A Tradição Evangélica (Texto brilhante de John Stott)

Publicado: 27/04/2012 em Espiritualidade, Evangélicos, , Fruto do Espírito, Glória de Deus, Graça, Heresias, História da Igreja, Igreja dos nossos dias, Literatura
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Devemos nos chamar de “evangélicos” ou não? Dentro dos debates que tenho visto e vivido sobre se um cristão assumir a terminologia “evangélico” faz dele um religioso vazio e distante do Evangelho de Cristo, um mau fariseu (para não ser generalista e injusto com os bons fariseus, como Paulo e Gamaliel), um legalista etc, reproduzo abaixo um magnífico texto escrito pelo reverendo John Stott a esse respeito. Sugiro que você leia, reflita, dispa-se dos preconceitos e jargões e deleite-se nas reflexões desse que é considerado um dos maiores teólogos das últimas décadas – até seu falecimento recente. Segue o que o saudoso Pastor Stott falou sobre denominar-se ou não “evangélico”, a partir da perspectiva correta: a bíblica e histórica. É uma análise curta, porém magnífica, do significado desse conceito, sem a influência que nós, brasileiros, recebemos do mau exemplo de um punhado de maus líderes e igrejas que se chamam “evangélicas” mas que praticam e pregam barbaridades do ponto de vista bíblico. Ouçamos então essa voz que tanto edificou os cristãos dos séculos 20 e 21 com seu conhecimento sobre as coisas de Deus.

(Agradeço ao irmão João Paulo Silva, que me encaminhou o texto).

A Tradição Evangélica
John Stott

Gostaria de argumentar, embora corra o risco de simplificar em demasia e de ser acusado de arrogante, que a fé evangélica não é outra senão a fé cristã histórica. O cristão evangélico não é aquele que diverge, mas que busca ser leal em sua procura pela graça de Deus, a fim de ser fiel à revelação que Deus fez de si mesmo em Cristo e nas Escrituras.

A fé evangélica não é uma visão peculiar ou esotérica da fé cristã – ela é a fé cristã. Não é uma inovação recente. A fé evangélica é o cristianismo original, bíblico e apostólico. A marca dos evangélicos não é tanto um conjunto impecável de palavras quanto um espírito submisso, a saber, a resolução a priori de crer e de obedecer ao que quer que seja que as Escrituras ensinem.

Eles estão, de antemão, comprometidos com as Escrituras, independentemente do que se possa descobrir que elas digam. Eles afirmam não ter liberdade para lançar seus próprios termos para sua crença e comportamento. Percebem essa perspectiva de humildade e de obediência como uma implicação essencial do senhorio de Cristo sobre eles.

As tradições católica e liberal tendem a exaltar a inteligência e a bondade humana e, portanto, esperam que os seres humanos contribuam de alguma forma para a iluminação e salvação deles mesmos. Os evangélicos, de outro lado, embora afirmem veementemente a imagem divina que a nossa humanidade carrega, têm a tendência de enfatizar nossa finitude humana e queda e, portanto, de insistir que sem a revelação não podemos conhecer Deus e sem a redenção não podemos alcançá-lo.

Essa é a razão pela qual os aspectos essenciais do evangelho focam a Bíblia e a cruz, bem como a indispensabilidade delas, uma vez que foi por meio delas que a Palavra de Deus nos foi comunicada e que a obra de Deus em favor de nós foi realizada. Na verdade, sua graça apresenta a forma trinitária. Primeiro, Deus tomou a iniciativa em ambas as esferas, ensinando-nos o que não poderíamos saber de outra forma, bem como dando-nos o que não poderia nos ser dado de outra maneira. Segundo, em ambas as esferas o Filho desempenha um papel singular, como o único mediador por meio de quem a iniciativa do Pai foi tomada. Ele é a Palavra que se fez carne, por meio de quem a glória do Pai foi manifestada. Ele é o imaculado que se tornou pecado por nós para que o Pai pudesse nos reconciliar com ele mesmo.

Além disso, a Palavra de Deus falada por meio de Cristo e a obra de Deus realizada por intermédio de Cristo eram ambas hapax , completadas de uma vez por todas. Nada pode ser acrescentado a nenhuma delas, sem que com isso se deprecie a perfeição da palavra e da obra de Deus realizada por meio de Cristo. Depois, em terceiro lugar, tanto na revelação quanto na redenção, o ministério do Espírito Santo é essencial. É ele que ilumina nossa mente para compreender o que Deus revelou em Cristo, e é ele quem move nosso coração para receber o que Deus alcançou por meio de Cristo.

