Sim, existe um lugar mais importante na igreja. É o local onde, em geral, se senta quem mais importância tem em um culto público. Não fica no ponto mais visível, não é a cadeira de espaldar mais alto da plataforma nem os bancos onde se sentam os músicos do louvor. Também não é a poltrona do tesoureiro, a sala do administrador ou o cômodo onde se reúne o conselho de presbíteros. O gabinete pastoral tampouco é o lugar mais importante em uma igreja, bem como o banco mais próximo do púlpito. Não é, também, o tanque batismal ou a mesa da Ceia. Bem, se não é nenhum desses lugares… qual é?
Não há dúvidas de que Jesus é a pessoa mais importante em uma igreja, mas, como ele não habita mais aqui do que ali, sua onipresença o põe igualmente em todos os lugares do santuário ao mesmo tempo. Está tão presente na mesa da Ceia como naquele membro que come o pão e bebe o vinho. Ele está tanto no púlpito onde é ministrada a palavra quanto no meio do povo que a recebe. Pois a mesa da Ceia e o púlpito não têm razão de ser sem que haja quem ceie e quem ouça – logo, a importância do memorial está atrelada a quem se lembre da Cruz e a importância da proclamação está atrelada a quem a receba e viva por ela. Mas será que depois de Deus há uma segunda pessoa mais importante na igreja – e que ocupa, consequentemente, o lugar mais importante? Sim, há.
Mateus 25.31-40 relata: “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.
Essa passagem deixa claro que Cristo associa sua imagem de modo íntimo à daqueles que mais precisam de socorro, amparo, auxílio, amor. Jesus associa Sua própria pessoa ao faminto e ao sedento (os desamparados), ao forasteiro (o que depende de orientações), ao nu (o que precisa desesperadamente de algo), ao enfermo (o aflito e fraco) e ao preso (o solitário e isolado). Em suma, infere-se que Jesus diz que sua presença se faz mais do que tudo naqueles que precisam de uma mão estendida, de socorro, de um ombro, de uma palavra de consolo e conforto. De amor. Minha experiência e a de qualquer irmão que tenha o cuidado de conversar com quem está no santuário antes de o culto começar mostra onde os tais costumam se sentar: no último banco.
O último banco – aquele mais escondido, onde se pode chorar sem que ninguém perceba, onde o desesperado e o aflito costumam sentir-se mais seguros. É o cantinho da igreja onde quem costuma se ver como indigno geralmente se refugia.
Portanto, para mim, o lugar mais importante na igreja é o último banco do santuário.
A razão de ser da Igreja é glorificar Deus. E isso se faz, acima de tudo, cumprindo o maior mandamento, ou seja, amando ao Senhor sobre todas as coisas e… ao próximo como a si mesmo. Portanto, no âmbito do relacionamento com Deus, a melhor forma de glorificá-lo é devotando-lhe amor, e isso se faz por meio da obediência (“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama”, disse Jesus em João 14.21a). Já no âmbito do relacionamento com o próximo, a melhor forma de dar glória a Deus é doando-se pelo outro, cuidando de suas feridas – como Jesus deixa claro na parábola do bom samaritano, relatada justamente para explicar quem é nosso próximo.
E na igreja quem mais precisa ter suas feridas cuidadas em geral se abriga no último banco. Logo, se você quer glorificar Deus amando o próximo como a si mesmo, aqui vai uma dica: sempre concentre suas atenções em quem está sentado no fundo. Ali deve estar o nosso foco. Do púlpito e da mesa da Ceia vêm o aprendizado e a proclamação. No último banco deve estar esse aprendizado sendo posto em prática. O Evangelho pregado de púlpito é a mensagem que desperta. O Evangelho praticado no último banco é a mensagem que despertou alguém.
