pois, se esperamos com paciência no Senhor, estamos simplesmente exercendo aquilo que ele mais espera de nós: fé.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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MarconeOito dias no fundo de um poço, com água acima da cintura, sem comer nada, sem dormir e sofrendo de crise de abstinência devido à ausência de álcool no organismo. Essa foi a luta pela qual passou o senhor Marcone, esse homem que estou abraçando na foto ao lado. Eu o conheci recentemente, quando estive em Campina Grande, na Paraíba, aonde fui pregar sobre os temas de meus dois livros mais recentes, O Fim do Sofrimento e Perdão total. Tive a oportunidade de ouvir sua história de vida numa viagem de carro de Campina Grande a João Pessoa, quando pegamos a estrada na companhia do querido pastor Marconni Cavalcanti, seu quase-xará. Aquele homem de 45 anos me contou, então, seu relato, do qual não me esquecerei.

Natural de uma pequena cidade do interior da Paraíba, Marcone passou mais de três décadas viciado em bebida alcoólica. Era cachaça de manhã à noite. Em consequência da dependência química, sua vida foi destruída, ele foi expulso de casa pela esposa e seus filhos não queriam mais saber dele. O alcoolismo o levou a tal ponto que chegou a ser ameaçado de morte pelo próprio sogro. Acabou se tornando um andarilho, que vagava por estradas e  matagais, dormia debaixo de pontes e se aquecia com folhas de papelão. O álcool chegou a afetar sua sanidade e ele passou a ouvir vozes e sofrer alucinações. Sua vida estava em ruínas e parecia que ele não tinha mais nada a perder. Até que, certo dia, durante uma de suas caminhadas sem destino pelo meio de um matagal deserto, Marcone, embriagado, despencou dentro de um poço profundo e sombrio. Longe de tudo e de todos, com água até acima da cintura, ele se viu preso e sem perspectiva de sair daquele buraco.

poço 1Foram oito longuíssimos dias. Não havia nada que pudesse comer. Tampouco era possível dormir, pois, sempre que começava a cochilar, ele afundava na água e despertava imediatamente. Seu corpo entrou num estado de dormência constante. A falta do álcool o levou a uma crise de abstinência que tornou o quadro ainda mais grave. Precisava fazer as necessidades fisiológicas dentro da mesma água em que estava imerso e só tinha dela para beber. Consegue imaginar a situação? O desespero, a impotência? Pois foi essa tortura agonizante que Marcone viveu por oito (oito!) dias, durante os quais tudo o que podia fazer era refletir sobre a própria vida.

No oitavo dia, dois homens que moravam em uma localidade próxima saíram para procurar uma ovelha perdida, que havia se desgarrado do rebanho. Eles se embrenharam no mato para tentar encontrar o animalzinho perdido. Quando Marcone ouviu a voz dos dois, começou a gritar com as poucas forças que lhe restavam, num desesperado pedido de socorro.

– Quando vi a cabeça daquele homem aparecer lá no alto, na abertura do poço, foi como se eu tivesse nascido de novo – contou-me ele, com sua voz grave.

poço 2Os dois homens conseguiram um fio comprido e, com o auxílio daquele tipo de corda, o puxaram para fora do poço. Dali, fraco e combalido, ele conseguiu se arrastar de volta à civilização. Tinha terminado seu longo suplício. Quinze dias depois, ele decidiu se internar num centro de recuperação, para tentar se livrar do alcoolismo. Foi ali que ele conheceu Jesus e encontrou forças suficientes para superar o vício. Hoje, Marcone já está dois anos sem pôr uma gota de álcool na boca. Com a ajuda dos pastores do centro de recuperação e da Igreja Cristã Nova Vida de Campina Grande, tem conseguido se reestruturar, retomou o contato com a mulher e os filhos (que não queriam nem pensar em voltar a falar com ele) e, aos poucos, tenta reconquistar a confiança dos parentes. Marcone tem trabalhado e conseguido ganhar o próprio dinheiro, que usa para se manter e para enviar alimentos à família. Também se reconciliou com o sogro. Pagou todas as dívidas pendentes em sua cidade de origem. Tem frequentado a igreja, onde ajuda na cantina. A verdade é que, depois daquele poço, sua vida começou a mudar drasticamente – e para muito melhor.

