Arquivo de fevereiro, 2012

A oposição entre a fé e a ciência é milenar. Foi do medo pós-iluminista de se verem como anacrônicos num mundo agora regido pelo intelecto que os teólogos pós-Descartes inventaram o Liberalismo Teológico e outras aberrações. Então é no mínimo interessante o estudo abaixo, que reproduzo na íntegra da revista IstoÉ.
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Só um porém: por mais que a ciência avance e teorias interessantes como essa surjam, não podemos nunca nos esquecer que fé é fé. E que a salvação é fruto da graça de Deus, é um milagre. Tomás de Aquino e até Sócrates no passado formularam pensamentos sobre como a razão pode provar a existência de Deus. Mas é na Bíblia e tão somente na Bíblia que encontramos a revelação do Senhor. Estudos como  o que leremos a seguir jamais substituirão a Palavra de Deus. São uma curiosa cerejinha de bolo.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
@MauricioZagari
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Como um seminarista adolescente que se sente culpado quando sua mente se divide, por exemplo, entre o chamamento para o prazer da carne e a vocação para o prazer do espírito, o polonês Michael Keller se amargurava quando tentava responder à questão da origem do universo através de um ou de outro ramo de seu conhecimento – ou seja, sentia culpa. Ocorre, porém, que Keller não é um menino, mas sim um dos mais conceituados cientistas no campo da cosmologia e, igualmente, um dos mais renomados teólogos de seu país. Entre o pragmatismo científico e a devoção pela religião, ele decidiu fixar esses seus dois olhares sobre a questão da origem de todas as coisas: pôs a ciência a serviço de Deus e Deus a serviço da ciência. Desse no que desse, ele fez isso. O resultado intelectual é que ele se tornou o pioneiro na formulação de uma nova teoria que começa a ganhar corpo em toda a Europa: a “Teologia da Ciência”. O resultado material é que na semana passada Keller recebeu um dos maiores prêmios em dinheiro já dados em Nova York pela Fundação Templeton, instituição que reúne pesquisadores de todo o mundo: US$ 1,6 milhão.O que é a “Teologia da Ciência”? Em poucas palavras, ela se define assim: a ciência encontrou Deus. E a isso Keller chegou, fazendo- se aqui uma comparação com a medicina, valendo-se do que se chama diagnóstico por exclusão: quando uma doença não preenche os requisitos para as mais diversas enfermidades já conhecidas, não é por isso que ela deixa de ser uma doença. De volta agora à questão da formação do universo, há perguntas que a ciência não responde, mas o universo está aqui e nós, nele. Nesse “buraco negro” entra Deus.
Segundo Keller, apesar dos nítidos avanços no campo da pesquisa sobre a existência humana, continua-se sem saber o principal: quem seria o responsável pela criação do cosmo? Com repercussão no mundo inteiro, o seu estudo e sua coragem em dizer que Deus rege a ciência naquilo que a ciência ainda tateia abrem novos campos de pesquisa. “Por que as leis na natureza são dessa forma? Keller incentivou esse tipo de discussão”, disse a ISTOÉ Eduardo Rodrigues da Cruz, físico e professor de teologia da PUC de São Paulo.Michael Keller ganhou US$ 1,6 milhão com a teseKeller montou a sua metodologia a partir do chamado “Deus dos cientistas”: o big bang, a grande explosão de um átomo primordial que teria originado tudo aquilo que compõe o universo. “Em todo processo físico há uma seqüência de estados. Um estado precedente é uma causa para outro estado que é seu efeito. E há sempre uma lei física que descreva esse processo”, diz ele. E, em seguida, fustiga de novo o pensamento: “Mas o que existia antes desse átomo primordial?”

Essas questões, sem respostas pela física, encontram um ponto final na religião – ou seja, encontram Deus. Valendo-se também das ferramentas da física quântica (que estuda, entre outros pontos, a formação de cadeias de átomos) e inspirando-se em questões levantadas no século XVII pelo filósofo Gottfried Wilhelm Leibniz, o cosmólogo Keller mergulha na metáfora desse pensador: imagine, por exemplo, um livro de geometria perpetuamente reproduzido. Embora a ciência possa explicar que uma cópia do livro se originou de outra, ela não chega à existência completa, à razão de existir daquele livro ou à razão de ele ter sido escrito. Keller “apazigua” o filósofo: “A ciência nos dá o conhecimento do mundo e a religião nos dá o significado”. Com o prêmio que recebeu, ele anunciou a criação de um instituto de pesquisas. E já escolheu o nome: Centro Copérnico, em homenagem ao filósofo polonês que, sem abrir mão da religião, provou que o Sol é o centro do sistema solar.A CAMINHO DO CÉUMichael Keller usou algumas ferramentas fundamentais para ganhar o tão cobiçado prêmio científico da Fundação Templeton. Tendo como base principal a Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, ele mergulhou nos mistérios das condições cósmicas, como a ausência de gravidade que interfere nas leis da física. Como explicar a massa negra que envolve o universo e faz nossos astronautas flutuarem? Como explicar a formação de algo que está além da compreensão do homem? Jogando com essas questões, que abrem lacunas na ciência, Keller afirma a possibilidade de encontrarmos Deus nos conceitos da física quântica, onde se estuda a relação dos átomos. Dependendo do pólo de atração, um determinado átomo pode atrair outro e, assim, Deus e ciência também se atraem. “E, se a ciência tem a capacidade de atrair algo, esse algo inexoravelmente existe”, diz Keller.