Assim, nessas duas esferas, o Pai agiu por meio do Filho e continua a agir por meio do Espírito Santo. Os evangélicos consideram essencial crer não apenas no evangelho revelado na Bíblia, mas também em toda a revelação da Bíblia; crer não apenas que “Cristo morreu por nós”, mas também que ele morreu “por nossos pecados” e, de forma que Deus, em amor santo, pode perdoar os crentes penitentes; crer não apenas que recebemos o Espírito, mas também que ele faz uma obra sobrenatural em nós, algo que, de variadas formas, foi retratado no Novo Testamento como “regeneração”, “ressurreição” e “recriação”.

Eis aqui três aspectos da iniciativa divina: Deus revelou-se em Cristo e no testemunho bíblico total sobre Cristo; Deus redimiu o mundo por meio de Cristo e tornou-se pecado e maldição por nós; e Deus transformou radicalmente os pecadores pela operação interna de seu Espírito.

A fé evangélica, assim afirmada, é o cristianismo histórico, maior e trinitário, e não um desvio excêntrico dele. Pois não vemos a nós mesmos oferecendo um novo cristianismo, mas chamando a Igreja ao cristianismo original.

Se “evangélico” descreve uma teologia, essa teologia é a teologia bíblica. Os evangélicos argumentam que são cristãos bíblicos plenos e que, para ser um cristão bíblico, é necessário ser cristão evangélico. Explicando dessa forma, isso pode soar como arrogância e exclusivismo, mas essa é uma crença sincera. Certamente, o desejo sincero dos evangélicos é não ser um cristão mais ou menos bíblico. A intenção deles não é ser sectário. Isto é, eles não se apegam a certos princípios apenas para manter a identidade deles como um “grupo”. Ao contrário, sempre expressaram sua prontidão para modificar, até mesmo abandonar, quaisquer das crenças que estimam, ou, se necessário, todas elas, se lhes for demonstrado que não são bíblicas.

Os evangélicos, portanto, consideram como a única possível via para a reunião das igrejas a via da reforma bíblica. De acordo com o ponto de vista deles, a única esperança firme para as igrejas que desejam se unir é a disposição comum para se sentarem juntas sob a autoridade da Palavra de Deus, a fim de serem julgadas por ela.

O significado da palavra “conservador” quando aplicada aos evangélicos, é que nos apegamos veementemente aos ensinos de Cristo e dos apóstolos, conforme apresentados no Novo Testamento, e que estamos determinados a “conservar” toda a fé bíblica. Isso foi o que o apóstolo determinou que Timóteo fizesse: “Guarde o que lhe foi confiado”, conserve isso, preserve isso, jamais abandone seu apego a isso, nem deixe que isso caia de suas mãos.

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O Rev. John Stott , Ministro Anglicano e escritor, foi ex-Capelão da Rainha da Inglaterra e Reitor Emérito da Paróquia de All Souls, em Londres.  Fonte: “Cristianismo Autêntico – 968 Textos Selecionados da Obra de John Stott” , compilação pelo Bispo aposentado Anglicano Timothy Dudley-Smith (Autor dos dois volumes já publicados de sua Biografia Autorizada), Vida Acadêmica: São Paulo, 2006, http://www.editoravida.com.br , http://www.vidaacademica.net , pp.413-420.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

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comentários
  1. marcojuric disse:

    Boa noite Zágari!

    Semplicemente perfetto!

    God bless you!

  2. Thiago Pitaluga disse:

    A paz irmão Maurício,
    Sou novato aqui no seu blog, acessei ontem de madrugada e fiquei até tarde da noite (ou cedo da manhã, rs) lendo, seguidamente mais de uma dezena de suas postagens. Parabenizo-o pelo blog.
    Desejo, primariamente, registrar minha apreciação por suas mensagens que demonstram clareza, um bom fundamento bíblico e uma bem estruturada formação e exposição de ideias.
    Admito que sigo a linha dos que declaram: “não concordei com tudo mas gostei do todo…”. Mas sua sinceridade e convicção ao escrever sobre aquilo que crê, cativaram minha simpatia. Quase dá para sentir o fogo que havia em seu coração, enquanto seus dedos corriam pelo teclado para escrever cada mensagem. Que o Sangue da Cruz seja sempre a sua mais forte inspiração!
    Em concordância contigo, sou também amante do bom diálogo quando este é acompanhado pela pureza no coração e boa educação. Que os cristãos se amem!
    Sem mais delongas, passo a versar comentários sobre a presente mensagem postada:
    Pergunto-me, qual é a real relevância de defender o título de evangélico? Isto realmente importa? Do ponto de vista humano, com toda a certeza, sim, pois somos tendenciosos a amar títulos.
    Entretanto, e do ponto de vista de Cristo? Será que Jesus considera um absurdo que alguém portado com boa consciência não sinta mais prazer em carregar o mencionado título? Ou será que o Mestre considera reprovável que com pureza de intenções, alguém se posicione em não mais auto-proclamar por este nome?
    Indago-me: Será que Jesus morreu na Cruz para que hoje nós sejamos chamados de ‘evangélicos’?
    Sim, sou evangélico, do ponto de vista histórico-protestante. Amo a reforma e inspiro-me nos heróis desta, entretanto, recuso-me a acreditar que declarar-se evangélico, seja essencial para que se seja cristão.
    Sou evangélico, logo sou cristão. Ok, isto é verdade. Mas e o inverso disto? Se sou cristão, logo evangélico? Ouso ainda questionar: Paulo era evangélico? João e Pedro eram?…
    Qual a relevância de carregar este título? Consideremos o propósito de Jesus ao contar a parábola do bom samaritano: Deus não estava nem aí se você não carregava o título de judeu (o evangélico da época), Ele iria elogiar e aprovar um samaritano (que era odiado pelos mesmos judeus de acordo com João 4), se este demonstrasse que sua fé era acompanhada com obras.