Por isso, deixo aqui a minha sugestão: quando você chegar à igreja antes de o culto começar não vá direto bater papo com seus amigos ou sentar-se no seu lugar para ficar sem fazer nada até o início da celebração. Em vez disso, dirija-se a quem está no último banco. Sente-se ao seu lado. Pergunte seu nome. Apresente-se e pergunte como ele está. Ouça sua resposta. Ore com ele. Aconselhe. Apresente-o ao seu pastor. Convide-o para a comunhão. Dê atenção. Dê afeto. Dê a ele o de beber, o de comer, vista-o. O mesmo procure fazer ao final do culto. Você vai reparar que, geralmente, pessoas ficam ainda por algum tempo sentadas no último banco após a bênção final e a despedida. Provavelmente porque anseiam desesperadamente por algo mais. Seja você esse algo mais. Leve afeto até elas. Visite-as no isolamento de seu banco. Reflita Cristo para elas. Ame-as.
Sim, o último banco da igreja é seu lugar mais importante. Pois ali costumam estar as melhores oportunidades de praticar aquilo que é pregado no púlpito. Faça essa experiência. E você verá como é maravilhoso ocupar o lugar de maior honra que pode haver para um cristão dentro de uma igreja cristã: o lugar onde se estende a mão para o triste, o caído, o abatido, o pecador, o desesperado, o deprimido.
Bom dia Zágari!
Sempre com ótimas reflexões para nosso crescimento…
Saudades…
God bless you!
Oi, Marco!
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E você sempre carinhoso, né, mano. Obrigado pelo onipresente afeto.
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Bless U2, queridão,
mz
Mauricio,
Essa talvez tenha sido a minha maior falha em todo o tempo que tenho na igreja.
Desde Botafogo eu sempre sentei na frente e pra lá direto eu ia quando chegava. Quando fui para Copacabana, depois do meu período off, continuei fazendo a mesma coisa. Sempre trabalhei nos primeiros bancos da igreja e raramente ia até o fundão.
E o homem da minha vida estava lá o tempo todo. Sem nunca ter visto ou cruzado olhares eu murmurava dizendo que no culto da manha só tinha as vovós e que nunca eu iria achar esse homem.
Mas ele estava lá todo o tempo, quase na última fileira sem que nunca tivesse reparado na sua presença!
Mas Deus com a Sua infinita misericórdia fez com que nos falássemos e estamos juntos! Glória Deus por isso!
E por incrível que pareça, continuo sem olhar muito para o último banco! Tola que sou!
Obrigada por mais esse puxão de orelha!
Saudade da familia!
Com carinho,
Lelê
Lelê,
nunca é tarde demais para mudar, se Deus toca nosso coração. Quem sabe se a partir de hoje e pela experiência com Sergio isso não muda? Vai de como Deus toca teu coração.
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Nas últimas filas encontramos muitos feridos, caídos, tristes, desesperados por alguém que lhes estenda a mão. E isso é tão fácil! Creio que temos de abandonar a ideia de que cultos são para serem assistidos. O que ocorre na plataforma é parte importantíssima de algo ainda maior. A comunhão é Igreja e espelha nessa nossa amizade e nosso no cuidado com o outro o amor que Jesus nos ensinou – e nos deu.
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Saudades de vocês, querida amiga. Jesus te abrace sempre,
mz
Realmente, as coisas de Deus são sem parecer e sem formosura, mesmo; as coisas que são pra confundir as que não são. Nos últimos bancos encontramos os que estão livres daquele vírus do “show yourself up”; que sabem discernir a voz de Deus falando com eles não por cruzar olhares com o pregador (pois a pilastra não permite isso), mas por sentir o coração arder ao fechar os olhos e adentrar em seu aposento.
Você disse bem, mano. Evangelho vivido encontramos nas últimas filas, mesmo.
Beijão
É isso, Celinhu, viver em vez de assistir. Participar em vez de só sorrir. É um bom começo para nós.
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Deus te abençoe, querido. Na paz dEle,
mz
Paz irmão Maurício!
Já fazia algum tempo que não passava pelo APENAS, mas sempre que volto sou abençoado.
Ótima reflexão…..é sempre bom aprender!
Abraço demorado!!!!!!!
Salve, Whiasley!
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Que alegria ter notícias suas. Espero que esteja tudo bem com você. E obrigado pelas palavras gentis.
