Cristão ou macaco de imitação?

Publicado: 18/03/2012 em Espiritualidade, , Igreja dos nossos dias, Oração

Tenho 40 anos. Na minha infância, quando alguém reproduzia o comportamento de outro a gente no colégio chamava de “macaco de imitação”. Não tenho certeza, mas creio que essa gíria já caiu em desuso, pois não vejo mais as crianças chamarem outras disso. De qualquer modo, sempre que observo alguém mimetizar o comportamento de outra pessoa, minha memória puxa lá do fundo do baú aquela gíria e a imagem de um bando de crianças apontando para outra e todas gritando juntas – no que em nossos dias seria bullying: “Macaco de imitação! Macaco de imitação! Macaco de imitação!”. Por mais estranho que possa soar, é exatamente assim que hoje em dia se forma um cristão: a pessoa é convertida, começa a frequentar a igreja e lá observa o que os irmãos fazem, como se comportam, que linguagem falam e como vivem sua relação com Deus. E aí passam a reproduzir esse comportamento crendo piamente que aquilo ali é ser cristão. Repare só: se o irmão é convertido em uma igreja do reteté vai sapatear e berrar “glórias” e “aleluias”. Se for em uma bem tradicional, vai achar que bater palmas na hora do louvor é pecado. Se for em um grupo alternativo, tipo igreja em lares, vai demonizar a Igreja institucional. Se for numa congregação emergente vai achar crente de terno e gravata uns fariseus. Se for num grupo de desigrejados vai jurar que “eu sigo Jesus e não religião”. E por aí vai. Sejamos honestos: somos belíssimos “macacos de imitação” na hora de definir o tipo de cristãos que seremos.

A grande questão é que isso é pura casca. Não mostra essência. Essa foto que você está vendo à esquerda somos eu e minha filhinha de um ano num culto. Sentamos no último banco, para que, se ela começasse a fazer barulho, eu pudesse sair rapidamente com ela do santuário sem atrapalhar a celebração. Obviamente, de lá era possível ver o que todos os demais na igreja estavam fazendo. Agora… observe o que ELA está fazendo. Na hora do louvor ela vê todo mundo na igreja levantando as mãos, olhando para o céu, batendo palmas e ela faz tudo igualzinho. E a foto não faz justiça à aparência de devocionalidade que ela exprime. Ela olha pro céu, fecha os olhinhos, mexe a boca como se estivesse orando e canta daquele  jeito que crianças de um ano cantam, balbuciando os sons. Em casa, ela tem uma boneca da Mônica que dança e se balança toda. Quando apertamos um botão no peito dela, o bonequinha para. Pois de vez em quando a boneca cai de costas no chão e parece estar estrebuchando. Aí eu brinco com a filhinha: “Expulsa o capeta dela, filha”, ao que a pequenina dá um tapa no peito da pobre Mônica e emite um gritinho, como se dissesse “sai!”. E a Mônica para na hora com a “manifestação” e fica quietinha, liberta de todos os “espíritos malignos”.

Bem, aí eu pergunto: será que em todos esses momentos a minha herdeira, que só fala “papai”, “mamã” e “sodadi”, está vivendo uma devocionalidade real? Será que ela está de fato louvando a Deus na igreja e libertando bonecas de demônios? A resposta é óbvia: não, ela não tem a menor noção do que está fazendo. Está apenas imitando os outros, como uma boa… macaquinha de imitação. Mas se você olha na hora do louvor… meu irmão, minha irmã…vai dizer que ela é a mais crente da igreja.