FONTE REVISTA ISTO É

http://www.istoe.com.br/reportagens/2200_O+CIENTISTA+DE+DEUS?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage

Você chega ao teatro. A peça começa, mas um monte de gente continua entrando, falando alto, procurando lugar para sentar. Quando você se dá conta, perdeu boa parte das falas dos atores porque os atrasildos chamaram tanto sua atenção que prejudicaram a compreensão da peça. Ou então você vai ao cinema. Chegam os atrasildos. Pedem licença para passar, pois querem se sentar nas cadeiras vazias da sua fileira. Esbarram em você, esmagam suas pernas, pipocas caem no seu colo, desconcentração total. Ou entao aquele concerto de música maravilhoso. A Orquestra Sinfônica Brasileira dá os acordes iniciais da sua sinfonia preferida e, quando o maestro está a pleno vapor… lá vêm os atrasildos de plantão, fazendo barulho, caminhando por entre as fileiras, esbarrando em você para passar e prejudicando totalmente o seu deleite musical.

Pergunto eu: em alguma dessas situações você ficaria feliz?

Qualquer pessoa acharia esses atrasildos muitíssimo incômodos. Pois sua atitude demonstra desrespeito com o público que chegou na hora certa, com os artistas, com o significado daquele evento. E, convenhamos, se você e um dos atrasildos, por qualquer razão que seja, perdeu boa parte da programação simplesmente porque não chegou na hora. Tenho certeza de que você não chega atrasado ao cinema, ao teatro,  a um concerto: chega antes, com calma, compra seu ingresso, escolhe seu assento, não incomoda ninguém… Tudo com ordem e decência.

Curiosamente, quando o assunto é igreja parece que a lógica muda completamente. Muitos e muitos chegam com o culto já iniciado. E aí pronto: aquele irmão que chegou cedo, fez suas orações e começou a louvar na hora certa é quem sai prejudicado pelos atrasildos. Não
existe nada pior do que você estar de olhos fechados, cantando louvores para seu Deus, em total comunhão  e, de repente, umas batidinhas no ombro: “Dá licença para eu passar?”, diz o atrasildo. Parece que você despenca do Céu. O mínimo que se poderia esperar de uma pessoa educada é que, chegando atrasada, esperasse o fim da música para pedir licença. Mas não. Muitos não se incomodam de atrapalhar quem está num momento de profunda devoção, de olhos fechados, em adoração: “Dá licença pra eu passar?”. Tremendo desrespeito. O correto? Esperar em pé no corredor a música terminar, para não penalizar os demais por um desleixo seu com a hora.

Geralmente os cultos se iniciam com o louvor. Então parece na cabeça de muitos que aquilo ali é só um prelúdio musical para o culto de fato, que seria somente a pregação. Que engano enorme! O culto começa no “bom dia” ou no “boa noite” do pastor. O louvor é um momento importantíssimo, quando dizemos a Deus quem Ele é, o que representa para nós, destacamos seus feitos e o entronizamos em seu lugar de honra e glória. Mas para os atrasildos isso parece que não é importante, como se fosse apenas uma cantoria chata e dispensável.

E há ainda aqueles que, quando a pregação ou a ceia termina, pegam suas coisas e saem antes do final. Desprezam a benção de encerramento, a comunhão, os apertos de mão e os abraços que encerram o culto. Desprezam a oração final. E por quê? Em geral porque querem evitar a pequena fila que se forma na saída da igreja. Meu Deus, abrem mão de momentos preciosíssimos para evitar uma filinha! Deixam de receber a oração e a benção finais para não ter de levar 30 segundos a mais para sair da igreja! Claramente não entendem o que é o culto.

Um culto público em uma igreja tem começo, meio e fim. Cada parte tem sua razão de ser e sua importância. Chegar atrasado ou sair antes do final simplesmente é desrespeitar e incomodar quem chegou e vai embora na hora, é desprezar os momentos abençoadores do início e do fim e, honestamente, demonstra que a pessoa não compreende a importância de um culto a Deus vivido em sua plenitude. Ser pontual na igreja é uma atitude espiritual. E mais: é educado. É polido. Demonstra respeito por Deus e pelo próximo.

Chegue aos cultos como você gostaria que Jesus respondesse as suas orações: o mais cedo possível. E, de preferência, até mesmo antes do que se esperaria. E fique até o momento em que gostaria que Jesus ficasse na sua vida: o último instante.