    A grande Boa Nova é que a Salvação é pela Graça (e não por títulos). E sendo sincero, é linda a exposição de John Stott. E como queria que o foi por ele descrito fosse em nossa realidade, uma realidade. Mas (permanecendo sendo sincero) não é.
    Hoje, para mim, se alguém diz que é evangélico, isso não quer dizer nada. Pois poucos carregam o testemunho de Cristo. É lamentável, mas é a realidade.
    Irmão Maurício, percebo a sua intensão ao defender o título que tão penosamente foi ‘conquistado’ – por assim dizer -, pelos reformadores do passado que além do testemunho de Cristo, carregavam também consigo fogo em seus corações.
    E se bem entendi, de acordo com o falecido pastor Stott, este título, EVANGÉLICO, deveria trazer-nos honra e não vergonha. E então, agora, o que fazer?
    Ou eu olho para o que os atuais evangélicos são e declaro: eu não sou.
    Ou eu olho para o que um evangélico deveria ser (de acordo com o tão fundamentado John Scott) e digo para aqueles: vocês não são.
    Expondo minha crença de que o relevante não é ser evangélico, mas viver o Evangelho, e que não usar o título não é o mesmo que apostatar-se da fé, declaro que minha peleja nesta terra será defender e professar, tão somente, o Título que está acima de todos os outros títulos, a saber, o nome de Jesus. E o meu grande desejo, não é carregar o nome de evangélico, mas sim o novo nome escrito em uma pedra branca que Deus tem, por sua graça, tem guardado para mim (Ap. 2:17).
    Aqui ficam as considerações e desabafos de um cristão EVANGÉLICO.