Infelizmente isso é o que está acontecendo em grande parte da Igreja evangélica brasileira de nossos dias. Os santuários, é fato, estão lotados. Mas, se você reparar… uma enorme parte de quem está ali não está em espírito e em verdade prestando culto ao Senhor (porque culto não se “assiste”, se “presta”, você tem essa noção?), mas macaqueando. Quem prega percebe isso com muita clareza. Por exemplo, ao final de uma pregação eu tenho por hábito levar a congregação a fechar os olhos, introspectar-se e refletir por poucos minutos sobre o que foi pregado. “Feche seus olhos, por favor e…”. Posso afirmar que em absolutamente todas as vezes em que fiz isso tive de pedir de novo: “Por favor, TODOS fechem os olhos e os mantenham fechados”, pois inevitavelmente vai haver uns quatro ou cinco que abrirão os olhos, darão uma espiada em volta, bocejarão, mexerão em algo de suas roupas, cochicharão algo com alguém que esteja ao lado… ou seja, não estão realmente preocupados em aproveitar aquele momento para praticar a introspecção e o religare com Deus. Que a meu ver é o momento mais importante de uma pregação: quando o pregador se cala e quem o ouviu reflete sobre o que escutou, aplicando o que eram palavras em sua vida, tornando-as ação.

Para que ler a Bíblia se tudo o que preciso fazer para transparecer que “sou cristão” é repetir dois ou três versículos que ouvi alguém dizer? Para que ser santo se basta escrever coisas no twitter ou no facebook que me deem uma aparência de santidade (de preferência, pondo na Bio “menina dos olhos de Deus” ou, como ouvi outro dia, “Filho do Deus Altísssimo”)? Para que orar se basta imitar os outros, fechar os olhos e erguer as mãos? Para que dar a outra face se para acharem que sou cristão basta macaquear um “a paz do Senhor”? Para que chorar com os que choram se basta macaquear um “vou orar por você”? Para que ter devocionalidade com Deus no seu quarto se ali não tem nenhum irmão para admirar suas macaqueadas? Melhor assistir ao futebol, à novela, ao BBB ou ao UFC. Não tem ninguém pra ver mesmo, né? Então fingir que ora pra quê?

Em casa minha filhinha macaquinho de imitação nunca levantou a mão sozinha com Deus na hora em que toca uma música de louvor. Mas quando o pai ouve ópera e brinca de Plácido Domingo cantando “Nessun Dorma” ela vira uma diva do municipal. Parece Maria Callas: mesma postura, mesmo gestual. Antes de comer, a família dá as mãos, ela na roda, e ao final todos dizem “amém”. E… adivinha só? Ela também diz “amém”. Não entendeu nada do que foi dito, nem ao menos entende por que todos deram as mãos. Mas como todos falaram ela também fala.

Quando o pai lê com ela a “Biblia das Crianças” e aponta o desenho ela sabe repetir direitinho o nome do personagem que ali está representado, por imitar aquele nome que papai já repetiu montes de vezes: “Jesus”. Mas não o conhece. Não sabe quem Ele é. Não tem uma relação de intimidade com Ele. Não põe em prática seus mandamentos. Mas é um belo macaquinho de imitação: “Quem é esse, filhinha?”. “Jesus!”. Mas se eu perguntar a ela QUEM É ESSE na plenitude da pergunta… ela ficaria me olhando com cara de boba, sem ter a menor ideia, pois apenas reproduz comportamentos cristãos. Com 1 ano de idade ela ainda não é uma cristã: não entende o plano de salvação, não foi convertida pelo Espirito de Deus, não vive o fruto do Espirito. Mas vai todo domingo à igreja, levanta a mão na hora do louvor, diz “amém” ao final das orações, reconhece quando lhe apontam “Jesus”. Mas vida com Deus? Zero.

Aí eu olho em volta. E, confesso, em alguns momentos os que se chamam pelo nome do Senhor agem de modo tão anticristão que me pergunto até que ponto estamos vivendo Cristo ou apenas somos macacos de imitação daqueles que deveriam dar a outra face, andar a segunda milha, pacificar, pagar o mal com o bem, não se vingar, amar o próximo como a si mesmo. E, como não sou o juiz do universo, me pergunto até que ponto eu mesmo não estou comendo bananas na hora da Ceia. Essa é uma reflexão que nunca devemos deixar de nos fazer: como está nossa devocionalidade? Feche os olhos (se puder) e pense: como está a SUA devocionalidade?