Comportamento sintomático

Esse fenômeno é sintomático. Nós externalizamos o que vivemos interiormente. Este texto que você está lendo na verdade é a união de dois artigos que escrevi para duas edições do Jornal Sal da Terra a pedido do meu mano Carlos Alberto Simões sobre esse tema: “Ordem e decência no culto”. Pois quando ele me pediu que escrevesse um texto sobre isso, minha reação imediata foi falar sobre as instruções de Paulo em 1 Coríntios 14. No contexto, o apóstolo está falando sobre a igreja da cidade de Corinto, em que a manifestação dos dons espirituais estavam transformando as reuniões em uma tremenda bagunça, com irmãos falando em línguas e profetizando sem nenhum controle ou organização. Com isso, os cultos da igreja grega tornavam-se balbúrdias em que não se conseguia de fato cultuar Deus. Sempre que lemos esse capítulo, em especial o versículo 40, vemos como é importante que os encontros na igreja ocorram segundo uma liturgia em que haja um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.

A grande dificuldade para se falar disso em nossos dias é que a Igreja no Brasil se tornou tão heterogênea que o que é confusão em uma pode ser a prática normal em outra. Na congregação pentecostal em que me converti, por exemplo, é normalíssimo e até esperado que durante a pregação as pessoas fiquem dando glórias a Deus em altos brados. Se isso não ocorrer é capaz de dizerem que “o pregador nao tinha unção”. Já na igreja em que congrego hoje, ao contrário, certamente isso seria um problema, pois o hábito local é que todos ouçam o sermão em silêncio. Então, o conceito de ordem e decência no culto é muito variável, dependendo da denominação e da cultura local de cada igreja.

Mas há um conceito que podemos absolutizar em toda e qualquer igreja evangélica brasileira, em toda denominação, em todo culto: não a manifestação externa de ordem e decência, mas a manifestação interna. As perguntas que traduziriam esse conceito seriam: como anda sua alma e sua vida com Deus fora das paredes do templo? Em ordem? Em decência? Pois bagunça interior leva a bagunça exterior.

Mais importante do que um culto coletivo em que não haja balbúrdia nem desorganização é um culto individual em que o adorador se aproxime de Deus com o coração ordenado e decente. Pois de que adianta o irmão chegar e partir domingo da igreja com a alma parecendo uma cama desarrumada? Com pecados não confessados, atitudes hipócritas e falta de amor no coração? Isso sim é bem mais grave.

Pois, dependendo da cultura de sua denominação, você pode glorificar em alta voz, falar em línguas, saltar e erguer as mãos no louvor… Mas se sua alma estiver indecente diante de Deus isso tudo é inócuo. Ou, se o hábito na sua igreja for cultuar em silêncio, de forma mais formal e sem grandes manifestações externas… Se seu coração estiver desordenado isso tudo também é inócuo.

Importa que nossos cultos transcorram em paz. Que a expressão de entrega do fiel a Deus aconteça coerentemente dentro do contexto de cada cultura denominacional e local. Você sabe bem o que se espera em termos de comportamento dentro da tradição da igreja em que congrega e não preciso lhe ensinar isso – seu pastor o fará. Mas importa muito mais, e isso nunca é demais lembrar, que você se achegue ao Santo dos Santos com sua vida em ordem e decência. Isso em qualquer contexto em que esteja. Portanto, se você notar que está vivendo um pecado constante, busque limpar-se. Se existe alguém com quem você cortou relações e não fala mais, reconcilie-se com ele antes de levar a oferta ao altar. Se o Espírito Santo lhe mostra que algo em sua vida precisa ser mudado, não espere o dia de amanhã.

Conserte-se hoje. Aprume-se. Dê a outra face. Caminhe a segunda milha. Perdoe setenta vezes sete vezes. Purifique-se dos pecados. Humilhe-se. Suplique por misericórdia. Peça forças naquilo em que está fraco. Faça o que tiver de fazer! E isso pode começar com uma oração aqui, neste instante, com este post diante de seus olhos. Dirija-se a Deus em oração onde você estiver. Confesse seus pecados – você sabe quais são. E ponha sua vida em situação de ordem e decência. Se você fizer isso, seu culto a Deus será sempre bem recebido

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Mauricio
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Artigos públicados originalmente no Jornal Sal da Terra.

Muitos amigos do APENAS constantemente me pedem para escrever sobre os mais variados assuntos. Os três mais pedidos sem dúvida são dízimo, prosperidade e amor. Sobre o dízimo já aviso que estou escrevendo um post enorme sobre isso. Mas como vivemos numa época em que muitos líderes-celebridades (geralmente desigrejados ou emergentes) equivocadamente estão ensinando que não é preciso mais praticar esse ato milenar e muitos estão realemte acreditando nisso, é preciso escrever de forma muito bem alicerçada na Bíblia. Sobre a falsa prosperidade, escrevi o post “A Demonologia da Prosperidade“, que trata da Teologia da Prosperidade a fundo. E para quem me pergunta sobre qual é a verdadeira prosperidade do cristão eu sempre recomendo que leia um pocket book que esgota o assunto: “Prosperidade” (custa só R$ 4,90). Tudo o que eu poderia dizer está ali, então me sentiria redundante de abordar o tema aqui. E sobre o amor, a causa é o post “Solitários, carentes e infelizes“, que levou e ainda leva  uma enorme quantidade de pessoas a me escrever pelos comentários aqui do APENAS, pelo twitter e até por e-mail contando experiências desastrosas e muito tristes em suas vidas matrimoniais. São muitos e muitos casos de pessoas que casaram por razões erradas e agora vivem vidas infelizes, para não dizer miseráveis. Houve até quem tentasse o suicídio. Por isso, sendo um dos três assuntos mais levantados,  retorno a ele, sem o objetivo de ferir qualquer sensibilidade, mas sim edificar, exortar e consolar.