    • Salve, Thiago! Prazer falar contigo.
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      Obrigado por suas palavras, faço dos teus desejos a minha oração.
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      Sobre as suas considerações, vou ponto a ponto, para organizar melhor as ideias, ok?
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      – Sobre “Pergunto-me, qual é a real relevância de defender o título de evangélico?” eu creio que meu texto “Sou evangélico sim e com muito orgulho” responde a essa pergunta. Sugiro que vc o leia. Mas eu também poderia responder com outra pergunta: “Pergunto-me, qual é a real relevância de ATACAR o título de evangélico?”. Eu poderia ainda e na mesma linha te perguntar: “Que importância tem em te chamar pelo seu nome?” Eu não poderia te chamar de “Alberto”? Você não continuaria sendo a mesma pessoa? Mas o seu nome é sua identidade. E isso é importante. Tenho certeza que em algum momento da sua vida alguém já escreveu seu nome como “Tiago” e você corrigiu “é com h, Thiago”. Estou errado nisso? E por que isso acontece? Porque seu “título” define quem vc é.
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      – Sobre “Do ponto de vista humano, com toda a certeza, sim, pois somos tendenciosos a amar títulos”. Isso está explicado no post mencionado acima, mas eu posso repetir aqui: não é uma questão de título, querido, mas de identidade: ser evangélico explica que você é “alguém que segue o Evangelho segundo o que foi resgatado na Reforma”. É uma questão de honrar um legado, não de titular por vanglória ou qualquer outra razão.
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      – Claro que Jesus não morreu numa cruz para sermos chamados evangélicos. Como também não morreu para sermos chamados de “cristãos”, “crentes”, “protestantes” ou o que for. Mas Jesus foi chamado de “Mestre” e “Rabi” e nunca repreendeu quem o fez. A questão não é essa, penso que levar por esse lado é tirar o foco do que está sendo debatido. Jesus também não morreu numa cruz para que houvesse escolas, então por isso devemos aboli-las? Percebe? Não é porque Jesus não morreu numa cruz por algo que ela deixa de merecer atenção.
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      – O judeu não era o evangélico da época, querido. Era o “cristão” da época. O que me faz pensar: por que então não abolimos o título “cristão” e passamos a nos chamar de “seguidores do nazareno”? Não é o mesmo princípio? Pois há um título historicamente definido, que situa perfeitamente as pessoas sobre o que se fala (os bem-informados, lógico). Então pra que mudá-lo? A resposta está no meu post: vergonha. Essa moda de não querer ser chamado de evangélico surgiu porque as pessoas não querem ser identificados com seguidores dessa ou daquela igreja que praticam abominações. Só que os membros dessas igrejas também se dizem cristãos!! Então por que não deixamos de nos chamar por esse nome também?! É um argumento tão sem lógica que chega a cair o queixo.
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      – Querido, a afirmação “A grande Boa Nova é que a Salvação é pela Graça (e não por títulos)” é um tremendo non sequitur. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, não interfere na outra e não anula a outra. É como se eu dissesse “A grande Boa Nova é que a Salvação é pela Graça (e não por comer bananas)”. Percebe?
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      – Dizer que a exposição de Stott não é uma realidade é uma opinião. A respeito, embora discorde.
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      – Ao dizer “Hoje, para mim, se alguém diz que é evangélico, isso não quer dizer nada. Pois poucos carregam o testemunho de Cristo. É lamentável, mas é a realidade” você está cometendo o terrível erro do generalismo. Eu conheço muitos e muitos evangélicos que carregam o testemunho de Cristo. Isso simplesmente é ser machucado por uma namorada e dizer que “mulher nenhuma presta”. Desculpe, Thiago, mas se você de fato crê nisso sugiro que vc pare de pensar nos evangélicos que vê na tv e na web e passe a conhecer os que visitam hospitais e presídios, que atuam em obras de caridade, que ensinam em seminários sem receber salários, que escrevem livros de edificação sem querer receber direitos autorais, os missionários que partem pra África e tantos, tantos e tantos outros. Não generalize, querido, isso é um erro básico.
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      – Agora vc chegou no ponto: “E se bem entendi, de acordo com o falecido pastor Stott, este título, EVANGÉLICO, deveria trazer-nos honra e não vergonha. E então, agora, o que fazer? Ou eu olho para o que os atuais evangélicos são e declaro: eu não sou.
      Ou eu olho para o que um evangélico deveria ser (de acordo com o tão fundamentado John Scott) e digo para aqueles: vocês não são”.
      Essa é minha proposta e se vc ler o post que mencionei acima verá isso. Não temos que abandonar o barco, temos que lutar e jogar Jonas para fora. O caminho não é desertar da herança histórica que recebemos por legado dos mártires da reforma, é denunciar os que “saíram de nós mas não eram de nós”. Não foi isso o que João fez comos gnósticos em suas epístolas? Esse é o caminho, querido. Se um bandido homônimo seu chamado Thiago Pitaluga torna-se nacionalmente conhecido e odiado porque assassinou uma familia, vc vai entrar na justiça para mudar de nome ? Afinal, muitos poderiam achar que vc é ele. Ou você diria “não, aquele bandido é só meu homônimo, mas ele não sou eu”?
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      – Para concluir, volto a dizer o que ja disse antes sobre “minha peleja nesta terra será defender e professar, tão somente, o Título que está acima de todos os outros títulos, a saber, o nome de Jesus”. Ok, isso é maravilhoso. É a peleja de todos nós. Só que isso em nada invalida que se argumente em favor de outras coisas. Afinal, todos nós pelejamos para defender e professar o nome de Jesus, o que não nos impede de ir ao cinema, casar, ouvir uma música ou ir ao banheiro. Podemos defender o nome de Cristo enquanto fazemos outras coisas, querido.
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      Obrigado pelo seu diálogo tão educado, que mostra que você é um cristão de tradição evangélica muito sensato e cumpridor do Evangelho de Jesus. Um prazer dialogar com vc.
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      Na paz do Mestre.

      • Thiago Pitaluga disse:

        Irmão Maurício, é muito agradável conversar contigo e obrigado por sua consideração ao responder meu comentário e pelo respeito demonstrado.
        Reconheço que o argumento: “Não temos que abandonar o barco, temos que lutar e jogar Jonas para fora”, é imbatível. Concordo completamente.
        Entretanto, deixe-me compartilhar algo contigo e peço-lhe, por favor, que dialogue comigo sobre como você enxerga o que passo a expor:
        Antes de 1517 a única igreja cristã existente era a católica. Desta forma, durante a era medieval, até esta data, todos os cristãos eram intitulados como “católicos”.
        Nem sempre a igreja católica foi totalmente herege. Suas heresias surgiram de maneira progressiva, até chegar um estado de total depravação da Palavra de Deus.
        Desta forma, em alguma época, a igreja católica, foi a igreja do Senhor e usada por Ele. Santo Agostinho foi bispo católico. O canon bíblico foi definido pela igreja católica (os livros apócrifos foram inseridos no canon da bíblia católica somente depois da reforma protestante). E o próprio herói Lutero foi educado e recebeu formação teológica da igreja católica, e foi padre nesta igreja.
        Este mesmo Lutero, ao comparar a igreja da época com as Escrituras, percebeu a contradição, e desta forma em 31 de outubro de 1517 publicou as 95 teses. Com esta atitude, sua intenção inicial não era fundar uma nova “religião” (considere as aspas, por favor). Ele não pretendia deixar de ser católico. Pelo contrário, inicialmente sua proposta era fazer uma reforma naquela igreja, trazendo-a de volta aos trilhos da Bíblia e então permanecer nela.
        Sintetizando: Ele não queria, abandonar o título, deixar de ser católico. Lutero, igualmente a nós, só queria chutar os jonas pra fora, estava disposto a guerrear por isso. A história demonstra isso.
        Houve em alguma época do passado um esplendor em carregar o nome de católico, todo um significado por trás deste título, como há no nosso hoje. Igreja católica significa: igreja universal, ou seja, a igreja única, unida.
        No entanto, percebe-se que a vontade do Senhor era diversa daquela que Lutero propôs. E assim houve a divisão da igreja, a parte santa foi separada da profana. Surgiu então a igreja evangélica e Lutero, antes católico, agora era evangélico.
        Hoje, somos a igreja de Cristo na terra. Contudo, aparentemente, parece que a história se repete agora conosco. Creio que você amado irmão, concorda comigo que a igreja evangélica necessita de uma nova reforma, não é mesmo? Nossa igreja evangélica está saindo cada vez mais dos trilhos da bíblia. E como Lutero, queremos (e como queremos!) permanecer com o mesmo título histórico que temos carregado até hoje.
        Mas e se o Senhor já não estiver mais tão interessado a preservar este título assim? Você argumentou sobre o meu nome, que é Thiago e que por tanto você não pode me chamar de Alberto, pois este não é o meu nome. Ok, mas ambos sabemos que Deus tem o curioso costume de mudar o nome das pessoas. De Simão para Pedro, de Jacó para Israel, (em relação a Lutero) de católico para evangélico. E quem sabe se agora será ou não de evangélico para …… ?
        Amado irmão Maurício, continuo desabafando, nada mais. Paulo disse que não se envergonhava do Evangelho e isto é importante. Mas tão importante quanto isto é não envergonhá-lo também.
        Com o título de “evangélico” ou não, só quero viver o Evangelho. Tenho mais desejo por apoiar uma nova reforma, do que por qualquer outra coisa. Que novas “95 teses” sejam pregadas nas portas de todas as igrejas evangélicas do mundo todo: batistas, wesleyanas, presbiterianas, universais, mundiais, bolas de neve, assembleianas, petencostais, tradicionais e por aí vai. Que seja denunciada as mentiras que tem se infiltrado na nossa teologia. E aí, vamos ver o que acontece.
        Que o Senhor dirija o curso de nossas vidas.
        A Paz irmão Maurício, prazer imenso conversar contigo. Percebo a seriedade do seu cristianismo. Que o Senhor te abençoe.
        Maranata!
        Ps: Já me tornei visitante constante de seu blog. Gostei bastante mesmo. =)