A resposta a essa pergunta está embutida na resposta a outra pergunta: você vive de fato Cristo em tudo o que faz e pensa ou apenas replica como um macaquinho de imitação o comportamento, os jargões e o modo de cultuar dos crentes? Pare. Pense. E responda a si mesmo. Para não ter de responder a Deus naquele grande e terrível dia em que estará face a face com o Criador.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

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comentários
  1. Aline Avelar disse:

    Zágari, que linda a foto de você com sua filha.
    Você tem cara de ser pai coruja. rs
    Pura verdade esse texto, tenho pensado muito sobre isso.
    Preciso de mais devocionalidade.
    Sabemos que somos cristãos mesmo quando continuamos sendo cristãos quando só Deus está olhando. Afinal, é pra Ele que temos que viver, ou pelo menos deveria ser.
    Somente sua misericórdia…
    mas em Jesus venceremos.
    Deus continue o abençoando, a você e sua família.

  2. Marco Juric disse:

    Bom dia Zágari!

    Uma realidade, infelizmente.
    Confesso que no decorrer de minha vida cristã demorei um pouco para me dar conta disso, digo, para perceber minhas “macaquices”. Mas graças ao bom Deus de misericórdia e amor infinitos, a libertação chegou: antes tarde do que nunca. Desde então me policio para não agir nem como “macaco de imitação” nem como cético completo.
    Tenho certeza que esse post irá ajudar a abrir os olhos e entendimento de muitos.

    God bless you!

    Marco Juric

    • Ah, querido, isso acontece com todos nós.
      Nos tornamos cristãos sem saber como ser cristãos. O problema é que crianças aprendem a falar imitando. Mas um dia aprendem. E passam a falar por si mesmas.
      Já em nosso meio, muitos vivem e vivem e vivem imitando, não vão adiante. E aí, se tornam os “macacos de imitação”.
      .
      Tomara que sim, querido, faço da tua certeza a minha oração.
      .
      Deus te abençoe com a verdadeira vitória do cristão!

  3. Eliana disse:

    Paz, Maurício!
    Já estava com saudade de posts em que vc menciona a Laura. Ela é uma graça! 🙂
    Ótimo texto!
    Deus continue te usando para a glória do nome dEle!

  4. sandra mares teodoro de souza disse:

    Parabéns pelo texto e pelas verdades que estão contidas nele! Neste tempo de modernidade onde tudo é permitido, nada como uma reflexão sobre o nosso viver como cristão. Que nosso Deus tenha misericórdia de nós cristão, principalmente de mim. Que o Senhor continue te abençoando!

  5. Klelber (@klelber) disse:

    Refleti sobre essas palavras… e como eu sou imperfeito! Mas graças a Deus pela Sua misericórdia. Obrigado pelo oportunidade de crescer mais um pouco meu irmão. Deus te abençoe.

  6. Teresa Mesquita disse:

    Graça e paz Zágari

    Que texto hein? Você disse que não curte MMA, mas vez ou outra da uns nocautes aqui..rsrs.. Que Deus continue te usando para nos fazer ver que precisamos mais e mais de sua presença..Com verdade e não com macaquices como você explicou.

  7. Oh meu querido irmão, como tanta banana que tenho medo de ter uma diarréia. Porque as vezes as coisas secundárias de nossas vidas passam a ser primárias? E por isso perdemos o foco no cultar a Deus e já estamos pensando naquela conta a pagar, aquela discussão com uma pessoa querida, oque vamos fazer para resolver aquele problema , etc… Então ligamos o botão “Crente Automático”, que o Senhor Jesus tenha misericórida de nossas vidas.

    • Rodrigo,
      vc teve a capacidade de expor algo tão sério com tanto bom humor. ISso é um dom!
      Sim, que a misericórdia venha e que possamos da um passo além, para fora da mera imitação.
      .
      Deus te abençoe com a verdadeira vitória do cristão.

  8. Michelle disse:

    A Paz, irmão!