A verdade é que o amor existe desde a eternidade. A Bíblia diz que “Deus é amor”, portanto a Trindade convive em amor desde sempre. Isso faz dele um dos sustentáculos da existência, sem o qual nada haveria. O Filho ama o Pai, o Pai ama o Filho. Ambos amam o Santo Espírito, que os ama em retorno. E é um amor perfeito. Portanto, quando Gênesis relata a conferência santa em que o Criador, no ato da criação, diz “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26a), o que as três pessoas que formam o Deus Uno estão praticando é um enorme ato de amor: criar um ser que replique, mesmo que de modo imperfeito, aquilo que elas já viviam desde a eternidade. Logo, quando eu e você amamos, simplesmente estamos reproduzindo uma sombra daquilo que o Altíssimo faz com toda perfeição desde sempre.

Embora muitos não saibam, a famosa passagem de 1 Coríntios 13 não fala do amor humano, mas do ágape, que no grego se refere ao amor divino. Aquilo que ali está escrito simplesmente é inaplicável em sua plenitude num relacionamento humano, por mais que um casal se ame ao extremo. Só que, como fomos criados para imitar ou no mínimo nos esforçarmos ao máximo para mimetizar o que é de Deus (isso está claro ao lermos Jesus dizer “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus – Mt 5.48 – e Paulo afirmar “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo – 1 Co 11.1), podemos dizer que o amor de 1 Coríntios 13 é o alvo para os que amam, é nosso ideal utópico – por perfeito que é. Então é bonito que se refira a essa passagem num casamento, por exemplo, como o exemplo máximo do amor que nunca conseguiremos viver mas que devemos perseguir a todo custo. Pois há beleza e propósito na utopia.

A Trindade se ama pelas razões certas, por o amor de cada uma das três pessoas está tão entranhado que seria impossível dividir essas três entidades. Por isso são três mas são um: nesse mistério indecifrável para a limitada mente humana, fica claro que o perfeito amor entre Pai, Filho e Espírito Santo torna totalmente impossível que se afastem ou se separem, pois se amam tanto que sua unidade é absoluta e irremovível . Veja as palavras do Pai no batismo do Filho em Mt 3.17: “Este é o meu Filho AMADO, em quem me agrado”. E nesse momento em que o amor é declarado, quem aparece na forma de uma pomba, pousando sobre Ele e, assim, chancelando esse amor? O Espírito de Amor (Rm 15.30; Gl 5.22).

E nós, reles humanos errantes?

Aqui descemos do campo da realidade celestial perfeita para a difícil e imperfeita esfera humana. Botamos os pés no chão. Pois a verdade é que vivemos enfiando os pés pelas mãos. Conhecemos e praticamos um amor equivocado, cheio de falhas. Se nosso amor tomasse forma de uma ave provavelmente não seria uma pomba, mas uma ave de rapina, de tão imperfeito que é se comparado ao ágape divino. Deus criou um modelo perfeito para o relacionamento entre homem e mulher. Mas muitos não o praticam por suas próprias teimosias, por sua concupiscência ou por pressão externa. E isso é apenas um reflexo de nossa forma errada de amar: queremos viver o amor ao nosso modo e não ao modo de Deus. E aí começa toda a enxurrada de erros que nos distanciam do Senhor, nos tornam equivocados e provocam tristeza e infelicidade em milhares de cristãos dentro de seus casamentos. Por fim, isso resulta numa vida de melancolia e frustração e, frequentemente, em adultérios e divórcios.

Dentre todos os relatos que chegaram até mim, as principais causas que levaram cristãos a casamentos infelizes estão o medo da solidão, a idéia de que “está passando da idade de casar”, a vontade de ter filhos e o aspecto estético ou moral do outro. Vamos então falar um pouco sobre cada um desses aspectos à luz do amor ideal, que é o da Trindade.

Os 4 erros principais

O primeiro erro que leva cristãos a serem infelizes em seus casamentos é a escolha do cônjuge por questões estéticas ou pelo fato de ele (ou ela) apresentar pequenas boas qualidades.  Esses, na verdade, não se casam com uma pessoa, mas com uma aparência ou com um bom caráter.  Errado.  “Ela era linda!”, costumam dizer os homens. “Eu queria me casar com um cristão, ele, dos solteiros da igreja, me parecia o mais espiritual, o mais legal, o que mais me agradava… aí eu casei com ele”. Pobres almas.  Essa é a razão mais distante do ideal divino. Deus é espírito. Ele é incorpóreo. E, na encarnação do Verbo, Isaías 53.2b fala a respeito de Jesus que “Ele não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada havia em sua aparência para que o desejássemos.”. Logo, o amor entre os membros da Trindade jamais pode ser atribuído a qualidades físicas ou estéticas, nem a “ser alguém legal”.