poço 3Todos nós temos um pouco de Marcone. Ninguém gosta de cair em poços, mas muitos de nós acabam em algum momento da vida no fundo de algum poço sombrio. Não um poço literal, como o que engoliu aquele paraibano de mãos calejadas, mas um poço construído por situações adversas da vida. Podem ser poços de sofrimento, dor, luto, abandono, doença, tristeza, depressão, perdas, ofensas, desemprego, escassez, falta de perdão, traições, incompreensão e tantos outros problemas que angustiam nossa alma, minam nossa esperança e fazem parecer que não temos como escapar.

É quando despencamos dentro de uma situação dessas que ficamos famintos de paz, parece que não conseguimos repousar e, quando o descanso parece ser possível, afundamos nas águas amargas e sujas de novas dificuldades. Como um alcoólatra em abstinência, temos alucinações e enxergamos saídas onde elas não existem, buscamos caminhos onde não há e vemos como possibilidades aquilo que na verdade não nos tirará do poço.

SupportÉ nessas horas que ouvimos uma voz. A voz de um pastor que sai em busca de suas ovelhas. Ele escuta nosso grito de socorro e, quando tudo parece perdido, parte em nosso auxílio. Se olhamos para os lados, tudo o que vemos são paredes escuras, que nos limitam e não apontam para nenhuma saída. Mas, se voltamos os olhos para cima, conseguimos vislumbrar o rosto do nosso Salvador. Ele nos lança um fio de esperança e nos puxa daquele local de trevas para a luz. Sem perceber, a transformação começou dentro daquele local de sofrimento.

Saímos combalidos e fracos desses poços de agonia, mas com forças suficientes para procurar auxílio junto a quem pode nos reaprumar e fortalecer. E, quando nos damos conta, percebemos que os momentos difíceis que enfrentamos no fundo daquele poço nos fortaleceu a ponto de conseguirmos mudar aspectos negativos de nós mesmos. Assim, nos aperfeiçoamos e ganhamos forças para empreender melhorias que, havia muitos anos, precisavam ser feitas.

Ao término de seu relato, perguntei a Marcone como ele se compara, hoje, ao homem que despencou naquele poço. Ele não titubeou:

– Não tem como comparar. Eu era um cabra ruim. Hoje sou bem melhor e sinto até nojo quando penso no que vivi antes.

Você está no poço da angústia, do sofrimento, da falta de esperança? Não consegue entender como Deus permite que passe pelo que está passando? Então sugiro que você pense nessas últimas palavras de Marcone e pode ser que consiga entender. Que Deus te dê forças para atravessar os momentos sombrios da vida, sabendo que, ao sair deles, você será uma pessoa muito mais madura, calejada, reflexiva e amoldada ao caráter de Jesus.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
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aflicao1Existem momentos na vida em que parece que você está se afogando no seco. Já passou por alguma fase assim? É como se o ar faltasse, se a pressão em cima de você fosse maior do que é capaz de suportar, como se estivesse afundando rumo a profundezas escuras da sua alma. Debater-se não adianta. O grito é abafado e parece que a voz não sai. A palavra que melhor define esses momentos é aflição. É muito significativo que o dicionário liste como sinônimos de aflição justamente os termos “tribulação” e “tormento”, que têm, ambos, grande relevância bíblica. Dá para compreender quão angustiante é esse estado de ânimo perturbado quando percebemos em que circunstâncias as Escrituras utilizam essas duas palavras.