    Curioso que hoje a tarde estávamos comentando acerca desses assuntos na minha sala no trabalho. Trabalho numa empresa de direção evangélica, que prioriza contratar evangélicos, mas no dia a vemos que esse “diferencial” não é tão aparente assim. São muitas doutrinas, visões diferentes, e infelizmente nem todas apontam para a cruz de Cristo. Tem muita “gente boa” aí sendo levada na conversa por não conhecer as escrituras, basta ir numa igreja 1 ou 2 vezes na semana e pronto. Ouve uma palavra tremenda, se “arrupeia todo” e pronto, é um cristão. Mas na hora de se livrar da responsabilidade de seu erro num pedido, não é difícil apontar um colega, disseminar fofocas e etc.

    Falar que está “nas mãos de Deus” é fácil, tudo que é carro traz esse adesivo. Se comportar como quem realmente está nesta posição é complicado.

    Que Deus continue nos dando sabedoria e capacitando pra ser sal e luz.

    A prospósito, parabéns por mais uma ótima reflexão. Precisamos pensar mais. Chega de ideias prontinhas ,não é?

    Que Deus continue te abençoando.

  9. Marcelo Caldas disse:

    Aqui na Bahia chamamos de papagaio de pirata, mas as vãs repetições “se repetem” por TODOS os arraias cristãos, pra quê viver um vida santa se podemos forjá-lá. Concordo em gênero, número e grau, parabéns mais uma vez.

    Ps: cê ta igual a Edir expulsando o mesmo capeta todo dia, será que ele troca a pilha tb?

  10. Dayana disse:

    É irmão, hoje dentro das igrejas se imitam de tudo, menos a Cristo, e diante dessa geração de macacos imitadores só nos resta clamar a Cristo que se levantem homens como Ap.Paulo que dizia: SEDE meus imitadores, como também eu de Cristo”.

  11. Luiz Felipe disse:

    “E responda a si mesmo. Para não ter de responder a Deus naquele grande e terrível dia em que estará face a face com o Criador”
    .
    Gostei muito deste último trecho irmão Mauricio.
    .
    Vivemos em comunhão e a Palavra de Deus nos exorta a vivermos em comunhão com os irmãos.Mas ainda assim, a vida cristã também é você e Deus. A salvação é individual e eu não vou conseguir levar ninguém e nem vou conseguir pegar “carona” com alguém, logo, eu preciso me resolver com Deus.
    .
    Me lembro de ter ouvido de um não cristão (na verdade ele é algo bem longe disto) que só você paga por uma espiritualidade falsa. Sou obrigado a concordar. Somente 2 pessoas conheçem o nosso coração: nós mesmos e Deus. Deus conheçe todas as coisas e a nós mesmos podemos até tentar nos enganar mas no fundo sabemos a verdade.
    .
    Podemos enganar todo mundo e viver uma vida cristã de aparências repetindo os famosos jargões crente, “ a paz do Senhor”, “Deus te abençoe”, “amém”, etc. e enganar pastor, irmãos, família… Mas a Deus e a nós mesmos isso é impossível.
    .
    E esta vida falsa, de aparente espiritualidade, nos corroe por dentro, nos acusa, nos empobrece interiormente nos afasta de Deus e quando tentamos buscar algo de mais elevado, percebemos o silêncio, a oração que “bate no teto e volta” e o quanto distantes do alvo estamos. Isso nos faz pensar qual seria a “plena recompensa” recebida pelos hipócritas mencionados em Mateus 6:1-5. Talvez seja o reconhecimento dos outros e o vazio interior.
    .
    Dai percebemos que espiritualidade não é somente ir aos cultos, participar dos eventos da sua igreja, dar aula para as crianças, trazer seus dízimos e ofertas em dia. Tudo isto é importante mas o que muitas vezes falta é simplesmente você e Deus, algo do tipo, em casa quando todos estão dormindo, na madrugada, no silêncio, biblia aberta ou de joelhos no chão deixar-se imergir na presença de Deus. Ninguém olhando, ninguém julgando, ninguém aplaudindo. Só você e Deus.
    .
    Chega um momento da nossa caminhada cristã que temos que ser sinceros conosco mesmos e nos analisarmos se estamos sendo “macacos de imitação”, como disse o irmão, ou vivendo um vida espiritual plena com Cristo.
    .
    A paz.
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    Luiz Felipe