Mas, isso sim, à essência, ao conteúdo, ao que há de mais profundo em cada pessoa da Trindade. O Pai ama o Filho por quem Ele é. E vice-versa. Eu Sou, apresenta-se a Moisés. O Espirito Santo é. Sua essência é pura como uma pomba branca. A essência de toda a divindade, seu conteúdo, seu interior… é isso que faz dela uma unidade em amor. Não é a beleza de um homem nu, cuspido, sanguinolento e desfigurado numa cruz que faz o Pai ou o Espírito amá-lo, pois aquele feito maldição pendurado no madeiro era alguém com substância e solidez, digno de amar e ser amado. Tanto que em Apocalipse só Ele é digno de abrir os selos. Jesus continua sendo amado de eternidade a eternidade: após sua ascenção e glorificação, onde Estevão o vê na hora de seu apedrejamento? Junto ao Pai amado. Por isso, uma pessoa casar-se pelo físico é entrar pela contramão do que motiva o amor divino. Casar porque “ele é um cara legal” é infringir essa verdade básica. E com isso pecam. E se condenam à infelicidade, pois beleza e gentileza mudam com o tempo. Essência não.

Outros cristãos se casam para realizar o sonho de ter filhos. Errado. Biblicamente, o filho é a consequência do amor entre um homem e um mulher e gerar um filho jamais pode ser a causa de uma união. É uma inversão biblicamente absurda. Isso é  como se a Trindade se amasse apenas para que nós existíssemos. O que é, por isso mesmo, um pensamento herético. Como se a humanidade fosse a razão de a Trindade existir. Na verdade, unir-se a alguém apenas para ter um filho é uma subversão da essência e da razão do amor e uma afronta à essência de Deus. É virar ao avesso o que significa ter sido criado à imagem e semelhança do Todo-Poderoso. Mas muitos fazem isso. E, como rompem a ordem humana que mimetiza a divina, atraem para si deformidade espiritual. E com isso pecam.

Alguns cristãos se casam porque acham que estão passando da idade. Errado. O amor divino ignora o tempo, por ser eterno. Não teve começo nem terá fim. O importante então não é o “quando”, mas o “com quem”.  Isso é absolutamente elementar na Bíblia mas, infelizmente, nossa sociedade mundana alterou esses valores – que invadiram o pensamento nas igrejas. O relacionamento motivado pelo tempo, quando aplicado à humanidade, torna-se uma sublevação contra o que é relevante para a divindade. No batismo de Jesus, o Pai não diz que João Batista é seu filho amado. Ele aponta o verdadeiro amado. Logo, biblicamente importa a pessoa, se queremos amar nos moldes que o Senhor estabeleceu, enquanto o tempo é irrelevante. Por isso que casar-se porque se está “passando da idade” ou “ficando para titia” é uma aberração bíblica e as igrejas deveriam urgentemente parar de pressionar seus membros a casar cedo – mas sim ensinar a casar certo. Pois casar devido ao tempo e não à pessoa é pecado.

Por fim há os que casam com medo da solidão. Errado. Maridos e esposas não são damas de companhia. São pessoas que se fundirão e se tornarão um só, mais uma vez repetindo o padrão divino de pessoas distintas que se tornam um Uno. O amor entre Pai, Filho e Espírito Santo há porque sao pessoas que se amam. Parece redundante? E é. Não eram três pessoas distintas que vagavam pelo espaço solitárias e por isso resolveram se unir. Não. A essência dos três é igual. Os atributos dos três sao os mesmos. Todos são onipotentes, oniscientes, onipresentes, justiça, santidade.

Do mesmo modo, na nossa cópia imperfeita e humana dessa relação devemos nos unir somente e tão somente a alguém que nos complete em essência, cujo espirito se funda ao nosso, que  nos faça plenos. Casar com medo da solidão é não compreender que o amor divino vive justamente devido a essa compleitude e não o contrário. A Trindade não existe para realizar a compleitude e assim aplacar a solidão, mas, por ser amor, a solidão deixa de existir. É justamente o inverso.

Quando Jesus brada ao Pai na Cruz perguntando: “Por que me abandonaste?!” foi claramente uma expressão de saudade do Ser amado e jamais um grito desesperado de alguém solitário. O Filho sabia com toda certeza que o Pai estava ali e que Ele não tinha sido abandonado. E eu provo: quais são suas últimas palavras? “Pai, em tuas mãos entrego meu Espirito”. Ora, se Jesus achasse que tinha sido abandonado não conversaria com o Pai – logo, o Cristo sabia que não estava só. Seu brado era puramente de saudade. Saudade de quem se ama.

