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Meus olhos correm pela Bíblia procurando passagens que sirvam de base para que cristãos vivam brigando. Não encontro. Comparo o comportamento de frequentadores de igrejas brigões (o que inclui muitos pastores) com a descrição que Jesus faz de gente bem-aventurada e não encontro compatibilidade. Isso me lança em reflexões.

É um fato: vivemos uma geração de cristãos esquisitíssimos, que acham que viver brigando é uma possibilidade bíblica aceitável. Fazem de brigas com o marido, a família, os “amigos” das redes sociais um hábito. E creem que é um comportamento bonito aos olhos do Deus que nos ordena: “O servo do Senhor não deve viver brigando, mas ser amável com todos, apto a ensinar e paciente” (2Tm.2.24).

Deixe-me repetir: “O servo do Senhor não deve viver brigando”.

Não é um pedido, é uma ordem de Deus.

De onde veio esse pensamento bizarro? Talvez de judaizantes que se baseiam no comportamento guerreiro da Israel do AT. Talvez da ideia alucinada de que, porque Jesus derrubou as mesas dos cambistas, nós podemos ser briguentos. Talvez porque é mais fácil arranjar desculpas bíblicas para continuar sendo tão bruto depois da conversão como antes dela, para não ter de lutar contra sua natureza. Seja a razão que for, justificativas são muitas para ser um adepto das brigas “em nome de Jesus”. Aceitáveis? Nenhuma.

A explicação é que somos, ao mesmo tempo, habitação do Espírito Santo e do pecado. Se vivermos pelo Espírito, seremos pacificadores, autocontrolados e mansos. Porém, se vivermos pela carne, seremos brigões, petulantes, escravos do pecado. Cada um de nós precisa fazer uma autoavaliação. Será que vivemos brigando? Preferimos ter razão a ter paz? Então, precisamos urgentemente tratar essa inclinação. Como? Buscando a face do Príncipe da Paz. Humilhando-se diante do Manso Cordeiro. Arrependendo-se.

E que aquele que nos “chamou para viver em paz” (1Co 7.15) mude nosso coração de pedra em um de carne, disposto a boas obras e a viver como, de fato, ele nos chamou para viver: em paz.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari
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É fácil tomar a decisão de fugir para Társis quando se é Jonas. Afinal, embora cabeça dura, o profeta sabia exatamente o que Deus queria. Desobedeceu com clareza da situação. Mas… e quando você não sabe se o Senhor quer que vá para Nínive, Társis, Columbandê ou Paramaribo? Que rumo tomar?

Sabemos que caminhar segundo a vontade de Deus é o que nos conduzirá aos pastos verdejantes. A questão é que, falhos e pecadores, frequentemente erramos. Achamos que Deus quer que sigamos para oeste quando ele quer que rumemos para leste. E quebramos a cara.

Se você tem enfrentado dilemas sobre que rumo seguir, saiba que não é o único. Davi se viu nessa situação muitas vezes. E deixou para nós uma pista do que fazer: “Mostra-me por onde devo andar, pois me entrego a ti. […] Que o teu Espírito bondoso me conduza adiante por um caminho reto e seguro” (Sl 143.8-10).

Davi foi claro: se queremos seguir pelo caminho certo, precisamos deixar quem conhece o caminho nos guiar. Para isso, duas atitudes são necessárias: 1) Estar sempre junto do guia; 2) Seguir pelo caminho que ele aponta e não pelo que nossa teimosia determina. E isso só é possível se vencemos nosso ego.

Em linguagem bíblica, vencer o ego é “negar a si mesmo”. E Jesus deixou claro que, se alguém quisesse segui-lo (isto é, deixar que ele mostre o caminho), precisaria aniquilar o ego. Negar a si mesmo. Tomar a sua cruz. E, então, segui-lo.

Sim, o caminho para cumprir a vontade de Deus é sempre duvidar das próprias vontades e certezas. Pois é esse saudável questionamento do eu que abre espaço para o “e se…?”. E se eu estiver errado? E se o caminho for outro? E se Deus não quiser isto?

Quando você se pegar duvidando dos seus caminhos, só lhe restará ir até o guia. Buscar a face do condutor. Almejar a intimidade daquele que conhece o caminho. E, com isso, terá cumprido a vontade de Deus.

Por quê?

Porque o que Deus realmente quer é que você esteja junto a ele. E, uma vez na presença do Eterno, qualquer rumo que tomar será o certo. Estranho? Não se você entende o principal: mais importante do que saber que rumo seguir é caminhar junto a Deus em qualquer caminho em que estiver.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,

Maurício Zágari, editor da GodBooks Editora
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