Tribulação é exatamente o vocábulo utilizado para designar o período escatológico que antecede a segunda vinda de Cristo. Será a época de maior sofrimento na história da humanidade. “Nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados” (Mt 24.21-22). Como os dois termos são sinônimos, a famosa expressão escatológica poderia ser substituída de “grande tribulação” por “grande aflição”. Já tormento é a palavra utilizada para falar do estado de sofrimento que as pessoas vivenciam no inferno, como no relato de Jesus sobre o rico e Lázaro: “No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio” (Lc 16.23).

Assim, podemos dizer que, biblicamente, uma pessoa aflita é a que está vivenciando os maiores estágios possíveis de sofrimento: Aflição é o que o povo de Israel enfrentou quando teve de suportar a escravidão no Egito. “Viste a aflição de nossos pais no Egito, e lhes ouviste o clamor junto ao mar Vermelho” (Ne 9.9). Aflição também é o que experimentou Jó, o homem que perdeu todos os filhos, os bens e a saúde: “Agora, dentro de mim se me derrama a alma; os dias da aflição se apoderaram de mim” (Jó 30.16). No original em hebraico, inclusive, a palavra usada nessas duas passagens é exatamente a mesma, ‛ŏnı̂y.

Será que você está passando por um momento de aflição? A sensação é a de estar se afogando no seco, debaixo de muita pressão, envolto em escuridão? Parece que ninguém ouve seu clamor por socorro? Você não sabe mais o que fazer, para onde correr, como sair dessa situação? As dores são muitas, as esperanças são poucas, as lágrimas tornaram-se companheiras inseparáveis? Então permita-me mostrar o que a Bíblia diz a quem está passando por aflições.

aflicao2Primeiro, é importante compreender por que Deus permite que sejamos afligidos. O Pai não é sádico. Tampouco nos odeia. Também não está alheio a nós. Muito pelo contrário: se sabemos que o Senhor é soberano e, ao mesmo tempo, só quer o que é melhor para cada um de nós, devemos sempre compreender que nossa aflição faz parte de um propósito divino mais elevado, que resultará em algo benéfico que na hora não entendemos. Se não fosse assim, ou nossa aflição denunciaria maldade no coração de Deus ou desdém da parte dele pela nossa vida. Mas ambas suposições são incompatíveis com o caráter do Senhor. Logo, devemos entender nossa aflição como a compreendeu o salmista: como algo que, de algum modo, contribui para o nosso crescimento e nossa aproximação de Deus. “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos […] Bem sei, ó SENHOR, que os teus juízos são justos e que com fidelidade me afligiste” (Sl 119.71,75).

Deus é bom e cuida dos que lhe pertencem. Lembra da aflição do povo de Israel no Egito? Por 400 anos aquelas pessoas poderiam supor que o Senhor não estava vendo sua aflição nem ouvindo seu clamor, tampouco ciente de seu sofrimento. É de se imaginar que pensassem isso, afinal, não é o que muitos que estão afligidos pensam em nossos dias? Bem, então veja qual era a realidade dos fatos: “Disse ainda o SENHOR: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento; por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel” (Êx 3.7-8).

aflicao0A Palavra de Deus nos dá alento e esperança. Assim como o povo de Israel nunca foi ignorado pelo Senhor em sua aflição – que tinha um propósito -, nós, hoje, permanecemos incessantemente debaixo de atenção do Todo-poderoso. E, para os nossos dias, temos uma promessa que traz esperança e revigora os ânimos. Meu irmão, minha irmã, muitas são as suas aflições? Então saiba disto: “Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra” (Sl 34.19).

Se as lutas estão muito fortes, se você se sente como se estivesse se afogando no seco, se está passando por aflições… lembre-se de que Jesus confirmou: “No mundo, passais por aflições…”, mas, mais importante, nunca se esqueça do que ele declarou: “…tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Está passando por aflições? Pois tenha bom ânimo, meu irmão, minha irmã. Nos piores momentos, nunca se esqueça: Jesus venceu o mundo e suas aflições. E, nele, você é herdeiro dessa vitória.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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