Portanto, nós, humanos, nunca devemos nos casar pela razão errada do medo da solidão, mas única e exclusivamente por sentirmos uma saudade tão avassaladora da pessoa amada que nos sentimos abandonadas quando ela não está por perto. Isso é amor. E negligenciar isso… é pecado.

Palavras finais

Muitos e muitos relatos chegam a mim de cristãos infelizes em suas vidas matrimoniais. Casaram-se por diversos motivos errados. Há ainda os que já namoravam há muito tempo e tiveram de decidir se casar ou se separar; os que tiveram relações sexuais e engravidaram, sendo forçados pelas famílias a se casar; os que casaram para não se abrasar… enfim, há uma grande gama de razões que levam os cristãos a se casarem pelos motivos errados. Procurei abordar aqui as quatro que são mais frequentes de acordo com o que chega até mim da parte de irmãos muitas vezes desesperados por não saberem o que fazer. E eu sempre desaconselho o divórcio, pois “Deus odeia o divórcio” (Ml 2.16).

Para os que já vivem casamentos infelizes, acnselho a que busquem na oração e na graça de Deus o alento para suas feridas. E meu conselho principal fica então para os que ainda não se casaram: só se case pelas razões certas. Siga o exemplo da Santíssima Trindade, que é amor, é una em amor e a partir de cuja imagem e semelhança fomos criados. Portanto, a Trindade é o nosso modelo e exemplo. Seguir qualquer caminho no âmbito do amor que não esteja de acordo com o padrão da Trindade representa desobediência a Deus. E desobediência a Deus é sinônimo de pecado.

Portanto, um cristão se casar pelas razões erradas representa a certeza da infelicidade no futuro e, mais do que isso, representa uma vida de mentiras e pecado. Seja cristão não apenas de boca. Aja como tal e ame como tal. Ou seja: como Deus ama.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

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A humanidade não presta. Isso a gente sabe desde Adão e Eva, não é nenhuma novidade. Depois vem Caim, mata Abel e se ainda restava alguma dúvida, agora é uma certeza: ninguém presta. De lá pra cá milênios se passaram. Mudaram a ciência, a medicina, a astronomia, a física, a filosofia, a religião, a arquitetura, a moda, as estações, a camada de ozônio, o nível dos mares… mas no que tange ao ser humano continua tudo igual. As pessoas continuam tão horríveis como sempre foram. A verdade é que com a queda o coração do homem tornou-se ruim. Mau. Egoísta. Malévolo. Violento. Assassino. Se quisermos colher cardos e abrolhos basta rasgarmos nossos próprios peitos e lá dentro os encontraremos.

Vibramos com massacres mascarados de “esportes” de luta. Adoramos filmes de ação, violência e com sangue sendo esparramado para todo lado. E assistimos comendo pipoca, insensíveis que somos. Os desenhos animados a que nosssos filhos assistem são ratos esmurrando gatos e pica-paus batendo em leões-marinhos, as comédias que nos fazem rir são pessoas enfiando tortas na cara de outras e batendo com paus na cabeça alheia, muitos dos videogames que jogamos são um ultraje à paz, saltamos da cadeira em êxtase quando nas corridas de carro há batidas, nos programas de auditório de domingo a desgraça alheia é celebrada com gargalhadas, videocassetadas que deixariam Francisco de Assis às lágrimas. Detalhe: tudo isso ocorre com não-cristãos mas também com cristãos.

Fazemos guerras. Criamos armas de fogo. Queimamos crianças com napalm. Inventamos instrumentos de tortura. Investimos bilhões de euros por ano na criação de fuzis, mísseis inteligentes, bazucas que explodem tanques, balas que explodem cabeças, qualquer coisa que exploda qualquer coisa. E tudo em nome da “defesa”. E é lógico que temos de nos defender, afinal o ser humano é mau e nunca sabemos o que a outra pessoa pode fazer de ruim. Há momentos em que paro e mal acredito que isso aqui que nós somos foi criado por um Deus perfeito e que somos o que a Bíblia chama de “a coroa da criação”. A verdade, meu irmão, minha irmã, é que nós somos uma droga. Não prestamos. Faríamos um grande favor ao mundo se sumíssemos da face da Terra e a devolvessemos aos dinossauros. Que voltem os mamutes e outras criaturas mais dignas do que nós.

E, em meio ao fedor emanado pelo homem, ao horror que provocamos, ao sadismo que transpiramos, Aquele que é perfeito se faz como um de nós numa estrebaria de Belém da Judeia. Que loucura…

Você já parou para pensar com calma o que foi para Deus a encarnação? Abrir mão de sua glória para se tornar… isto que nós somos? E a glória de Deus não é uma nuvenzinha ou raios de luz brancos emanados de roupas brancas. A glória de Deus é um estado de perfeição absoluta, algo inconcebível ao homem natural, simplesmente uma realidade de tão puros amor, beleza, carinho, afeto, alegria, paz, amabilidade, bondade e outras virtudes tão cristalinas que nossa mente pateticamente limitada jamais conseguiria compreender nem de longe. Muito se fala do sacrifício de Jesus na cruz. Mas pouco se diz do sacrifício que foi para a Perfeição Absoluta trocar em sua encarnação aquilo que é perfeitamente perfeito pelo que é rigorosamente asqueroso: nós, vermes humanos.