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Outro abraço grande, mano, na paz de Cristo,
mz
Maurício, rs
A paz!
Precisamos estar realmente atentos e sensíveis as necessidades dos outros. Há muitos necessitados na igreja. Necessitados de pão, de saúde, de atenção, de amor…
Inclusive, todos nós um dia ou outro estaremos nesta condição, porque nossa natureza sempre está sujeita a padecer necessidade, seja ela física, emocional ou mesmo espiritual. E neste dia que Deus levante irmãos piedosos para nos estender a mãos, assim como devemos nos esforçar para estender as nossas todos os dias.
Paz, querido mano. 🙂
É isso, Jacy.
A paz, minha irmã,
mz
Não nos conhecemos …
Mais é inegavel que só tem uma palavra como essa que está proxímo de Jesus!
Pois quanto mais perto de jesus mais perto do ser humano nos tornamos!
Olhamos para (mt 9.35 -38), e percebemos para o que realmente fomos chamados, percebemos o proposito de sermos avivados em Deus!
Deus te abençoe e fica na paz!!!!!!!
Olá, Raphael,
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obrigado pelo carinho, mano. Eu diria que estou tentando. Dia após dia, sigo tentando. Um dia chego lá. Que cheguemos todos.
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Deus te abençoe em dobro, com Seu amor e Sua paz,
mz
Olá mano querido, como vai?
Nem vou comentar sobre sua reflexão, as verdades já escritas aqui falam por mim. Essa experiência de último banco nao vivo, pois congrego em uma igreja de apenas 12 membros e alguns poucos visitantes, ou seja, pequena demais que o último banco fica tão próxima dos primeiros que quase não há diferença. Mas eu aprendi nesse texto que esse é o verdadeiro sentimento: amar aquele que eh esquecido e ignorado; como o homem que descia de Jerusalém para Jericó… às vezes ser esquecido dói… ae vc vê passar o sacerdote, logo depois o levita, mas todos passam de largo … mas eh bom saber que há samaritanos (prefigurando Jesus) que olha, enxerga e percebe a necessidade. Deus o abençoe por isso mano!! Forte abraço!!
Olá, Alexandre, meu irmão,
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você captou, querido. O último banco é muito mais um lugar metafórico do que físico. A distância física na verdade importa pouco, o que realmente tem significado é a distância espiritual e afetiva.
Se abraçamos todos mas nosso coração não está neles… isso não quer dizer nada. Importa é sentir a dor do outro em nós.
Por isso, creio, Deus odeia tanto a vaidade e o egocentrismo. No momento em que nos pomos acima dos outros, assinamos nosso certificado de óbito como cristãos. Pois não estamos amando o próximo como a nós mesmos. E, portanto, não estamos amando a Deus.
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Que o Senhor nos ajude a superar a nós mesmos!
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Um abraço bem apertado, mano, que Jesus te dê amor e paz e ponha no teu caminho pessoas que amem de fato e não só de palavra,
mz
Amem meu irmão!
Que seja assim …
A propósito, estive na Conferência Fiel em Águas de Lindóia e vi o Bispo Walter McAlister … a AD estava com um stand de livros la.
Vc foi?
Não, querido, não trabalho mais na AD.
Abraços e Deus te abençoe,
mz
Hum…entendi mano … mas pensei que vc tinha ido pra conferência mesmo sabe … foi impactante viu … foi meu maná no deserto..rsrsrs… abração mano!!
Fico feliz que a conferência te abençoou, que bom. A do ano passado foi ótima.
Outro abraço, queridão! Na paz de Cristo,
mz
Ola, Maurício. Graça e paz.