  12. Ricardo disse:

    Bom post! Você destila a realidade nua e crua das pessoas que não tem intimidade com Deus, pessoas que não tem o hábito de orar e nem de ler a palavra, pois só assim pra criármos um elo de intimidade e sentir realmente a presença do Espírito Santo de Deus.
    No fim de semana os “macaquinhos” tomam um banho e se “produzem” pra chegar lá e entrar na onda e copiar as atitudes alheias, ir de embalo.
    Muito edificante a sua analogia comparativa, eu gostei, não pare de escrever, você tem pegada, feeling e criatividade envolta a sabedoria.

    Ricardo

  13. Olá Mauricio,

    Sei que ainda está preparando o post sobre o dízimo, mas é um assunto que está pairando em minha mente, e lhe confesso que não sou um dizimista, mesmo até porque não estou trabalhando, encontro-me desempregado no momento, mas aproveitando este post que fala dos cristãos, em sua devocionalidade, o que sinto falta na Igreja a qual congrego é a prestação de contas mensal, entradas e saídas dos recursos da Igreja, onde é empregado detalhadamente o que é recebido dos dízimos e ofertas.

    Você acha que toda congregação deveria relatar a prestação de contas mensal aos seu membros? Em meu ponto de vista deveria.

    Abraço forte, no amor de Cristo.

    • Pedro, olá,
      eu não devo mais postar sobre o dízimo pq sei que o @Bp_Walter McAlister vai postar sobre isso e certamente ele, com mais de 30 anos no ministério, vai saber falar com muito mais propriedade sobre o assunto. Fique ligado no blog dele: http://www.waltermcalister.com.br.
      .
      Mas adianto creio sem dúvida que o dízimo é bíblico, neotestamentário, reafirmado por Cristo.
      .
      A prestação de contas depende do tipo de governo de cada igreja. Se for congregacional ou prebiteriano, creio que sim. Já no sistema episcopal ou no das Assembleias de Deus, não.
      .
      Não creio que a igreja deveria prestar contas. O que é entregue é em amor e com respeito e em obediência à Palavra. Se o membro não confia na boa administração dos recursos da igreja…por que continua ali? Que vá para outra em que confie, entende?
      .
      É o que penso. Abração!
      .
      Que Deus te abençoe com a verdadeira vitória do cristão!

  14. […] Zágari é jornalista, escritor e editor do blog Apenas. Gostar disso:GostoSeja o primeiro a gostar disso […]

  15. greize disse:

    Que linda sua filha,com certeza Cristo ama muito mais as ações dela(inocência) do que as nossas ações. Deus a abençoe sempre, você e sua família!!

  16. Beatriz disse:

    Prezado Zágari,
    me converti ha pouco tempo e também notei isto. Fico pensando quantos realmente levantam as mãos para louvar ou simplesmente porque todo mundo faz.
    Mas também não os culpo. Lembro quando entrei na Igreja pela primeira vez me senti um pouco peixe fora d’agua. Existe sim uma espécie de Código de Comportamento Evangélico e quem não é evangélico fica meio sem saber…”onde colocar as mãos” (para cima parece ser uma boa opção, rsrs…desculpe o trocadilho).
    Já antes de ir para a Igreja nesta primeira vez fiquei em dúvida: será que posso ir de calça comprida? será que posso usar maquiagem? adornos em geral?
    Uma vez congregando a gente acaba imitando os outros para ter aquela sensação de “pertencer”, pelo menos enquanto ainda temos essas preocupações mundanas.
    Na Igreja que frequento vejo isto não só no louvor mas tambem nas orações, lá tem um certo “padrão”.
    Mas, ourtra vez entendo, as vezes é dificil orar em voz alta na frente de muitas pessoas. Melhor seguir um modelo já estabelecido e que, aparentemente, vem dando certo.
    Mas o importante é que o louvor e a oração sejam verdadeiras, com mãos ao alto ou não, não é verdade?
    Um abraço
    Beatriz
    uma última observação, pela quantidade de comentários neste post, vou usar um outro termo antigo, parece que a “carapuça serviu” em muita gente, rs.