O Filho deixa sua habitação celestial pura e santa para habitar entre mendigos, leprosos, fedor de estrume de animais, sujeira, corações nojentos, podridão humana espalhada por todos os lados, chagas purulentas, doenças, morte. Jesus optou por ser uma ilha de brilho em meio a um oceano de terríveis trevas – externas e internas ao homem.

Mas… Jesus olha para essa humanidade enojante e consegue enxergar esperança. Consegue ver beleza. Incrível. Ele vê a poesia de Fernando Pessoa, a literatura de Gabito Marquez, a música de Mendelssohn, o violino de Yitzhak Perlman, a dança do Quebra-nozes, as árias de  I Pagliacci, a beleza da Moça com brinco de pérola. Consegue ver resquícios da perfeição em meio a este mundo tenebroso. Jesus olha para mim e para você, ignora o odor do pecado que exalamos e diz: “Vinde a mim, vós que estais cansados e sobrecarrecados, e eu vos aliviarei”. Meu Deus, por quê? Por quê? O Pai contempla de sua perfeição o mundo bonito que Ele criou e que o pecado deformou nesta coisa horripilante que existe hoje e consegue amá-lo de tal maneira que dá seu Filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Por quê? Por quê?

Não entendo. Confesso, eu não entendo. Que amor é esse?! Como Ele consegue amar dessa forma?! Porque, no lugar de Deus, eu destruiria tudo. Agora. Já. A começar por mim, este poço de pecado, hipocrisia e negrume de alma. Mas não. Esse Deus insondável olha para mim e para você, que, sem ofensa, mas, pelos padrões divinos, é tão péssimo ou pior do que eu… e nos ama! Como pode?! Como?! Como?!

Não há resposta para isso. Não há resposta para esse que é o maior dos mistérios. E é por isso que me rio ao ver espécimens desse verme que é o homem se digladiando em debates sobre quem está certo sobre a mente de Deus. Inventam Teologia Relacional, Missão Integral, Universalismo, Arminianismo, Calvinismo, Igreja Emergente, reteté, Igreja em Células, Igreja institucional e milhões de outros rótulos ligados ao perfeito Cristo e entram numa guerra sacra uns contra os outros sem perceber que Deus está tão, mas tão, mas tão acima de tudo isso que a discussão que – confesso – gostamos (eu gosto) de ter sobre teologia, sobre Deus, sobre os modelos e padrões de Igreja se tornam quando temos um lampejo de quem de fato é Deus… num amontoado inútil de estrume verbal.

Viver é Cristo e morrer é lucro. Ah, doce esperança de deixar para trás as guerras santas, as guerras nada santas, a mim mesmo enquanto homem não-glorificado. E que vontade de ingressar no que a Bíblia chama de “sala do trono” dAquele que é imaculado, que é perfume puro de nardo, que é a beleza que flor alguma conseguiu imitar. Ah, que vontade de entrar na doce presença, de aspirar o ar puro das esferas celestiais, de deixar para trás o lixo chamado planeta Terra, o aterro sanitário chamado vida. De deixar-me para trás enquanto aquilo imundo que sou e tornar-me alvo mais que a neve.

E poder, enfim, ouvir o Espírito e a noiva dizerem: “Vem!”. E poder beber de graça da água da vida. E escutar “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim. Felizes os que lavam as suas vestes, e assim têm direito à árvore da vida e podem entrar na cidade pelas portas”. Já não haverá maldição nenhuma. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos o servirão. Eles verão a sua face, e o seu nome estará em suas testas.  Não haverá mais noite. Eles não precisarão de luz de candeia, nem da luz do sol, pois o Senhor Deus os iluminará; e eles reinarão para todo o sempre. “Eis que venho em breve!”. Não há mais o que dizer a não ser “Ora, vem, Senhor Jesus”.

Sabe… normalmente busco terminar meus textos com alguma frase que dê um belo fechamento ao que escrevo. Mas desta vez… encerro somente com lágrimas pingadas sobre um teclado de computador. Um teclado cheio de manchas de gordura e sujeira, digitado por dedos com unhas sujas e ligados a uma alma imunda. Não, não há mais o que dizer. Encerro aqui.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

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Quem já teve filho sabe do que vou falar. Você deixa seu neném todo cheirosinho, passa creminho, talquinho. Uma graça. Fofo. Lindo. Por cima de tudo vem a fraldinha. Coisa boa. Tem desenhos de bichinhos, da Turma da Mônica, de balões coloridos. São objetos úteis, mimosos e que deixam o neném com aquela aparência divertida de gorilinha, com o traseiro desproporcionalmente maior do que deveria. Que invenção extraordinária. A fralda retém o xixi e o cocô, mantém o bebê sequinho, limpinho e cheiroso e impede desastres que só quem já segurou um neném peladinho no colo enquanto ele faz xixi descontroladamente entende.