Já passei por esse momento de rejeição, sei bem como é. No começo da minha conversão foi duro, eu me senti nú, sedento, com fome e confuso, pois eu não entendia nada e ninguém vinha até mim para me explicar, me orientar. Eu pensei em até parar por isso, mas Deus teve misericórdia e colocou uma pessoa para me orientar na Palavra. Foi um período meio complicado, eu vim para igreja, óbvio, porque Jesus me trouxe, mas pensando tambem que iria encontrar amor, consolo de alguém. Eu vejo isso como experiência para não repetir com ninguém, mas ao contrário, ajudar. Vejo pessoas novas ou velhas convertida, sozinha, anônimas sem nem um simples afeto de irmão. Elas vem para igreja procurando refujo, amor, paciência e consolo. Ouvem falar de um Deus de amor, se enchem de esperança dizendo: “se Deus e amor, também seus filho tem amor no coração”. Mas não, encontram inimizades, invejas, irmão fofocando de irmão, um “paz do Senhor” de cara fechada, menos amor. Mas e profecia se cumprindo, nos últimos dias a iniquidade aumentaria e o amor se esfriaria. Ainda bem que tem 7.000 joelhos que não se dobraram a baal. Façamos a diferença enquanto podemos, pregando o Evangelho do amor e da Graça, não o evangelho da doutrina, do dizimo, das vestes, da idolatria, da prosperidade e da ausência da graça.
A paz do Senhor meu querido, mano. Abraços no amor de Deus.
Olá, Luiz,
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você é um exemplo vivo, querido. Esse é o problema de não entendermos que ir a um culto não é como ir ao teatro. Se há atenção mas não comunhão, andamos só metade do caminho.
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Infelizmente a verdade crua é que em muitas igrejas o amor real não há: há egoísmo, falta de perdão e vaidades. É fácil demais nos machucarmos vivendo em igreja. A tentação para não se envolver nos nossos dias é enorme. Mas a mudança começa em Cristo, que toca corações dispostos a mudar. E, assim, um a um, vamos mudando e tentando jamais repetir o que fizeram conosco e o que fizemos de errado com outros.
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Oro a Deus que você esteja entre os que começarão a fazer a diferença. Tenho fé nisso.
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Abraço apertado, querido. Que sua vida deixe o legado de levar o amor verdadeiro a vidas necessitadas. Nesse amor,
mz
Poxa Maurício, vc me arrancou lágrimas…..como anseio por uma igreja onde haja pessoas assim, espero que Deus possa me usar…para sentar do lado de quem está sentado no último banco…quando eu entrar na minha igreja vou observar quem está sentado nos últimos bancos…sabe meu amigo…estou muito emocionada com esse texto…pois eu já sentei muitas vezes no último banco e pude me lembrar de como necessitava de um abraço de um irmão…mas aquele que conhece a nossa alma..não nos deixa só….
A Paz !!!
Bianca,
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você é uma prova viva, minha irmã, do problema apontado por essa reflexão. Espero que suas lágrimas sejam para o bem e para a edificação.
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Para termos uma igreja assim, Bianca, precisamos começar por mudar a nós mesmos. É um bom começo. Se eu e você fizermos isso algo já melhorou. Quem sabe aos poucos muitos o farão?
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Deus a abençoe e a toda a sua família, na paz de Cristo,
mz
Obrigada….meu irmão ….. que Deus não canse de abençoar vc e sua família!!!!
A Paz!!!!
Amem, obrigado, Bianca.
A paz,
mz
Graça e paz Zagari!!
Tenho sentido a falta do irmão no facebook e também a algum tempo aqui no “Apenas”, o que houve?!!
Olá, Agnaldo! Como você está? Espero que bem.
Eu abandonei as redes sociais, querido, chegou a um ponto em que não estava me fazendo bem e eu não enxergava mais esses ambientes como algo positivo. Então os abandonei e confesso que não tenho sentido falta.
Parei de escrever no blog por dois meses por razoes pessoais mas já retornei há algumas semanas, com portagens regulares. Enquanto o Senhor me permitir escrever aqui e enquanto houver irmãos que se sintam abençoados pelas reflexões simples deste vaso de barro estarei por aqui. Quando Deus mandar parar terei cumprido meu papel aqui. Por enquanto seguimos.
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Obrigado pelo carinho, mano, é uma alegria ter notícias suas.
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Abraço, na paz do Mestre,
mz
[…] O lugar mais importante na igreja […]
DEUS fiel em nossas vida