    • Beatriz,
      você matou a charada. “Importa que os verdadeiros adoradores o adorem em espírito e em verdade”. O resto é macaquice rs.
      .
      Que Deus te abençoe com a verdadeira vitória do cristão!

  17. Carlos Melo disse:

    Minhas saudações Zágari.
    Meu irmão,parabéns por esse texto.Expressa à real condição dos “CRENTES” imitadores.
    Observo também os cultos em várias igrejas próximas de casa,desde o início até o fim;a oração inicial(imitando os outros que oram);os louvores(mecânicos);pregações com àquele voz de(permita-me o termo)PENTENCA e mecânicos também e parece que eles são feitos em série na PENTENCA S/A.Quando acaba aquela reunião,todos voltam pra suas vidas mediocres.
    É obvio que existem os que adoram em espirito e em verdade;e tem um devocional com Deus; esses nem vemos,nem dizem nada e não faz questão de aparecer,porque eles,de joelhos,oram e a igreja continua de pé.
    Deus lhe abençoe Zágari.

    • É, Carlos, temos que tomar cuidado para não condenarmos quem Deus nao condena. Se é pura macaquice, Deus julgará. Se for ignorância bíblica, é orar para Deus mostrar o caminho. Se há devocionalidade, glorifiquemos a Deus por isso.
      .
      Sou pentecostal, mas não pratico excessos. EM minha igreja, prega-se num tom de voz normal, a membresia ouve em silêncio e a manifestação dos dons não ocorre de forma histérica e aos berros no meio do culto. Bem diferente da igreja onde me converti, que era bem “penteca”, como você diz. Mas eu vi muitas pessoas extremamente piedosas lá, com vidas de fato diante do altar.
      .
      Então tomo cuidado para não errar pelo erro de alguns. Numa igreja tradicional pode haver alguém em total silêncio e de olhos fechados…pensando no decote da irmã ao lado. Então, temos de cuidar para não acharmos que as “macaquices” são apenas “bizarrices”.
      .
      Espero ter sido claro.
      .
      Um forte abraço e que Deus te abençoe com a verdadeira vitória do cristão!

      • Carlos Mello disse:

        Olá Zágari tudo bem?
        Você foi claríssimo.
        Deus lhe abençoe muito meu irmão.

      • Ola, Carlos, tudo joia e vc?
        Fico feliz que te edificou.
        .
        Deus te abençoe com a verdadeira vitória do cristão!

  18. porele disse:

    Tais “imitações” podem até parecer inocentes, mas guardam um perigo oculto. As pessoas acabam cultivando um sentimento de plenitude apenas por ostentarem uma aparência “cristã”. Como costumo dizer, vivemos uma época de muita “forma” e pouco “princípio”.

    No mais, só posso te parabenizar pelo texto, como sempre você abordou o assunto com inteligencia, coragem e elegância.

    Abraços,

    Carlos

  19. Irmão Mauricio,
    você usou no seu texto a expressão, “pentecostais reformado”,
    Se for possível gostaria que comentasse sobre o assunto, porque lí em um site dizendo que não é possível, ou é pentecostal ou é reformado.
    Eu sou pentecostal mas também creio na soberania de Deus e na respossabilidade humana,
    e fiquei feliz quando ví essa expressão “pentecostais reformado”( pois a primeira vez que ví esse termo foi aqui no seu blog), e gostaria de entender melhor sobre o assunto. Pois a pouco estou conhecendo melhor sobre a reforma.

    Desde já, agradeço.
    Que o Senhor continue te iluminando cada vez mais. Amém!