Mas as fraldas têm um problema: se elas não estiverem bem ajustadas, certinhas, no lugar certo… elas vazam. E aí, meu irmão, minha irmã, não queira saber a desgraceira que é. Não foi uma nem duas vezes em que acordei de manhã e encontrei o berço da filhota parecendo um circo de horrores: cocô espalhado pelas paredes, bichinhos, lençóis e, o que é pior: pelos braços, pernas, rosto e até cabelo do nenêm. Porque não pense você que ele entende que  aquilo é sujo: para o pequeno é divertidíssimo se esbaldar jogando caquinha pra todo lado, se esfregando com aquela coisa quentinha e diferente e se emporcalhando com as imundícies que vazaram da fralda mal ajustada. Prefiro nem pensar na hipótese de que depois da farra feita ela lambeu os dedos. E isso não ocorre só no berço. Ocorre no carrinho, na cadeirinha de comer, no automóvel da familia, no colo. Se a fralda não está justa é certeza de que a coisa não vai prestar.

A vida espiritual do crente tem certas semelhanças com esse processo. Antes da conversão, somos como bebês peladinhos, fazendo todo tipo de porcaria por aí, descontroladamente, sem nada que impeça que nossas sujeiras e imundícies atinjam quem estiver ao nosso redor – e, em especial, a nós mesmos. Até que Jesus nos chama para si, nos elege, estende-nos sua graça. Com isso, numa metáfora. é como se Ele pusesse uma fralda em nós. Pois na regeneração ocorre o processo de adoção (Jo 1): fomos feitos filhos de Deus e, com isso nos tornamos  seus herdeiros. E Jesus passa a cuidar de nós com olhar paterno. Passa creminho nas assaduras do passado, nos limpa. Também nos torna justos. Ou seja: ajusta-nos ao que é perfeito. Assim, pela graça do crucificado somos justificados mediante a fé e nossas “fraldinhas espirituais” são ajustadas perfeitamente em nós, impedindo que a sujeirada que antes fazíamos volte a ser contaminação. Ficamos limpos, puros ou, como diz o antigo hino, “alvos, mais que a neve”.

O grande problema ocorre quando, por culpa nossa, essa proteção é removida mediante o que chamamos pecado. O pecado distorce o que é perfeito e faz nossas fraldas se “desajustarem”. É como se o elástico ficasse frouxo ou se a fralda se deslocasse para fora do lugar. Com isso, surgem espaços que não deveriam existir numa realidade de justificação e toda aquela imundície que estava contida volta a  vazar. E, ao vazar, suja tudo e todos ao nosso redor – em especial aquele que, como um neném, voltou a se divertir com as coisas impuras – afinal, para a mente cauterizada, o que é imundo é divertido e quentinho.

Fraldas que vazam são o terror dos pais. Pecados que retornam são o terror dos cristãos. Ninguém deseja um ou outro. Mas acontece. E aí, o que fazer? No caso do neném, troca-se a fralda desajustada por uma nova e todo o processo de limpeza se repete: dá-se um banho no bebê ou passa-se lencinhos umidecidos, creminho, talquinho… tudo de novo até que aquele que fez a sujeirada retorne ao seu estado de pureza. Já no caso do pecador o processo é bem similar. Mediante nosso arrependimento, Jesus nos limpa, dá banho, cuida de nossa alma com o creminho do perdão sobre as assaduras que o pecado provocou e ajusta novamente aquilo que impedirá que a caquinha da desobediência a Deus volte a nos sujar novamente. E aí retornamos ao nosso estado de pureza.

A você que ainda não teve filhos, meu desejo é que nunca tenha que passar pela experiência de uma fralda que vaza. Embora, sinceramente, eu ache impossível que isso não venha a ocorrer. Converse com qualquer pai veterano e ele terá histórias e mais histórias sobre isso para contar. De igual modo, meu desejo é que você nunca tenha de passar pela imundície de retornar ao pecado como, em linguagem bíblica, um cachorro que retorna ao próprio vômito. Embora, sinceramente, eu ache impossível que isso não venha a ocorrer. Converse com qualquer cristão veterano e ele terá histórias e mais histórias sobre isso para contar. A solução? O bebê tem os pais para limparem suas sujeiras. E o cristão tem Jesus para fazer exatamente a mesma coisa. Mantenha-se sempre perto de Cristo e, assim, você terá a garantia de que o pecado pode ocorrer, mas o teu advogado prontamente correrá em seu auxilio para solucionar a sujeirada que teus desajustes provocaram.

Você se desajustou? Está coberto de imundície espiritual? Não se desespere. Arrependa-se. Quem se sujava, não se suje mais. Mude de atitude. Pois, mediante seu arrependimento e a graça de Cristo, Jesus vai limpá-lo, purificá-lo e fazer você ficar limpinho e cheiroso aos olhos e às narinas do Pai,  como aqueles lindos e fofos bebês que sempre nos deixam  encantados por sua pureza e inocência.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

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