      • Olá, Thiago, graça e paz, irmão.
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        Não tem que agradecer por dialogar com educação. É o que se espera de qq cristão, não é?
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        Sobre o que vc falou, vamos lá:
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        – Sobre “Antes de 1517 a única igreja cristã existente era a católica. Desta forma, durante a era medieval, até esta data, todos os cristãos eram intitulados como “católicos”.” —> Na verdade não. Existia a Igreja Ortodoxa do Oriente, a Igreja Copta na Etiópia, os Nestorianos no Oriente Médio e muitos outros grupos cristãos espalhados pelo mundo. Não é fato que antes da Reforma todo cristão seria católico romano.
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        – Sobre “Nem sempre a igreja católica foi totalmente herege. Suas heresias surgiram de maneira progressiva, até chegar um estado de total depravação da Palavra de Deus” —> Na verdade a doutrina católica desde Gregório o Grande foi herege. Sempre houve Mariolatria, culto aos santos mortos (que é espiritismo), crença na transubstanciação, adoração de relíquias e outra coisas mais. O que podemos ver é que do meio dessa poluição doutrinária surgiram indivíduos que se destacaram por um autêntico caráter cristão, embora praticantes das heresias romanas, como Francisco de Assis, Teresa d’Ávila e João da Cruz.
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        – Sobre “Desta forma, em alguma época, a igreja católica, foi a igreja do Senhor e usada por Ele. Santo Agostinho foi bispo católico”. —> Na verdade não. Oficialmente, o catolicismo romano surgiu com Gregório, no final do século VI. Agostinho nasceu no século IV, portanto séculos antes do estabelecimento da Igreja Católica Apostólica Romana. Ele foi Bispo da Igreja, não da instituição Papal como a conhecemos hoje. Tanto que, antes de Gregório, Roma nem era tão importante assim, Constantinopla e Antioquia eram centros muito mais importantes de decisão e influência na Igreja.
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        – Sobre “O canon bíblico foi definido pela igreja católica” —> Na verdade não. O cânon bíblico foi fechado definitivamente no final do século V, em reação ao cânon herético de Marcion, e por isso, antes do estabelecimento da Igreja Católica Apostólica Romana.
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        – Sobre “(os livros apócrifos foram inseridos no canon da bíblia católica somente depois da reforma protestante).” –> Na verdade não. Os apócrifos do AT já constavam da Septuaginta e foram adotados inclusive na Vulgata latina. Portanto, são de pelo menos 1.000 anos antes da Reforma Protestante. Em 1545, o Concílio de Trento apenas reafirmou que os católicos romanos consideravam os apócrifos livros canônicos em reação à Reforma, daí pode estar surgindo o seu equívoco.
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        – Sobre “E o próprio herói Lutero foi educado e recebeu formação teológica da igreja católica, e foi padre nesta igreja” —> confere. E foi justamente em sua proximidade com o Catolicismo que ele viu os absurdos que eram cometidos por essa tradição, estabeleceu suas 95 teses, propôs e Reforma e acabou excomungado, ou seja, expulso, da Igreja Romana pelo papa Leão X.
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        – Sobre “Lutero, igualmente a nós, só queria chutar os jonas pra fora, estava disposto a guerrear por isso. A história demonstra isso.” —> Na verdade não. Ele queria que Jonas ajudasse a consertar o barco, mas ele, Lutero, foi jogado por cima da amurada, como vc bem pôs.
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        – Sobre “No entanto, percebe-se que a vontade do Senhor era diversa daquela que Lutero propôs.” —> Não consigo enxergar o pq. O que vc diz é que Deus era a a favor das indulgências e da infalibilidade papal, as principais críticas de Lutero? Não vejo dessa forma, querido.
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        – Sobre “Creio que você amado irmão, concorda comigo que a igreja evangélica necessita de uma nova reforma, não é mesmo? Nossa igreja evangélica está saindo cada vez mais dos trilhos da bíblia. E como Lutero, queremos (e como queremos!) permanecer com o mesmo título histórico que temos carregado até hoje” —> Não tenho a menor dúvida de que PARTE da Igreja Evangélica precisa de uma nova reforma. O cuidado que temos que ter é não pôr toda a Igreja Evangélica no mesmo saco. Comparar, por exemplo, a IURD com a Igreja Anglicana ou a IMPD com a Igreja Presbiteriana me parece um pouco despropositado. Quem está saindo dos trilhos são aqueles que, como João disse ao se referir aos gnósticos em suas epístolas, são aqueles que “saíram de nós mas não eram de nós”. E sim, meu desejo é manter o título “evangélico” pois mostra historicamente quem eu sou e em que creio: sou filho da Reforma e seguidor do Evangelho de Cristo.
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        – Sobre “Mas e se o Senhor já não estiver mais tão interessado a preservar este título assim?” —> é pura especulação. Não posso afirmar o que Deus quer ou não se Ele não revelou na Bíblia. Isso não me atrevo a fazer isso nem a especular.
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        – Sobre “Paulo disse que não se envergonhava do Evangelho e isto é importante. Mas tão importante quanto isto é não envergonhá-lo também” —> Concordo. É o que todos temos de fazer. Por isso mostrar que aqueles que o envergonham não são evangélicos é o caminho correto, em vez de abandonar o título histórico.
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        – Sobre “Que seja denunciada as mentiras que tem se infiltrado na nossa teologia. E aí, vamos ver o que acontece.” —> Concordo 100% e é a isso que dedico meus dias. Se vc ler meu último livro, “A Verdadeira Vitória do Cristão”, poderá ver isso com muita clareza.
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        No mais, o prazer em dialogar é imensamente meu. Obrigado pelo carinho com o blog e por sua postura respeitosa, mesmo diante das discordâncias. Seguimos juntos pois, apesar de divergências periféricas, nossa fé, nosso Deus e nossa meta são os mesmos.
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        Deus o abençoe rica e poderosamente.

  3. A base da história da igreja evangélica explicada de uma forma simples, ao mesmo com assertividade… maravilhoso!

    Obrigado por compartilhar Maurício.

    Paz seja contigo!

  4. isaquelf disse:

    Maurício,
    Excelente texto de Stott! Li apenas um livro dele, “Cristianismo Básico”, e pretendo ler outros. Um trecho que li neste livro e que marcou foi: “Temos de admitir que nem todos os que professam a fé e se autodenominam cristãos demonstram o amor de Jesus Cristo em suas vidas.”
    Abraços, meu irmão!

    • Pois é. Mas abolir o nome “cristão” ninguém quer, não é engraçado? Só “evangélico” é que ficou pra judas.
      Muita incoerência em nosso meio, infelizmente.
      Deus o abençoe, irmãozão!