    • Rudiney,
      a definição é simples: o pentecostal reformado é um cristão que crê na absoluta soberania de Deus na salvação. Segundo Rev. Augustus Nicodemus Lopes, em palestra na conferência da Sepal do ano passado, os pentecostais reformados são o futuro da Reforma no Brasil.
      E, assim, como eu, há muitos. Pr. Renato Vargens (bem conhecico por seu blog e no twitter) é um exemplo. Bispo Walter McAlister (www.waltermcalister.com.br) é outro. Conheci um pastor de Timóteo (MG) que tb era.
      .
      Respeito o site que você leu, mas somos a prova viva de que eles estão errados rs.
      .
      Deus o abençoe com a verdadeira vitória do cristão.

  20. André Sena disse:

    É uma pena que o “comportamento” evangeliquês imposto aos crentes, principalmente aos novos convertidos, não se reproduza em comportamento cristão FORA do templo. Aí faríamos diferença nesse mundo.

  21. Katia Machay disse:

    Ola Mauricio, lendo todos os comentarios, faço as palavras deles as minhas. Mas digo ainda q ainda hoje fico impressionada com irmaos q agem assim, irmaos q procuram igrejas q SÓ AGEM assim. Querem só fogo! só gritos, só isso, só aquilo, etc. Havia em nossa igreja dois casais cristaos, um a procura de uma igreja perto de sua residencia, pois havia se mudado, o outro q havia se desentendido da onde estava e vieram para nossa comunhao, ambos nao demoraram muito pediram pra sair pq queriam e gostavam desse “fogo”, disse q queriam exercer seus ministerios… diziam q nos amava, mas queriam mais. Fico pensando diante desse seu texto, sera q eles nao estao de macaquices ou ha mesmo a necessidade desses movimentos (nao q nossa igreja “proibisse” o levantar de maos, o falar alto numa pregação, etc. mas eles queriam mais, mais, mais…sera q o Espirito Santo se constrangeria na nossa igreja de agir neles conforme eles queriam? Foi-se conversado q eles poderiam agir ou ser o q quisessem ser, (dentro do respeito) na nossa igreja, mas pelo q nos passou é q nao teriam como ou a quem se exibir com suas macaquices. Fico muito triste, pois esses dois casais sao pessoas inteligentes e de “bom entendedor” da Palavra. Mas como vc disse, de repente eles estao comendo bananas na ceia. Ao longo dos anos a gente procura deixar as bananas e comer realmente a presença do Senhor. Nao quero ser uma “santarrona”, quero viver bem com o meu Deus, na sinceridade do meu coração.

    • Ola, Katia!
      Não posso julgar as pessoas que vc mencionou, mas a verdade é que esse tipo de comportamento vicia.
      Quem vive no “manto” e “no mistério” não consegue viver só da Bíblia. Comecei minha caminhada cristã nesse meio, sei como é. Foram adestrados a que aquilo é ser cristão, que poder de Deus é aquilo e o resto é um monte de gente fria. Não entendem o que é se relacionar com Deus em devocionalidade silenciosa. Não entendem que é possivel ser pentecostal – como eu sou – e não ser barulhento. Deus não quer que destruamos nossas cordas vocais, rs, quer que lhe entreguemos o coração.
      Oremos por esses queridos irmãos, que precisam urgentemente ler bons livros e ser bem discipulados.
      No amor do Senhor, que Ele te agracie com a verdadeira vitória do cristão.

  22. Wendel disse:

    Paz irmão!
    Achei belíssimo o seu interpretar das atitudes nas igrejas, coisa que de fato vem ocorrendo há tempos,depois de algum tempo me deu conta de quanto preciso ser mais verdadeiro com meu Jesus e te agradeço por me ajudar através deste assunto.
    Que a Paz do Senhor esteja em você é sua família!
    Ah aguardo o dia em que com sua sabedoria fale sobre a Mulher Rixosa um assunto real dentro e fora das igrejas.

    Parabéns!!!

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