  5. samuel araujo crespo disse:

    boa tarde, sr. Maurício Zágari, mais uma vez peço perdão pela formalidade mas sou assim. li as colocações enviadas a mim inclusive a bela e concisa transcrição do texto do reverendo john Stott diga-se de passagem fantástica, mas contudo acho que não me expressei corretamente em meu post anterior.Eu sou cristão protestante batista e isso eu não abro mão com todo respeito as suas inteligentes e oportunas colocações sobre evangélico com muito orgulho. Eu nunca vou deixar de crer nas escrituras e também no único que intercede por nós que Jesus o filho de Deus. Como mesmo o Sr. colocou aqui é um ambiente de debate e não para impor ou RUIVAR com furor contra sua pessoa coisas inacreditáveis de quem parte essas palavras mas sim discordar de idéias, pensamentos, é saudável e cria um clima para crescimento de todos que leem ou postam algum comentário, mas voltando, acho muito válido as palavras do rev. Mas estamos vivendo um momento muito dificil como igreja que certos “ícones” estão levando e arrebanhando pessoas que conhecem o evangelho mas não são “evangélicas” na sua verdadeira maneira de ser como ensina a palavra. Olha o sr. não imagina a quantidade de igrejas que existem em meu bairro somente perto de minha residência são em média 20 isso as que vejo, pressupondo que a igreja é sal para temperar a terra com a palavra, então me pergunto: porque tantas igrejas e nenhuma diferença na sociedade? Agora você vai entender um pouco a minha posição de não querer ser chamado de evangélico. Sou contemporâneo seu creio, sou um pouco mais velho ou vivido como queiram. ha alguns anos quando você procurava emprego vinha aquelas fixas enormes perguntando quase até que horas do dia você nasceu, pois bem, apenas um detalhe sempre me chamava a atenção quando chegava a parte de dizer qual a fé ou religião você seguia; por incrível que pareça existia isso e quando respondia-se evangélico o indivíduo saia na frente. Porque disso? o Termo era sinônimo de honestidade, hombridade, pessoa séria, etc. hoje se existisse isso ou você se declarando como tal seu currículo vai para o lixo na hora com certeza. Como o sr. bem colocou em alguns comentários que a liderança se corrompe e quem paga o pato é quem esta na ponta sendo sério trabalhando na obra, se doando e no final vendo todo seu trabalho maculado por certos líderes que só querem arrebanhar 3000 4000 membros e por ai vai. desculpe-me se me alongo e perdão se não sou bom com as palavras como o sr. como disse somos todos irmãos em cristo temos que nos suportar uns aos outros nos dois sentidos: de dar suporte e aturar mesmo pois somos diferentes graças a Deus não sermos iguais em tudo, porque não haveria esse espaço tão valioso para podermos expressar ideias concordar e discordar sem ferir ou agredir. Continue meu irmão; apesar de não ser tão presente aqui as vezes somente sapeando retendo o que é bom e graças a Deus 99%do que é colocado aqui em seu blog é construtivo e bom muitas vezes discordo e sou respeitado por isso e também concordo e respeitando as pessoas e orando para que Deus em sua infinita misericórdia nos de entendimento para sabermos qual é a boa e perfeita vontade dele. Um abraço e peço desculpas se não me fiz claro ou me alonguei em meu comentário fica na paz. um abraço.

    • Querido Samuel,
      .
      não precisa se desculpar de nada. Entendo a sua posição, mas não creio que abandonar o termo correto historicamente, etimologicamente e em suas raízes solucionará nada. Deixamos de nos chamar “evangélicos” mas…e aí? O que isso melhorou a sociedade?
      .
      A questão não é abandonar o termo, irmão, é mantê-lo e mostrar para a sociedade que esses que praticam o mal é que não são evangélicos – simplesmente por não praticar o Evangelho. Não seguem o que Lutero resgatou na reforma. São hereges.
      .
      Temos o exemplo de João ao falar sobre os gnósticos em suas epístolas: “saíram de nós mas não eram de nós”. É ISSO que temos de dizer. Simplesmente abdicar do nome é como beber agua do mar para matar a sede: não resolve nada.
      .
      É o que penso.
      .
      Obrigado pelo seu carinho e gentileza. Deus o abençoe ricamente.

  6. Lelê (Alessandra) disse:

    Brilhante, Maurício!
    Que facilidade ele fala do evengelho! E na verdade é simples mesmo! Nós que buscamos rebuscar o que não tem nenhuma firula!
    clap, clap e clap! (palmas)
    Com carinho,
    Lele

  7. Vicente Neto disse:

    Paz! Mauricio.
    Maravilhoso texto.
    John Scott disse o que nos precisamos entender e que muitos precisam saber ainda.
    Na minha visão, está faltando é mesmo conhecimento bíblico por parte dos cristãos, pois substituem o mesmo por coisas como: porfia evangélica, idolatria ao um líder específico e cristianismo virtual (esse mais para os jovens e uma galera que se acha “revolucionária”).

    Muitos hoje em dia infelizmente não conseguem dizer o “Não me envergonho do evangelho…” estão tentando adaptar o ser cristão ao máximo para caber em expectativas intelectuais…, moldes seculares das mais variadas formas…. enfim…

    Faço minha palavras a de John :

    “O significado da palavra “conservador” quando aplicada aos evangélicos, é que nos apegamos veementemente aos ensinos de Cristo e dos apóstolos, conforme apresentados no Novo Testamento, e que estamos determinados a “conservar” toda a fé bíblica. Isso foi o que o apóstolo determinou que Timóteo fizesse: “Guarde o que lhe foi confiado”, conserve isso, preserve isso, jamais abandone seu apego a isso, nem deixe que isso caia de suas mãos.”

    Aleluia! por que é assim mesmo que é! e Glória a Deus, por isso!

  8. João disse:

    bom dia Mauricio, eu que te encaminhei o texto, comentando o post “Sou evangélico sim e com muito orgulho” primeiro enviei só uma frase que tinha tirado desse texto, depois enviei o link do site onde havia lido esse texto do Pastor Sttot, ainda fiz algumas perguntas sobre o dom de falar em línguas.

    Esse texto é lindo, fez bem em postá-lo aqui no seu blog.

    Abraços, Deus o abençoe.

    • Ah, querido, obrigado!
      Eu realmente não me lembrava quem tinha me enviado, pois são muitas as pessoas com quem falo todo dia. Vou agora mesmo creditá-lo no post.
      Muito obrigado, foi extremamente edificante.
      Deus o abençoe e perdoe minha falibilidade.

  9. Jacy disse:

    🙂 Excelente!!!
    Paz querido mano!

  10. Jose Gad disse:

    Graça e paz sejam contigo, caro irmão Zágari.

    Há alguns dias, navegando meio “perdido” pela web, encontrei o seu blog, e desde então tenho tentado acompanhar os vossos post. Parabéns pelos escritos, são bem fundamentados e falam verdades que são muito bem vindas ao nosso cotidiano.

    Eu concordo com o escrito do pastor Scott, mas tenho estado inquieto com algumas publicações que dizem que existem mais de 35 milhões de evangélicos no Brasil. Mais. Recentemente a Isto É publicou uma reportagem, entitulada de O Retrato da Fé no Brasil, em que há uma citação do surgimento de um novo seguimento entre os cristãos: os evangélicos não praticantes.

    Sabe Zágari, não quero estar fazendo um julgamento temerário, mas alguns irmãos simplesmente negam a autoridade bíblica e afirmam que ser cristão como a Bíblia demonstra não é mais para os nossos dias. Para eles, conservar a fé biblica é algo impossível, mas mesmo assim se autodenominam cristãos e/ou envagélicos.

    Será isso um sinal de que, nem todo aquele que chama a Jesus de Senhor, seja, de fato, Seu seguidor?

    Que Deus continue, pelo Seu Espírito, nos convencendo do pecado, da justiça e do juízo.

    Jose Gad

    • Jose,
      a Biblia responde a sua pergunta: “naquele dia muitos dirão Senhor, Senhor (…) e eu direi ‘nunca os conheci’.”
      Se dizer cristão não faz de ninguem cristão.
      Sejamos sal e luz, mano. É o que podemos fazer.
      Deus te abençoe!

  11. Rafael Bonfim disse:

    Bom dia Zágari,
    Excelenete texto de John Stott!!

    Na verdade o que vivemos nos dias atuais, é uma Fé securalizada, onde os valores se perderam. Se ”intitular” Evangélico ou Cristão, virou um mero detalhe. Jesus já não é mais o centro, de ”ator principal” passou a ser ”coadjuvante”. A igreja está cada vez mais distante de Cristo e mais próxima do mundanismo. Triste realidade que enfrentamos
    Quando leio a carta de Aristides ao Imperador Adrino César acerca dos ”cristãos” daquela época e olho para o nosso cenário atual, me sinto envergonhado ao ponto decadente em que chegamos.
    Mas o que me conforta, é saber que ainda existem os sete mil que não se dobram perante baal. Essa é minha esperança de um futuro melhor para a nossa igreja.
    Sou EVANGÉLICO e não me envergonho disso, e que seja cobrado de mim, um posicionamento digno de tal pessoa.

    Obs. Estou lendo no momento o livro do Stott que se chama: Eu creio na pregação! Muito bom, não sei se vc já leu, caso não, aconselho 🙂

    Um grande abraço
    Deus te abenço hj e sempre

  12. Luciano dos Santos disse:

    Irmão Mauricio, a Paz!
    Eu estou afim de postar este texto em meu Blog, posso?

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